RURAL

Vou já pra Itabaiana

Pegar carona no vento

Se o vento estiver fraco

Eu vou selar um jumento

Na Serra de Caldeirão

Vou tocar meu violão

Com o maior sentimento

Será triste o meu lamento

Lembrando o tempo de outrora

Quando na minha infância

Levantava-me na aurora

Pra tibungar no açude

Oh, meu Deus, como é que pude

Esquecer-me dessa hora?

Meu povo, eu vou embora

Viver na zona rural

Livrar-me do abusado

Conviver da capital

Que não conhece a ciência

Que há maior excelência

Que obra de pedra e cal

E quem vier atrás que feche a porteira!

O último que sair apague a luz!