O Natal Perde Todo O Encanto, Quando Faltam Pessoas À Mesa

I

Nesta noite que já foi feliz

Venho aqui tentar expressar

Como é difícil se acostumar

Com a saudade que criou raiz

Tão forte, não se vê a cicatriz

E o meu corpo é uma represa

Que traz choro em correnteza

E me faz derramar um pranto

O Natal perde todo o encanto

Quando faltam pessoas à mesa.

II

Não existe amor maior que expresse

Amor de Mãe, carinho que só cresce

E para o filho nunca é economizado

Daria a vida sem nunca ter hesitado

Enfrentaria o perigo que houvesse.

Mulher nobre, tão cheia de gentileza

Ela é um anjo e é rainha de pureza

Que cuida e protege com seu manto

O Natal perde todo o encanto

Quando faltam pessoas à mesa.

III

Mesmo pra quem gosta do Natal

Desanimar é uma coisa natural

E assim, neste dia eu fico triste

Pois a alegria já não mais existe

E nossa vida fica bem sentimental.

A saudade cresce com grandeza

Sua lembrança em mim está acesa

Sua falta me traz um choro santo

O Natal perde todo o encanto

Quando faltam pessoas à mesa.

IV

E a saudade de quem tá ausente

É a dor mais doída que se sente

Não há remédio que possa curar

Não aguento e começo a chorar

Com o peito apertado e plangente.

E aquela dor só aumenta a tristeza

E nunca dá um escudo de defesa

A quem sofre e precisa de acalanto

O Natal perde todo o encanto

Quando faltam pessoas à mesa.

V

Já faz anos que meu espírito natalino

Foi embora deixando o seu menino

Sem seu dom mais bonito e perfeito

Dom materno que a tudo dava jeito

Com o carinho e amor mais genuíno

Adormeceu de repente e de surpresa

Sem querer abalou minha fortaleza

Me deixando em total desencanto

O Natal perde todo o encanto

Quando faltam pessoas à mesa.

VI

E minha mãe encerrou sua história

Vive comigo somente em memória

Levou consigo o seu eterno existir

E para bem longe teve que partir

Deixou-me só e viajou para a glória.

Encarei a dor que me fez sua presa

E a solidão que me enche de frieza

Só quem já perdeu saberá o quanto

O Natal perde todo o encanto

Quando faltam pessoas à mesa.

VII

Na terra virou saudade, no céu virou estrela

E Papai do Céu pronto pra poder recebê-la

E o que já foi amor agora é só saudade

Dor que machuca, sem nenhuma piedade

Mil anos que passar, não dará pra esquecê-la.

VIII

Este foi o golpe que mais me entristeceu

Em sono profundo, mamãe adormeceu

Do meu lado partiu para o lado de Deus.

Sillino Vitalle
Enviado por Sillino Vitalle em 25/12/2019
Reeditado em 14/12/2020
Código do texto: T6826909
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.