CORDEL – O que eu quero pro futuro do Brasil – 27.10.2019 e seguintes (PRL)

(1335)
O Supremo tá formando
Lindamente grande tese
Ninguém está acreditando
Nessa corrente exegese
Ou seja, o crime compensa
Cadeia só pra inocente
Trazendo tristeza imensa
No seio de nossa gente
(1336)
Essa é minha opinião
Como homem brasileiro
Respeito a quem diga não
Isso não é verdadeiro
Porquanto nosso país
Tem exemplos pra seguir
É o que muita gente diz
Quer o Supremo extinguir
(1337)
Isso seria esquisito
Porque são homens treinados
Esse povo é erudito
Deve ser prestigiado
Mudando um pouco seu rumo
Pra se ajustar ao povão
E falo aqui em resumo
Diz a Constituição
(1338)
Mas trocando pra política
Ontem eu vi no Senado
Um emaranhado em crítica
Por um grupo lá formado
Dizendo já fez proposta
Duma grande redução
Esperando só resposta
Do dia da discussão
(1339)
Redução de deputados
E também de senadores
Inclusive nos Estados
E de seus vereadores
Ficaria só um terço
Porque serão incluídos
Até quem vem lá do berço
Assistentes destemidos
(1340)
Será grande a economia
Valendo por três reformas
Se fizer em sintonia
Vão ficar bem boas normas
Sobrará até dinheiro
Para o Estado investir
Acabando esse lixeiro
As reservas progredir
(1341)
Até quero acreditar
Que isso possa ir pra frente
Mas se Alcolumbre deixar
O Maia indiferente
Não pautando pra votar
Mas então mesmo que vote
Os caras vão derrotar
E fazer até boicote
(1342)
O problema do Brasil
O mundo inteiro já sabe
O povo que já incutiu
E conhece o que lhe cabe
Porque em sendo eleitor
Deve escolher o melhor
Não votar nem por favor
Por que só dá no pior
(1343)
Candidato obrigatório
Dirigido por legenda
Simplesmente pro velório
Cada qual com suas vendas
Esse negócio de cota
Não deveria existir
Porque parece marmota
Pra dinheiro consumir
(1344)
Enriquece muita gente
E nosso povo se exploda
Uma lei mais pertinente
Para que ninguém se foda
Merece ser aprovada
Com urgência urgentíssima
Pra não perder a parada
Com tanta gente escrotíssima
(1345)
Os recursos do governo
Para os quais estão brigando
Nesse festival de inferno
Na nossa cara gastando
Retirando da saúde
E também da segurança
Somente um cara tão rude
Não conhece essa gastança
(1346)
Existe hospital sem leito
Para atender os doentes
E na cara algum sujeito
Muito metido a valente
Quer que nele se acredite
Pra culpar o Bolsonaro
Assim não há quem evite
Porque eleitor tem faro
(1347)
Mas isso inda é resultado
Da desgraça que deixaram
Ficou tudo atrapalhado
Até centavos ficaram
É muita gente morrendo
Inclusive criancinhas
O dinheiro se encolhendo
No bolso dessas murrinhas
(1348)
No caso do vazamento
Do petróleo de Maduro
Por não ter bom armamento
O país não tá seguro
Porque seria normal
Falar forte por primeiro
Conter a gente do mal
E mandar pra Limoeiro
(1349)
Um negócio pra estudar
Essa tal reeleição
Quando o governo findar
Se houver a conclusão
Estão querendo tomar
Na marra e de supetão
Pra voltar a governar
Daquele jeito mais não
(1350)
Eita povo descarado
Sem vergonha do que fez
Deixando tudo lascado
Até mesmo no xadrez
Quebraram muitas empresas
Empreiteiras nem se fala
E fizeram as riquezas
Que cada goela entala
(1351)
Tem até muito dinheiro
Que viajou de avião
Pelo céu tão altaneiro
Fodendo nossa nação
Nosso ouro também foi
Levado até de carrada
Ou mesmo em carro de boi
Nessa grande ladroada
(1352)
Somente um sujeito burro
Acredita nos sujeitos
Porque tem muito sussurro
Lá pra dentro dos dejetos
Vota de novo no cara
Que promete e nada faz
Ferida que nunca sara
O pobre fica pra trás
(1353)
O que penso pro Brasil
É muito bem diferente
Coisa séria sem ser vil
Uma nação bem valente
Acabar com jogatina
E remessa de dinheiro
O padre usando batina
Cuidado com estrangeiro
(1354)
Nosso país é esperto
Em jogo de loteria
De vez em quando desperto
Pensando ganhar um dia
O danado é que acumula
De sorte a um só ganhar
Parece que dissimula
Ninguém quer acreditar
(1355)
A nossa Caixa Econômica
Sabe tudo, menos banco
Rápida tal supersônica
De repente tem um branco
Demora pra informar
Quem ganhou no resultado
Dando pra desconfiar
Ter sabido no traçado
(1356)
Tem a tal de Megasena
A quina, a quadra e demais
A Loto-fácil difícil
E dela tenho os sinais
Sem falar na loteria
Nossa antiga federal
Que pra mim já deveria
Ter tido seu terminal
(1357)
Tem até Loto-mania
Pro povo se acostumar
E jogando todo dia
Desejoso de ganhar
Podendo ser que o diabo
Dessa vez venha ajudar
Eu daqui não acredito
Nem na sorte nem azar
(1358)
Doutro jogo me lembrei
A famosa Dupla-sena
Nem uma já acertei
Mesmo fazendo novena
Hoje não marco nem ponto
Mas já fiz uma dezena
Parece que fico tonto
Quando muda de quinzena
(1359)
Lembro da Time-mania
Cujo nome tá dizendo
Precisa ter vilania
Para os pontos ir fazendo
Destinada ao futebol
Do clube que está torcendo
Nunca caio nesse anzol
Nisso só acredito, vendo
(1360)
Mas temos outros sorteios
Legais ou particulares
Que trabalham com recheio
Até mesmo nalguns bares
O famoso caça-níquel
Jogo do bicho também
Sempre mostra no painel
Tem jogo pra quem convém 
(1361)
Tem aposta na corrida
De cavalo e de veículo
Sempre leva de vencida
Quem decorar o versículo
Mas aqui no interior
Corrida até de jumento
Nosso povo dá valor
É um bom divertimento
(1362)
É o país da cartela
Tem pra tudo o que é jogo
O preço tá na tabela
Quem não sabe faz a rogo
Veja bem o Sílvio Santos
Com seu canal de tevê
O governo dá os mantos
Para ele enriquecer
(1363)
A famosa Tele Sena
Daquele antigo baú
Com a mesma cantilena
Gostosa que nem chuchu
Que distribui muito prêmio
O resultado na hora
Dinheiro fica no grêmio
Mas quem gosta sempre adora
(1364)
Casa, carro e dinheiro
Distribui em profusão
Como agulha no palheiro
E a capitalização?
O dinheiro nunca cresce
Ao contrário se reduz
Sendo que o bolo desce
Feito cauda de avestruz
(1365)
Tem sorteio até diário
Valendo pra todo mundo
Que comprou no crediário
Só não tem pro vagabundo
Tem aquele do milhão
Decerto muito importante
E tudo de prontidão
Vai se tornando constante
(1366)
E de posse do carnê
Ao terminar de pagar
O que vai acontecer
É outro você comprar
Então serve como entrada
Na troca pelo mais novo
É quando nessa jogada
O Sílvio enrola o povo
(1367)
Sabe, esse tal Roletrando
É demais interessante
E se vai adivinhando
O que no painel mostrando
Esse gira todo dia
Na roleta conhecida
É até divertimento
Pra se levar essa vida
(1368)
Roda a Roda Jequiti
Agitando a multidão
Que vibra que nunca vi
Com muita satisfação
O patrocínio decorre
Da fábrica de cosmético
Com outras marcas concorre
Pro povo ser mais estético
(1369)
Mas então achando pouco
O empresário criou
Um novo jogo de louco
“Topa ou não topa”, senhor
Cujos segredo nas malas
No prêmio um sonhador
Por vezes que cai nas valas
Pra se tornar ganhador
(1370)
No comando da Patrícia
Uma linda Abravanel
Cada vez uma delícia
É como a sopa no mel
E já virou um sucesso
E até celebridade
Vai ligeiro como expresso
Com total tranquilidade
(1371)
Outros jogos correm frouxo
Por todo o nosso torrão
Está faltando um arroxo
Em cima do dinheirão
Que faturam sem imposto
Uns recolhem, outros não
Não vejo ninguém disposto
A resolver a questão
(1372)
Agora já virou moda
Na internet meu caro
Um negócio mão na roda
O povo tem muito faro
Tem uma tal de “vaquinha”
Pra yutuber ajudar
Mais uma enroladinha
Que acaba de engendrar
(1373)
Algumas são construtivas
Como as da televisão
À Teleton nossas vivas
Pela boa produção
Apurou bem mais de trinta
Milhões raros de reais
E que aqui ninguém minta
O brasileiro é demais
(1374)
Em favor da AACD
Criança deficiente
Um programa já antigo
Por demais eficiente
Que todo ano se repete
E faz sorrir muita gente
Fácil de contribuir
Bastando ser insistente
(1375)
Na base do telefone
Tudo bem facilitado
Rápido que nem ciclone
Na conta é debitado
Tudo com poucos segundos
Resolvida essa parada
Nos seus olhos tão profundos
O sorriso da moçada
(1376)
Porém fico matutando
Se ninguém já percebeu
As empresas ajudando
Com o dinheiro que é meu
Porque se paga da sobra
Que do comércio gerou
Todos impostos que cobra
Os nossos já embolsou
(1377)
E descontando ademais
De seu imposto de renda
Que já ficou lá atrás
Que diga então a Fazenda
Quem no fundo paga tudo
É nosso consumidor
Tá demais o conteúdo
Do povo trabalhador
(1378)
É preciso então fazer
Uma bela auditoria
Pra que se possa dizer
Dessa honrosa euforia
Quantas pessoas ligaram
E quantos deram por fora
Porque tudo registraram
Nesse meu pensar, agora.
(1379)
Vou apenas de relance
Falar no da Rede Globo
Porque daqui tenho chance
Por vezes eu fico bobo
Com a sua performance
Apura muito dinheiro
Que entra como avalanche
Disso sabe o mundo inteiro
(1380)
É o Criança Esperança
Que se faz em sintonia
E faz sempre uma festança
Que só nos traz alegria
Com essa gigante UNESCO
Pros meninos contemplar
Leva fácil com refresco
Ninguém pode duvidar
(1381)
E na Globo mais possante
Os artistas a desfilar
O programa leva avante
Um sucesso pra apostar
Contudo daqui não quero
Com as duas comparar
Não deixo de ser sincero
Fica pros outros falar
(1382

