19 DE NOVEMBRO, DIA DO CORDELISTA

Do meu tempo de menino

Me recordo com saudade

Morava na zona rural

Afastado da cidade

Minha casa era modesta

Mas sempre estava em festa

Pois tínhamos satisfação

Minha família era pequena

Mas a vida valia a pena

Ali aprendi a gratidão.

Logo que anoitecia

Não tinha muita opção

Computador não existia

O celular também não

TV era uma raridade

Pois distante da cidade

A energia não tinha chegado

Assim a única diversão

Era ouvir qualquer canção

No nosso velho Motoradio.

Tinha uma época marcante

Que reunia a vizinhança

Era o tempo da colheita

Com fartura e abundância

A noite todos sentavam

E proseando debulhavam

Uma esteira de feijão

Às vezes tinha um letrado

Lendo um cordel empolgado

Era aquela animação.

Por saber ler com fluência

Minha mãe sempre assumia

A leitura dos cordéis

E fazia com maestria

Dava vida a cada estória

Ainda guardo na memória

Muitos daqueles versos

Eis aí minha razão

Pra ter por estes paixão

Faz parte do meu universo.

Janio Clever
Enviado por Janio Clever em 19/11/2019
Código do texto: T6798690
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