A DESILUSÃO DO CACHORRO RABO FINO
Que a vida não é fácil,
Adianta questionar?
Quando não fala de gente
É possível constatar,
Que a vida de cachorro
Não é fácil de levar.
O fato a ser contado
Um dia aconteceu,
Na praça casuarina,
Lá um cachorro se deu
Aos caprichos do malandro,
Que muito lhe prometeu.
O conhecido soldado,
Usando sabedoria,
Aproveita do cachorro
Achando grande valia,
Enganando com um osso,
Dizendo: ganhei o dia!!
Pois, o pobre do cachorro
Feliz no obedecer,
Não sabe que Fortunato
Vive muito a beber,
E também batendo papo
No bar de seu Zé Beler.
O cachorro Rabo Fino
Nascido só pra sofrer,
Comendo restos nas ruas,
Apanhando pra valer
Nas ruas aonde anda,
Querendo sobreviver.
O soldado Fortunato
Um nome já popular,
Só queria o cachorro
Para poder ensinar,
Algumas das malandragem,
Que vivia a usar.
Já muito obediente
E contente por achar,
Ter encontrado seu dono
Para poder ensinar
As coisas que não sabia,
E muito poder lhe dar.
Porém, foi uma missão
Que Fortunato lhe deu,
Para roubar o Tião
O conhecido Tadeu,
Pois em grande confusão
O Rabo Fino meteu.
O cachorro no silêncio,
Mas sem alguém observar,
Começa a sua busca
Para Tadeu encontrar,
Ao seu lado Fortunato,
Estando a lhe guiar.
Depois de alguns minutos
Que a missão começou,
Tadeu já é encontrado,
O Fortunato olhou,
Mostrando a Rabo Fino,
Pois o alvo encontrou.
Rabo Fino se amoita
Para Tadeu atacar,
Se no pequeno descuido
Sua carteira deixar,
Tão logo dando bobeira
Em plena mesa do bar.
Mas o Tadeu já esperto
E também conhecedor,
Da malandragem da vida,
Pois, muito observador,
Enxerga o Fortunato,
Que muito já "aprontor".
Assim Tadeu desconfia
De algo acontecer,
Quando vê o Fortunato
O olhando pra valer,
Mostrando-o ao cachorro,
Em prol do obedecer.
Mas Fortunato começa
Ao Rabo Fino atiçar,
Quando já vê o Tadeu
Sua carteira deixar,
Como havia pensado,
Para o golpe lhe dar.
Mas Fortunato não sabe
Que o Tadeu lhe armou,
Uma tremenda cilada
Em Rabo Fino Mirou.
Completando a história,
Pra Rabo Fino sobrou.
O Tadeu na esperteza
Esperou ele chegar,
Já pegando a carteira
O pau começa a quebrar,
Pra Fortunato fingindo
Tadeu começa a olhar.
Presenciando a cena
Fica querendo fugir,
Pra não assumir a culpa
Do cachorro a ganir,
Mas o Tadeu já ligeiro,
A fuga foi impedir.
Já todo ensanguentado
Após tanto apanhar,
O Rabo Fino é preso,
Na carrocinha estar,
Enquanto o Fortunato,
Fica a se explicar.
Mas Fortunato começa
Na malandragem ficar,
Agora com a polícia
Começa a se explicar,
No fingimento danado,
Difícil acreditar.
Encarando o malandro
Todo o povo ficou,
Até mesmo a polícia
Fortunato enrolou,
Resumindo a história,
O cabra se complicou.
Enquanto isso o cachorro
Estando no padecer,
Jamais um dia pensou
A liberdade perder,
Arrependido estava,
Mas nada pode fazer.
Fortunato é levado
Pra na cadeia ficar,
Vendo o sol nascer quadrado
Com outros presos morar,
Só depois que o Tadeu
A queixa pode firmar.
No passar de alguns dias
A polícia o soltou,
Pois, foi viver sua vida
Como já se consagrou,
Bebendo uma e outra,
Na malandragem ficou.
Não mais se ouviu falar
Do cachorro Rabo Fino,
E qual o rumo que teve
Vivendo em desatino,
Angustiado da vida,
Finalizando o destino.