(Abrindo parêntesis)
 
“Saiba que o Brasil fudido
É o país melhor qui há
Brasil que o índio nojento
No ano mil e quinhento
Beijou o tal fedorento
De Pedro Alves Cabrá”
 
CORDEL – O que eu quero pro futuro do Brasil – Continuação – 29.10.2019 (PRL)
 
(Meio-ambiente)

(1383)
A discussão continua
Sobre o meio-ambiente
Bastante gente insinua
Com palavra leniente
Pondo no governo a culpa
De todos os malefícios
E nem pedindo desculpa
Merecem os sacrifícios
(1384)
Antes foram as queimadas
Na região da Amazônia
Que de tamanhas cagadas
Causaram bastante insônia
E depois foi que notaram
Que esse fogo é cultural
Conclusão a que chegaram
Que tudo virou banal
(1385)
Os pobres agricultores
Depois de cada colheita
Não dispondo de tratores
Tocam fogo sem suspeita
No que restou da lavoura
Pra preparar o terreno
Não pode ser com tesoura
O prejuízo é ameno
(1386)
Agora foi o petróleo
Que no Nordeste jogaram
Uma peste sem sensório
As praias esculhambaram
É mancha pra todo lado
O povo bem destemido
De tal sorte organizado
Do dever é convencido
(1387)
Mas as buscas continuam
Até mesmo na Marinha
É pena que se destruam
Sonhos de gente que vinha
Conhecer a região
Esse Nordeste sofrido
Que serve de ganha pão
Prum povo tão esquecido
(1388)
Alegando, por exemplo
A ex-Ministra Marina
Que tranquila no seu templo
Disse duma imensa sina
Foi a troca de comando
Havida nas direções
De gente que navegando
Nas antigas tradições
(1389)
Quer dizer se não houvesse
Essa troca anunciada
Por mais então se quisesse
Nem teria essa queimada!
Confesso que me chocou
Fiquei até mal-amanhado
Porque todo esse clamor
Se esse jogo foi jogado!
(1390)
Querem tirar o Ministro
Que novo tem a batuta
Daqui faço meu registro
Não serei filho da truta
Até penso sairá
A esquerda é poderosa
Vai ser difícil de achar
Pessoa tão corajosa 
(1391)
Depois da liberação
Da verba dos pescadores
Porque se o mar está sujo
A pesca não tem razão
Foi suspensa a pescaria
De peixes e camarão
Pra preservar todavia
Dos riscos de infecção
(1392)
Então veja essa inversão
O Bom é senhor Davi
O Bolsonaro é leão
Essa coisa nunca vi
É claro que Alcolumbre
Teve de alguém o aval
É bom que ninguém vislumbre
Que seja tudo ilegal
 
