O PESO DOS ANOS

O PESO DOS ANOS

Como pesa nas minhas costas os anos,

Que de tão pesado eu me curvo,

Meu olhar já não é o mesmo, está turvo,

Meus olhos já não têm o mesmo brilho.

Quase que não vejo por onde trilho,

Nem por onde piso, eu lamento.

Hoje tudo acinzentado me apresenta,

É o tempo, é a vida que me cansa,

Colocando nas minhas costas a esperança,

Na frente o desengano, o corpo despenca.

O meu corpo já não é o mesmo de antigamente,

Reboa em minha mente, ora ódio ora paz,

E outras vezes uma fé nova e vivaz,

Olho o mar e vejo o céu dar um abraço,

Tão infinito e digo: o que é que faço?

Ou que fazer contra o infinito destino.

Curva-me o corpo em desalinho,

É o pesar dos desgostos e desenganos,

Que à minha frente vão com o passar dos anos,

Deixando para trás meus sonhos de menino.

Se as esperanças foram levadas pelo tempo,

E o tempo deixa no meu rosto as rugas,

Como a dizer-me estão em debandadas fugas,

Os teus sonhos, tuas metas e tuas esperanças,

Guarda-as pois, são todas as tuas heranças.

Jovem pensava: tenho todo tempo do mundo,

Para viver, dias, horas, minutos e segundos.

Como enganei-me, ao sentir dos anos o peso.

Como fui tão ingênuo e tão indefeso,

Nos meus pensamentos singelos e oriundos.

Que bom se a vida fosse um jogo de futebol,

E houvesse segundo tempo e prorrogação,

E cada dia doente, perdido houvesse reposição.

Talvez eu aprendesse a viver a vida, cada dia

Com muita paz amor e perfeita harmonia.

E como o rio vencer todo os empecilhos,

Sem perder o foco, sem perder o brilho

De um guerreiro combatente e forte,

Recuperar o fôlego e enfrentar a morte

Como um bom samaritano, um bom filho.

João Pessoa-PB19/07/2018 Francisco Solange Fonseca

FSFonseca
Enviado por FSFonseca em 01/02/2020
Reeditado em 01/02/2020
Código do texto: T6856106
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