O CAPITÃO/ senso comum
O CAPITÃO / senso comum
Vou contar uma história
Por favor, preste a atenção
Dê um lugar bem assombroso
Que se chama Capitão
Em uma fazenda antiga
Cheio de assombração.
Em Boa vista do Tupim
É que ela está situada
Em uma enorme fazenda
Passando na velha estrada
moravam dois indivíduos
Que muito ali trabalhava.
Um se chamava José
Já o outro, Lorival
Homens tão trabalhadores
De coração paternal
Desejavam sempre o bem
Não profetizavam o mal.
Estes que estou falando
Eles eram dois irmão
Trabalhavam na fazenda
Para o fazendeiro João
Temido por tanta gente
Com fama de valentão.
Era valente demais
Todos o obedeciam
Seja qual fosse sua ordem
Por depressa eles faziam
Pois quando o velho gritava
Até mesmo o chão tremia.
Lorival era casado
porém, o José não era
Resolveu trazer a mulher
Uma morena tão bela
Pra servir de companheira
E Deixa seu irmão de vela.
Pediu licença ao patrão
Para então caso resolver
E lhe dar logo a resposta
Se ela podia trazer
Foi Com muita insistência
Que o velho foi lhe atender.
Ficaram numa alegria
Pois ali só trabalhava
Não tinha quem cozinhar
Por que disso ela cuidava
Todos juntos na fazenda
Dia e noite se alegravam.
Mas veja então, caro amigo,
O destino é traiçoeiro
No ditado popular
Tudo aqui é passageiro
O que era felicidade
Se transfoma em um puteiro.
Lorival então descobre
Uma suposta traição
Um caso de sua mulher
Juntamente com o irmão
Mas porém o perdoou
Guardou no seu coração.
Dessa vez deixou passar
Consigo ficou a dizer:
“Até o meu próprio irmão
Veio esse mal me trazer
Deus tenha misericórdia
Se voltar a acontecer”.
O caso continuou
A mulher sempre o traía
Cedo o marido chegava
E a casa deles ‘caía’
Dito e certo: aconteceu
Naquele maldito dia.
O Lorival viu os dois
E logo ele se apressou
Pegou com ódio um faca
E pro irmão avançou
Sem ter medo e sem dó
O coitado apunhalou.
Morrendo lá na fazenda
E na estrada foi enterrado
O casal então fugiu
Deixou tudo abandonado
E quem passa na estrada
Volta correndo assombrado.
Mas a parte interessante
É essa que eu vou contar:
Sobre um homem corajoso
E que amava trabalhar
A todo tempo e momento,
Em qualquer hora e lugar.
Ele Se chama Isaías
Filho de varda e Luís
Morava em outra fazenda
Eles eram bem felizes
Aceitou sua profissão:
Ser roçeiro ele quis.
Um dia ele foi chamado
Para um trabalho fazer
Era sempre decidido
Do que tinha que escolher
Um trocado era o bastante
Pra cumprir o seu dever.
Porém, tinha se lembrado
Que sempre o povo falava
Desse terrível lugar
Que todos se arrepiavam
Mas como não tinha medo
Nem o cão lhe amendrotava.
Fez um trato com o patrão
Em cumprir sua tarefa
Não estava se importando
Em nem uma das conversas
"Se lá tem assombração
Pouco isso me interessa. "
Como estava tudo certo
Já tinha chegado o dia
Pegou sua bicicleta
Chamada de ventania
Na velocidade máxima
Pois o sol aparecia.
Quando chegou no serviço
Ele muito trabalhou
Já era uma sete horas
Quando tudo completou
De volta pra sua casa
Rumo da estrada pegou.
E chegando em certo ponto
(muito cansado ele estava)
Via tudo muito escuro
Barulho estranho escutava
Passando na encruzilhada
Ele de Longe avistava.
A partir desse momento
Ficou sem o que fazer
Dizia ser valentão
começou logo a tremer
Disse ele pra si mesmo
"Deus me livre, eu vou correr."
E Na escuridão da noite
Quase nada enxergava
Pedalando a bicicleta
Sempre para atrás olhava
Sentia uma sensação
Que algo lhe acompanhava.
A mata era muita escura
Com estrada esburacada
E o ventos daquela noite
Pareciam uma cilada
Que com o seu grande medo
Ela bem alimentava.
Avistou um animal
Que com jegue parecia
Era como um diabo
Que ali o perseguia
Com muito medo da morte
Mais e mais ele corria.
Achou já ter despistado
Daí, para atrás olhou
Quando viu o animal
Quase que ele desmaiou
Pedindo muito socorro
A seu santo protetor.
Piora a situação
Quando ele olha pra frente
Tão triste e desanimado
Ainda mais descontente
Disse: mas será possível
Isso assim tão de repente?
Pois Viu um homem parado
Sempre para ele olhando
Todo vestido de branco
E Com o dedo apontando
Como se estivesse ali
Por uma pessoa esperando.
Ele passou na carreira
Com medo não olhou pra trás
Falando na sua mente:
“misericórdia, meu pai!
Maria, mãe de Jesus
Me conceda sua paz!”
E Fez um sinal da cruz
Mas Tudo com muita pressa
E Ainda, pra completar
Fez também uma promessa
Pegou um alho do bolso
E passou em sua testa.
Dizendo: “senhor meu pai
São Pedro, são Daniel,
Me livrai de todo mal
Amado anjo Miguel,
Eu sou uma pessoa boa
Nunca fui homem cruel.”
Foi mesmo como um milagre
Da divina proteção
Que tudo ali se desfez
Após aquela oração
Agradecendo ao seu Santo
São Cosme e são Damião.
E Prosseguindo o caminho
Ele muito pedalou
Com grande surto de medo
Em sua casa chegou
Contado para os irmão
Tudo aquilo que enfrentou.
E Depois de tudo isso
Começou a acreditar
Que era realidade
O que ele ouvia falar
Nunca mais foi a trabalho
Naquele mesmo lugar.
Até a coragem mudou
E a fama de valentão
Ficou de queixo caído
Diante a situação
bem assim foi a história
Da fazenda capitão.
18/07/2019
Elielson gomes