(Taxação da energia)
 
(1393)
Correu com toda heresia
Que iriam então aumentar
Os impostos da energia
Previstos na luz solar
 Pegando as fornecedoras
Meio assim de supetão
Essas mentes criadoras
Trabalham contra a nação
(1394)
Ora toda essa riqueza
Foi-nos dada por Jesus
De graça e com tristeza
Essa gente só conduz
Pro desespero do povo
Destinatário do bem
É quando daqui renovo
Que essa gente não convém 
(1395)
Eu já falei noutro tempo
Pra reforçar o Tesouro
Esse homem ou jumento
Que com seu peso de ouro
Taxaria todo vento
Todo ar que respiramos
Falando no Parlamento
Aumenta o que já pagamos
(1396)
Já dei outra sugestão
Quando limpar toda praia
Vou dizendo de antemão
Não entra mulher de saia
Então por cada mergulho
Uma taxa pra pagar
Pra sustentar o orgulho
E para os nobres gastar
(1397)
Quem fizer cocô na praia
Muito ralo ou na dureza
Na justiça se “atrapaia”
Não vai ter qualquer moleza
Pode até ser uma multa
Pesada quando omitir
É própria de gente culta
Se também fizer “xixi”
 
(Na saúde)
 
(1398)
Achei um grande descaso
Uma tal de Portaria
E já falo com atraso
Pra mim pura grosseria
Com a mulher brasileira
Proibir mamografia
Será doidice ou leseira
Tão repleta de ousadia 
(1399)
O ministro da saúde
O tal de Doutor Mandetta
Pode encher com ataúde
Aquela sua saleta
Porque essa economia
Não salvará o país
Que está sem autonomia
Pra ter o povo feliz
(1400)
É deputado do DEM
Lá do longe Mato Grosso
Não é isso que convém
O caldo ficando insosso
A culpa é do presidente
Que delega sem pensar
E paga por inocente
Pros outros vangloriar
(1401)
Essa coisa é muito séria
Câncer de mama, mortal
Já disse dona Simpléria
Que sofria desse mal
E que partiu proutra esfera
Dando adeus definitivo
Em face de que prospera
Sem haver o lenitivo
(1402)
A “presunção” aí sim
De suma honestidade
Desse doente por fim
Na completa ansiedade
De no SUS ser atendido
Seja aqui ou na cidade
Qualquer lugar escolhido
Não deve ser caridade
(1403)
Mas finalmente o Senado
Ordenou a suspensão
Porquanto o povo enganado
Nesse tal diapasão
Está pasmado de dor
E não quer conversa não
Porque isso tudo é horror
Pra desgraça do povão
 
(Sugestão do STF)
 
(1404)
Ontem na reunião
Do Senado Federal
Houve aquela sugestão
Partida do Tribunal
Pedindo que façam lei
Que trate de prescrição
Eu que nem acreditei
É da Constituição
(1405)
O fato causou espécie
Por parte de senadores
Porque a Casa fornece
A lei pra esses senhores
Que estão com a batata
Bem quente nas suas mãos
Pra cada mente sensata
Defender os cidadãos
(1406)
É muita coincidência
Esse tal expediente
Que parece com urgência
Alegrou a muita gente
Mas na Câmara já tramita
Um projeto desse porte
Vai estar tudo na escrita
No Tribunal mais suporte
(1407)
Mas se o Supremo soltar
A lei será favorável
Não há como se escapar
De coração adorável
Sabido que a lei penal
De efeito retroativo
Vai ser grande o carnaval
Seja qual for o motivo
(1408)
Mas ocorreu nesses dias
Uma nova prescrição
Por conta de heresias
Muita falta de atenção
A nossa lei brasileira
É forte como tufão
Mas é uma baboseira
Tudo depois da prisão
(1409)
O preso sempre tá solto
O solto nunca tá preso
Nosso Brasil tá envolto
Que nada aqui é coeso
O Juiz manda prender
Tem Tribunal pra soltar
Deixa tudo prescrever
Pois ninguém quer trabalhar
(1410)
Mas então eu me pergunto
Condenar então pra quê?
Vamos trocar desse assunto
Pois quero pagar pra ver
A tese da Presunção
Que custa caro, tal ouro
Defender essa pressão
Não é fácil pra calouro
 
(Segredo de Justiça)
 
(1411)
Existem muitos processos
Que a lei guarda segredo
Mas quando se é perverso
E livre de qualquer medo
Comete crime o sujeito
Que vazar informação
Porque faltou com respeito
Podendo ir pra prisão
(1412)
Mas daqui já protestamos
Sobre a tal “primeira mão”
Confesso que nós estamos
Lutando contra Sansão
Que aqui é invisível
Trabalha de supetão
Tornando tudo plausível
Cada qual por si meu irmão
(1413)
Pois essa tal novidade
Deve custar muito cara
Não se a tem por caridade
E nem debaixo de vara
Tem de ter muita amizade?
Para tudo conseguir
Quem quebrar a castidade
Não fez mais que delinquir
(1414)
Tudo na vida tem preço
Jornal não é diferente
Por isso é que padeço
Ao notar que essa gente
Explorando a vida alheia
De maneira renitente
Nem ao menos esperneia
Coitado do presidente
(1415)
Tem uma Rede fugaz
Sabe de tudo e de todos
Tem o tal do leva e traz
Juntamente com engodos
Mas a culpa não é dela
Pois quer dinheiro ganhar
Aprecia a passarela
Domina quem vai passar 
(1416)
É que essa gente não pode
Nem sequer ver microfone
Porque seus nervos, sacode
Pensando seja trombone
Querendo logo tocar
Pra agradar seu eleitor
E sua pose mostrar
Em cada televisor
(1417)
Respeitem esse senhor
Não queiram dele roubar
Seu mandato por favor
Pois precisa governar
Isso é uma malvadeza
Com nossa população
Que o colocou com certeza
Na disputa da eleição
(1418)
Querer forçar essa barra
Nessa história criminal
Não pode nem numa farra
Procedimento anormal
A famosa “Presunção”
Nesses casos funciona
É preciso ter noção
Nessa carente intentona
 CORDEL – O que eu quero pro futuro do Brasil – Continuação – 02.11.2019 (PRL)
 
