PULO NO GALHO

UM PULO NO GALHO OP84

Coimbra (Zoloélo (

Registro 310720181607

01 Como sempre, eu escrevo

Lembranças, sonhos-e-eventos

São fatores oriundos

Dos meus vários pensamentos

Surgem-de-alguma lembrança

Que ao longo da constância

Ocorre através dos tempos

02 Nesse tomo a seguir

Do PULSAR DE UM CORAÇÃO

Quero registrar o dia

Que passei uma aflição

Perseguido por um touro

Numa boiada em estouro

Na beira de um buracão

03 Muito aflito eu corri

Para me ver livrar da res

Que furiosa corria

Para chifrar-me de vez

O recurso que eu tive

Foi subir em um aclive

Como um cabrito montes

04 Entretanto o animal

De energia, possuído

Também subiu no barranco

Como se fosse movido

Da plataforma atingida

Continuei a fugida

Pelo eminente perigo

05 Naquela afobação

Para do boi escapar

Me deparei com um valo

Que teria que saltar

Pois se a direita eu pendesse

Teria o mesmo desfeche

Que me fazia cismar

06 Infelizmente eu tive

Que a um pulo optar

Porém era sete metros

O vão ali a saltar

E somente um super homem

Com o poder de um drone

Poderia triunfar

07 O boi estava a distância

De quinze metros apenas

E sua fúria assassina

Tinha força de dezenas

A solução foi incrível

Pude fazer o desnível

Sem ter asas e nem penas

08 Com um salto magistral

Eu consegui avançar

E no galho de uma árvore

Pude ali me agarrar

Porém eu só percebi

Que a árvore estava ali

Na hora que fui saltar

10 Não sei se foi o instante

Da opressão coerente

Pois só vi o tal recurso

No momento deprimente

Desci de sua galhada

Ao nível de uma aguada

No buracão existente

11 Quanto-ao boi que investiu

Estacou bem na beirada

Por pouco o louco animal

Teria a vida ceifada

Pois cair de uma altura

Sem ter proteção segura

Era morte assegurada

12 Hoje quando me lembro

Daquela corrida feita

Sinto o coração pulsando

Em calmaria perfeita

Porém naquela passagem

Meu pulso teve a pulsagem

De um coração rarefeito!