(1419)
Mas antes de prosseguir
Vou dizendo de começo
Pra que chorar, vamos rir
Cada qual com seu tropeço
Levo aqui na brincadeira
Nunca fiz opinião
Melhor pensar em leseira
Essa é minha sugestão
(1420)
Os assuntos são tratados
Numa certa rapidez
Não podem ser ordenados
Cada qual na sua vez
Não há tempo para isso
Vou chutando a bel prazer
Não mantenho compromisso
Daqui quero agradecer
(1421)
Nosso povo brasileiro
Seja do Norte ou do Sul
Apostou todo ficheiro
Pro país ficar azul
Fez uma grande mudança
Afastando muita gente
O celeiro da gastança
Sendo do mal, dependente
(1422)
Porém inda tem demais
Muito mais do que saiu
Esses são universais
Com muita lábia iludiu
E foi logo se entrosando
Se ajustando de mentira
E suas iscas pegando
Pescado que nem traíra
(1423)
A pior coisa do mundo
É sujeito traidor
Tão safado e tão profundo
Não passa dum impostor
Na boa-fé dum amigo
Cresce seu modo de vida
É isso que sempre digo
Por onde anda faz ferida
(1424)
Essa tal fidelidade
Que parece só na coxa
Já perdeu a castidade
De vergonha ficou roxa
Até mesmo no casório
Isso deixou de existir
Pois se trata de acessório
Pra se comer e sair
(1425)
Tem na contabilidade
Um princípio inteligente
De certeza e de verdade
Se desconfia então tente
Ora, quem promete deve
Quem paga fica credor
Na memória não prescreve
Nem precisa contador
(1426)
No Brasil o cara leva
E não fica devedor
Põe toda grana na treva
Como se fosse credor
Porém nada registrado
A não ser a gulodice
E volta sendo aprovado
Continuando a mesmice
(1427)
E vai repetindo a dose
Um rombo se desenhando
Mas lá na prova dos nove
O tutu está faltando
Tudo em forma de desfalque
Que chamaram de malfeito
Tem muita gente que é craque
E parece bom sujeito
(1428)
O que um pobre eleitor
Lá da casa de xaprego
Sabe do roubo, doutor?
Quase nada, aqui não nego!
E com seu nome anotado
Até na palma da mão
Decerto será votado
Pelo dito cidadão
(1429)
Parece, então, mas não muda
Reeleição garantida
Porque a grana é graúda
No cofre nem faz ferida
Resulta num parlamento
Mudado, mas só fachada
Porquanto de sentimento
O mesmo, não dá em nada
(1430)
No começo do mandato
Falei comigo dizendo
Tem de ser imediato
Esses novos tão mordendo
Mas só fogo de monturo
O ímpeto já abrandou
Isso pro povo é bem duro
Há gente que se esquivou
(1431)
Não tiro suas razões
Quem tem boca vai pra Roma
Em sonhos como ilusões
Pois muita gaita se soma
Não se sabem dos motivos
Da mudança de postura
Que por vezes é nocivo
Depende da criatura
(1432)
Num quadro de oitenta e um
Só conseguem vinte e nove
E saindo de um em um
A coisa não se promove
Pode ser que tenha brinde
Pra que seja Relator
Não quero criar melindre
Mas acho isso um horror
(1433)
Li num jornal inda há pouco
Que um navio da Grécia
Não confirmo aqui tampouco
Fez a sua peripécia
Jogou óleo no oceano
Do Nordeste do Brasil
E salvo melhor engano
Deve ser dum imbecil
(1434)
E nossas praias tão lindas
A riqueza Deus nos deu
Parecem águas infindas
Sem visitante europeu
Pois o óleo despejado
Um crime muito cruel
Deixa o Nordeste aleijado
Sem cumprir o seu papel
(1435)
De região de turista
Essa gente endinheirada
Até mesmo de sulista
Que do Sul já tá safada
Perdendo muito dinheiro
Em prejuízo patente
Afora o lado festeiro
Que diverte muita gente
(1436)
Quando da Globo surgiu
A notícia explosiva
Do jeito que nunca viu
Parece feita de oitiva
Colocando o Presidente
No cenário lá do crime
A notícia inconsequente
E desta que se redime
(1437)
Sendo falsa a acusação
Que feita pelo porteiro!
Não basta desculpa não
Pois mexeu no mundo inteiro
O prejuízo tá feito
Cabendo reparação
Porque com todo defeito
 Inda existe retidão
(1438)
Certo que já desmentiu
Mas isso foi muito pouco
Pois nosso Estado faliu
Isso é conversa de louco
Sei não, será que tem jeito?
O governo já carente
No regime de direito
Mas essa emissora ausente
(1439)
Mas tudo já caminhava
Parecendo resolvido
Porém de longe cantava
Um deputado renhido
Falando nesse AI cinco
Lá da década sessenta
Com coisas sérias não brinco
Tal ideia não sustenta
(1440)
O Bolsonaro falou
Que nisso não se pensava
Foi um sopro que murchou
Quando nem se imaginava
Quando se quer não se diz
Quando se diz não se quer
São muitos nossos Brasis
Não é como algum, qualquer
(1441)
A revolta foi tamanha
Falaram em cassação
Do mandato, coisa estranha
Pois livre de opinião
Noutro dia na sessão
Um deputado sem foco
Disse que Moro é ladrão
E não recebeu o troco
(1442)
Então fala o Senador
Dele sendo o seu irmão
Agora a coisa piorou
Esse é AI seis cidadão
E nesse clima fervendo
Que não faz bem a nenhum
O país fica temendo
Com tanto prucurundum
(1443)
Sobre essa tal ditadura
Que houvera sido pregada
Causou demais amargura
E foi mais uma piada
O pobre do deputado
Falou no “condicional”
Não pode ser amputado
Pra mim nada de anormal
(1444)
Não sei porque tanta gente
Tem medo de militar
Pois até são competentes
Só fazem nos ajudar
Quando se está em perigo
Todo mundo então apela 
Pra eles pedem abrigo
Até com muita cautela
(1445)
Quem tem contas a prestar
Em face de seus malfeitos
Pra esses valem chiar
Porquanto têm seus defeitos
Mas eles estão calados
Cada qual no seu lugar
Porque estão preparados
Para a hora de atuar
(1446)
Em defesa do país
E também do cidadão
Isso todo mundo quis
No momento da eleição
Sempre bom andar direito
Pra levantar a nação
Não piorar o conceito
Que se tem no coração
(1447)
Sem imprensa não se vive
Sem governo também não
Vamos fazer um declive
Botar a bola no chão
Trabalhando sem cessar
Quem ganhou, na direção
Não vale a pena tentar
Tumultuar a nação
(1448)
Bem melhor fazer acordo
Pra resolver o problema
Do Brasil que tem a rodo
É negócio de cinema
Tem tanta empresa quebrada
Tantos são os desempregos
A Pátria regenerada
Para todos os sossegos 
(1449)
E se o Tribunal quiser
Soltar essa leva toda
Já tem tudo de colher
Quem quiser que se exploda
São livres os seus poderes
Todos foram nomeados
Basta cumprir seus deveres
Para os cargos ocupados
(1450)
Voltando ao meio ambiente
Na praia aqui do Recife
Eu nem conto, minha gente
O povo come rosbife
Brincando na madrugada
E pela beira da orla
Muita droga é achada
Que de sopro fazem bola
(1451)
Camisa de todos tamanhos
Cheias ou mesmo esfoladas
Por conhecido ou estranhos
Depois de grande gozada
E também outras surpresas
Calcinhas e proteção
Das regras de sutilezas
Cuidado com boi tudão
(1452)
Brinquedos tem a granel
Para os gostos diversos
Alongamento em anel
E vibradores convexos
Até fraldas de criança
E mamadeira do leite
É completa a matança
Só falta mesmo o azeite
(1453)
O litoral muito grande
Quilômetros de enxurrada
Onde a galera se expande
Ao sabor da garotada
Arrastão que nem se conta
Todo dia é dia santo
Porque a gangue amedronta
Impondo a nós o seu espanto
(1454)
Noutro dia uma senhora
Achou belo megafone
Disse que chegou a hora
De gritar no microfone
 Na vida em nada melhora
Tem de ter a salvação
Daquele tempo de outrora
Que nos deu satisfação
(1455)
Mas voltando àquele assunto
Todo dia um quiproquó
Diabo sempre está junto
Vai deixando muito nó
Pra desatar é difícil
Terá de ter bem astúcia
Vale a pena sacrifício
Não é nada de pelúcia
(1456)
Porém vamos e venhamos
A Globo sabe o que faz
E mesmo que não queiramos
É por demais perspicaz
Pois falar do presidente
Nesse seu maior jornal
Audiência contundente
Isso né bom afinal!
CORDEL – O que eu quero pro futuro do Brasil – Continuação – 05.11.2019 (PRL)
(1457)
Ontem eu vi com tristeza
No domingo especial
Aparentando fraqueza
Um apelo sem igual
Desejava o presidente
Que a Rede Globo lhe desse
Pra falar pra muita gente
Cinco minutos merece
(1458)
No Jornal Nacional
Que é sempre mais assistido
Neste Brasil de Cabral
Mas disso estou convencido
No país e até lá fora
Porque na realidade
Mesmo inda triste, embora
Tem alcance de verdade
(1459)
Lá no Estadão Publicaram
Negócio de arrepiar
Deputados que pagaram
Mesmo que particular
Despesa com advogado
Um dinheiro de lascar
Esse país desastrado
Jamais pode prosperar
(1460)
Da verba daquele fundo
Que foi feito pros partidos
Isso chega a ser imundo
Saudade de tempos idos
Pronde é que estamos indo
Pergunta que não se cala
E os pobres ressentindo
De mesa farta na sala
(1461)

Fez questão de destacar
Mais a turma do partido
Pra poder só contestar
O presidente querido
Como dele culpa fosse
Essa grande safadeza
Não deixa de ser um coice
Ao roubar nossa riqueza
(1462)
Então morro de vergonha
Com esse tal disparato
É bem melhor tocar bronha
Olhando pro teu retrato
O pobre tá desgraçado
Não sobra nada pra nós
O gasto desenfreado
Encoberto nos lençóis
(1463)
Ontem no supermercado
Uma coisa me chocou
Estava sendo roubado
É verdade sim senhor
Pois um queijo que era sete
Carimbado no produto
O desonesto repete
Um aumento enorme e bruto
(1464)
Na passagem pelo caixa
Sem querer olhei a conta
E vi uma coisa baixa
Considerei uma afronta
Porque saiu registrado
O queijo por dezesseis
Já nem falo no quebrado
Digo aqui para vocês
(1465)
A gerente foi chamada
Numa demora da gota
Quando chegou animada
Minha cabeça já rota
Mexeu lá no sistema
Menos sete vai pagar
Abater é nosso lema
A nota vai registrar
(1466)
Aliás esse tal queijo
Que compro para regime
Subiu tanto que prevejo
Parar porque isso é crime
O novo agora é dezoito
Aumentou covardemente
O brasileiro é afoito
Engorda toda essa gente
(1467)
O tal pão de doze grãos
Do meu regime, freguês
Vem matando cidadãos
Em pouco mais de um mês
Subiu de seis para onze
Parece tudo cartel

Levou a taça de bronze
Pobre está no beleléu
(1468)
Vem o governo dizendo
Que não temos inflação
Penso que está só querendo
Enrolar o cidadão
Ou será que ele não sabe
Dessa que é a rotina
Que ao pobre sempre enrabe
No seco sem vaselina
(1469)
E no fim do expediente
Na hora de condensar
Tal apurado o gerente
Para o imposto pagar
Declara ter dado desconto
A todos os seus fregueses
Confesso que vivo tonto
Sofrendo com tais burgueses
(1470)
Hoje eu vi na Comissão
Que revê a lei penal
Só me causou emoção
Um Promotor bem legal
Numa boa sugestão
Defendeu com maestria
Uma profunda inclusão
Repleta em sabedoria
(1471)
Que seja então garantida
Proteção da testemunha
Que fica sem a guarida
Quando por vezes se expunha
Sujeita a qualquer revide
Talvez por parte do Réu
Se condenado na lide
Prele tiro o meu chapéu
(1472)
Na verdade, meu senhor
O governo nem garante
A vida do Promotor
Quanto mais do meliante
Que às vezes de horror
Tem tratamento gritante
O sistema é um terror
Mas temos de ir avante
(1473)
À tardinha pude ver
Um jogo, grande espetáculo
Foi o Flamengo meter
Quatro a um no Tabernáculo
Que é o Maracanã
Paraíso do Uruguai
Como Adão, comeu maçã
Do ano cinquenta, jamais
(1474)
O time do Parque entrou
Nas garras desse Urubu
Que goleou e deu show
Cavando que nem tatu
Sua bola bem corrida
Mexeu com toda galera
Que vem gozando na vida
Parece tudo quimera
(1475)
Dois fatos a registrar
Por conta do bom juiz
Porque resolveu marcar
Um Pênalti porque quis
Justo em favor do Flamengo
Que não precisa de ajuda
Um time de muito dengo
Se brincar, Deus nos acuda
(1476)
E também em outro lance
Justamente contra o Mengo
Eu vi toda performance
Parecendo mamulengo
Que não se pode dizer
Que um gol seria certo
Mas tem tudo pra fazer
A distância é muito perto
(1477)
O VAR não foi consultado
Porque teve sim certeza
Do que havia apitado
Depende da sutileza
Mas estou desconfiado
Que ele quis ajudar
Com o campo tão lotado
Para a torcida vibrar
(1478)
Nessa pisa do Carille
Treinador de muita sorte
Acabou todo desfile
Dessa vez levou um corte
Talvez volte para a China
Se verdade inda não sei
Porque lá o bobo ensina
E tendo um olho é rei
(1479)
Noutro dia foi o Grêmio
Levou cinco na caçapa
Renato perdeu o prêmio
E quase então que derrapa
Do jeito que a coisa vai
O Flamengo é campeão
Não utiliza do cai-cai
A bola corre no chão
(1480)
Voltando ao mundo político
A notícia bem recente
É que no momento crítico
Foi um pedido bem quente
De apuração no Congresso
De fatos do Senador
Que se mostrando travesso
Anda pregando o terror
(1481)
Tem se mostrado agressivo
Junto de seus camaradas
Com discurso corrosivo
Querendo duras jornadas
Da militância aguerrida
 Que debaixo d’água até
Pro PT dá sua vida
Acredite se quiser
(1482)
Estão querendo arranjar
Claro, sua cassação
Que difícil de levar
Pela lei desta nação
O parlamentar é imune
De tudo que lá disser
Até porque não se pune
Pois é tudo laisser-fair
(1483)
Hoje vi lá no Senado
Uma coisa costumeira
Esse negócio arranjado
Que pra mim é brincadeira
Reunião ordinária
Com somente dois senhores
Mas vá na conta bancária
Que tá cheia de louvores
(1484)
E fica na tabelinha
Um fala, outro preside
É tu na tua eu na minha
A soberba então reside
Pois quer sair na telinha
E mostrar pra seu Estado
Nada de sua entrelinha
Nesse orgulho descarado
(1485)
Um Senador de Sergipe
Todo dia mete o pau
Pareceu estar com gripe
Um médico sem igual
Esculhamba esse governo
Por todo mal que acontece
Não tem nada de fraterno
Penso que ele inda cresce
(1486)
Pois assim vai discursando
Até seu povo cansar
E também acreditando
Que este país vai quebrar
Mas elogiando aliados
Se esquece que toda merda
Foi feita por aloprados
Este governo é que herda
(1487)
Não vi, porém me disseram
Que a Ministra Cármen Lúcia
Sem pedir, mas sim fizeram
Com aliás muita astúcia
Manifestação de apoio
Não entendo do porquê
Porquanto ela não é joio
E bem capaz de entender
(1488)
Artistas de bom renome
De muito boa edição
Que bom dinheiro consome
Do povo com emoção
Cantores e produtores
Coloca a mídia em ação
Da Globo são sedutores
Com saudade da ilusão
(1489)
Voltar aos tempos de outrora
Dos incentivos fajutos
Dinheiro jogado fora
Benefício pros arautos
Sem ajudar ao mais pobre
Que sofrendo sem suporte
Sem qualquer fio de cobre
Entregue à própria sorte
(1490)
Não se viu pobre sequer
Nessa manifestação
Acredite se quiser
Que no fundo é intenção
De seu voto conquistar
No julgamento da ação
Pra condenados soltar
Essa é nossa opinião
(1491)
Mas eu já ia dormir
Quando vi na internet
O MSN se referir
Numa tristonha manchete
Declarações reveladas
Da Janaína Pascoal
Não sei se foram criadas

Por essa turma do mal
(1492)
É que segundo a jurista
Deputada Estadual
Uma nacionalista
Se tem melhor é igual
Que tem receio profundo
Que Bolsonaro não termine
O seu mandato profundo
Que tudo se contamine
(1493)
Andar mal acompanhado
O motivo principal
Não crê que nossos soldados
Por conta dum ideal
Assumam esse mandato
Não é o ponto fulcral
Tem muito apoio das ruas
Mas não seria legal
(1494)
E também se referiu
A erros de sua família
Que tem de tomar Doril
Levando toda mobília
Deixar o homem em paz
Muito bem aconselhado
Não vale esse leva e traz
Sendo tudo apaziguado
(1495)
Chegou então a dizer
Sente a ausência do Moro
Que está deixando correr
Sem seu apoio sonoro
Como tudo antes era
Porque agora há distância
Bem que o povo quisera
Que tudo sem discrepância
(1496)
Falou em alternativas
Mas não disse quais seriam
Mas nenhuma subversiva
As opções se abririam
O que sempre vislumbrei
Não um golpe, mas ação
Um grito forte bem sei
Um freio de arrumação
 CORDEL – O que eu quero pro futuro do Brasil – Atualização – 06.11.2019 (PRL)
(1497)
Num gesto bem-educado
O presidente levou
Pessoalmente ao Senado
A proposta que pensou
Diminuir os Estados
Tentando economizar
Os dias estão contados
Senão o país vai quebrar
(1498)
E se fez acompanhar
Do ministro Paulo Guedes
Para poder reforçar
Para quem quer nada impede
Foi uma boa maneira
De dar força à pretensão
Uma voz sempre altaneira
Em toda sua extensão
(1499)
O fulcro do documento
Tem três bases principais
Reduzir procedimentos
Deixar o ruim pra trás
Pretendendo economia
De uns quinhentos bilhões
Em quinze anos daria
Para ajudar multidões
(1500)
Esse negócio de esmola
Que prefeitos se acostumam
Pra Brasília de Sacola
E nenhum dinheiro arrumam
Também o governador
Andando pra lá e ao léu
Volta triste sim senhor
Por que nada no chapéu
(1501)
Vai mexer com estrutura
Reduzindo municípios
Pois vivem na sepultura
E só trazem malefícios
Com menos de cinco mil
Habitantes lá no censo
Precários que nem covil
Vão cair eu me convenço
(1502)
Com menos de dez por cento
Do total da geração
Da renda própria sedento
Perderá a posição
E vão ser anexados
A um vizinho maior
Reforçando resultados
E será muito melhor
(1503)
Em síntese vão voltar
A tudo que era antes
Menos despesas gerar
E daí seguir avante
Porque gente aqui pra nós
Há cidade bem precária
E todos dirão após
Mas quanta gente tão otária!
(1504)
Porque foram concebidos
Na tora, chute e pirraça
Pra socorrer escolhidos
Político em cada praça
E daí as consequências
Em todos os três poderes
Sem dar bolas pra carências
Nem da falta de afazeres
(1505)
Tem também esse negócio
Que é próprio do país
Assim como sacerdócio
Isso todo mundo quis
A tal de estabilidade
Nos empregos estatais
Sem olhar capacidade
Essa coisa que é demais
(1506)
Penso seja este Brasil
O único país do mundo
Em que fingindo servil
Empregado vagabundo
Enrola e é promovido
São direitos sem deveres
Tudo está bem pervertido
Segundo os seus prazeres
(1507)
Claro que há exceções
Tem gente trabalhadora
E firme nas decisões
E atuação produtora
Que sempre se prontifica
Em qualquer situação
O trabalho dignifica
Sua alma e o coração
(1508)
E só depois de dez anos
Conseguirá segurança
Ausente dos desenganos
Firmada sua esperança
Porque passou por estágio
Que provou em ser capaz
Sem precisar de sufrágio
No chefe ou seu capataz
(1509)
Novos níveis de carreira
Abolindo a demasia
Tem cargo de faxineira
Numa pura heresia
Tem também de datilógrafo
De auxiliar de vigia
Parece que de filósofo
Mas disso ninguém sabia
(1510)
Falam numa prefeitura
Que não tinha nem piano
Quando da ficha a leitura
Logo notaram o engano
Na folha de pagamento
Sim, isso mesmo na lista
Estava no assentamento
Salário do pianista
(1511)
E na reforma do Estado
Dinheiro deve chegar
Lá na ponta esse legado
Muita coisa vai mudar
Porque no quadro atual
O dinheiro vai sumindo
E nunca chega o total
Porque só vão repartindo
(1512)
Daqui damos só um toque
Não se pode condensar
Essa proposta de choque
Num cordel e deslanchar
Até porque falta tino
Deste pobre curioso
Que por ele nem assino
Porque não sou orgulhoso
(1513)
Ontem vi daqui um vídeo
Duma pessoa chorosa
Sem o jeito de canídeo
Falando com muita prosa
Tive pena até da Joyce
Que se mostrava famosa
Falou que levara um coice
De gente que mais gulosa
(1514)
E perdeu a liderança
Com todas as mordomias
Pra ele sem mais festança
Com as suas simpatias
Talvez lhe tenha tocado
A mosca desse poder
Que nos faz mudar de lado
Por vezes só por prazer
(1515)
Então parece que fez
Uma denúncia formal
Foi contra todos, os três
Filhos desse homem mal
Que neste agora em repente
Para alguns não serve mais
Incrível como essa gente
Esquece o que ficou atrás
(1516)
Uma outra novidade
Foi que nossa Federal
Andou em muita cidade
Isso que já é normal
E quarenta desta vez
Foram somente intimados
Tem até muito burguês
Na lista dos felizardos
(1517)
Os pedidos de prisão
Todos foram denegados
Mas só nessa ocasião
Para serem bem pensados
Pelo Ministro Fachin
Que relator do processo
Agindo bem certo assim
Querendo conter excesso
(1518)
Esse caso se refere
À eleição de catorze
Quando dali se interfere
Umas jogadas atrozes
De compra de uns apoios
Pra ganhar a eleição
Da Dilma por alguns joios
Com dinheiro da nação
(1519)
Enquanto isso uma afronta
Ocorre em Câmara baixa
Uma ONG que amedronta
Querendo tomar a faixa
Do Jair, o Capitão
Entrando com um pedido
Assim como imposição
Com enredo malnutrido
(1520)
É novo terceiro turno
Inda daquela eleição
Num momento que diurno
Não cabe contestação
Mas houve aquela promessa
De não deixar governar
Que só então interessa
A quem quer tumultuar
(1521)
Aliás nesta semana
Recomeça o julgamento
Se a memória não me engana
De todo aquele excremento
Da prisão antecipada
Ou seja, em segundo grau
Que vem tocando arrastada
Num gesto cara de pau
(1522)
A decisão tá na cara
A soltura desejada
Que talvez seja bárbara
Pra nação desenfreada
Decerto vem a caminho
Não quero mal pra ninguém
Sou um cara bem sozinho
Não julgo pois não convém
(1523)
O processo recrudesce
Falo dos irmãos Batista
Procurador aparece
E vendo que está na lista
A delação premiada
Que lhes trouxe só favor
Para o país quase nada
Quer cancelar sim senhor
(1524)
Porque alegando o justo
O crime continuou
Para o povo teve custo
No lucro que resultou
Porque mexeu no mercado
Provocando turbulência
Negócio bem planejado
Com toda a competência
(1525)
Esses senhores teriam
Abusado da confiança
E logo escorregariam
Naquele mar de bonança
Porque essas delações
Devem ser bem exigentes
Precisam de reflexões
Não ajudar delinquentes
(1526)
Vai competir ao Ministro
Prestigiar o pedido
Fica dentro do previsto
Caso esteja convencido
Esses jovens foram presos
E soltos com rapidez
Mas agora estão ilesos
Podem voltar ao xadrez
(1527)
Pelo que se ouve dizer
São os grandes produtores
De proteína animal
E são demais captadores
No mercado mundial
Perante os investidores
De recursos sem igual
Nisso também são doutores
(1528)
Essa noite eu conversava
Aqui com minha mulher
De vez em quando rezava
Pra ser bom o que vier
Mas ela então de repente
Num suspiro, num instante
Sugestão inteligente
Saiu assim de rompante
(1529)
Disse-me ela, então veja
O governo poderia
Acabar essa moleza
E com tanta correria
Viagem, diária, aluguel
De tantos parlamentares
Está virando escarcéu
São de altos patamares
(1530)
Nessa ideia que concebo
A base de cada um
Seria sua cidade
Sem esse tal zumzumzum
Só o líder do partido
Seguiria pra Brasília
Pra votar o discutido
Resumindo a camarilha
(1531)
Veja só a economia
Aos cofres, nosso Tesouro
Reduzindo regalia
Sem criar qualquer desdoiro
Difícil ser aprovado
Pra mexer na própria carne
Cada qual é vacinado
Contrário a qualquer desarme
(1532)
Mas claro que foi talvez
A melhor dessas propostas
Pois vi muita sensatez
Diferente desses bostas
Para o dinheiro sobrar
Mas precisa de algo roxo
Não somente de falar
Ou então de cara frouxo
(1533)
Vou parando por aqui
Tô cansado pra carai
A certeza que vivi
Durou tão pouco afinal
Mas o tempo vai passando
Fica vã toda esperança
Quanta força vai minando
Quero sair dessa dança

CORDEL – O que eu quero pro futuro do Brasil – Continuação – 07.11.2019 (PRL)
 
(1534)
Quarenta e três senadores
Assinaram bela carta
E levaram pros doutores
Com argumentação farta
Fizeram também louvores
Manifestando adesão
Pois até são defensores
Da discutida prisão
(1535)
Logo após segundo grau
Que já foi consolidada
Em votação infernal
E não precisa mais nada
Tudo isso é carnaval
Pois a culpa já formada
Lá num grande Tribunal
Não é mais do que jogada
(1536)
De robustos defensores
Nada cobram afinal (!)
Por amor são causadores
Desse troço que faz mal
Trazendo na polvorosa
Na mexida descabida
Com muita conversa e prosa
As provas foram colhidas
(1537)
Daqui já disse um bocado
Se quiser soltar os presos
Não precisa de recado
Atestem que são ilesos
E mandem todos pra casa
Pra causar muito tumulto
Que a vida da gente atrasa
E pode ser só insulto
(1538)
Alguém parou pra pensar
Os gastos desses processos
Que vai o povo onerar
Tudo nesse retrocesso
A população atenta
Não deseja isso mudar?!
É o que se salienta
Pois é melhor se mancar
(1539)
O grande doutor Fachin
Do Supremo Tribunal
Teria dito ontem sim
Que vai ser tudo normal
Mas que se for decidido
Por acatar os recursos
Ninguém se sinta ofendido
Com nenhum desses discursos
(1540)
Muita gente tá apostando
Que será de cinco a cinco
O placar vem demonstrando
Mas com isso eu não brinco
Talvez seja sete a quatro
Em favor da liberdade
Inda bem que esse teatro
É pura realidade
(1541)
Eu já vi alguém gritar
Que a chuva está bem fraca
O agricultor vai pifar
Pois com a seca se atraca
Todo ano de eleição
A indústria funciona
Da seca na região
Nordestina, que emociona
(1542)
Pra prorrogar os contratos
Dos pobres agricultores
Que precisam de aparato
E do favor de gestores
E então o bolo crescendo
Com os de anos passados
Com os juros dos horrores
Os pobres ficam quebrados
(1543)
Já se disse muitas vezes
Que a zona do Nordeste
De bode se criam reses
Porque afinal é agreste
O bode come até cerca
De tabica e de avelós
Muito antes que eu me perca
Ou que calem minha voz
(1544)
Claro que rendendo votos
O político se deita
Não vai de carro ou em motos
Levando sua maleta
Lá na terra acerta tudo
Mostra todos os detalhes
Afora algum conteúdo
Pra não sofrer achincalhes
(1545)
Sobre o leilão do petróleo
Que ontem se realizou
Não terminou em imbróglio
Setenta bi arrecadou
Então ficou reduzida
Toda a participação
Fiquei aqui na torcida
Por maior apuração
(1546)
De Estados e Prefeituras
No bolo desse dinheiro
Para conter as agruras
Do povo tão altaneiro
Mas isso é dinheiro certo
As reservas são riqueza
E novo leilão aberto
Vai faturar com certeza
(1547)
Veja quanta enormidade
Tudo aquilo que vendeu
Entenda por caridade
Em nada comprometeu
Pois é só o excedente
Do teto de cinco bi
De barris, daí pra frente
Há muito para extrair
(1548)
Por vezes me causa medo
Dos buracos que ficando
Nesse profundo segredo
Que só o mar vai guardando
O que fica em seu lugar
Se água, sal ou areia
Sou bem leigo pra falar
Sobre assunto que mareia
(1549)
E depois quando estourar
Fenômeno inesperado
Que ninguém queira alegar
Que isso não fora estudado
Um tsunami por acaso
Que no fim só deixa o resto
Como deixou tudo raso
Um continente funesto
(1550)
Quem tem medo de cagar
Não come só toma suco
Será que é bom arriscar
Não sei, pois fico maluco
Com essa tal de ciência
Que brinca com nossa sorte
Por vezes em leniência
Pode trazer mesmo a morte
(1551)
A Petrobras foi destaque
Nesses recentes leilões
Mostrando que já é craque
Falo aqui com meus botões
Nessa hora é estatal
Por vezes tem benefício
Mas na hora crucial
Sempre diz ser seu ofício
(1552)
Eleva todo seu preço
Com base sim no mercado
Como pobre sim padeço
Pois o dólar disparado
Ora se ganho em reais
Como em dólar vou pagar?
Será bom que alguém capaz
Ponha um freio pra arrumar
(1553)
O negócio é tão dureza
Que nem mesmo o presidente
Pode ter uma afoiteza
E ajudar toda essa gente
Que empobrece a cada dia
Com essas regras tão duras
Que em mim dão alergia
Benditas as criaturas
(1554)
Venho me apercebendo
Que não só a Rede Globo
Só críticas vem fazendo
Com seu famoso arroubo
Mas também outras tevês
Como a BAND por exemplo
Não é muito rara a vez
Que fala dele e do templo
(1555)
A Cultura nem se fala
Essa já é conhecida
E que bom que não se cala
Mas parece desvalida
Jornalistas de primeira
Parece que de encomenda
Por vezes dizem besteira
Talvez estejam de venda
(1556)
Até mesmo a do Senado
E da Câmara do Maia
Parece estar tudo armado
Para que a Casa caia
Falo na do presidente
Porque assisto entrevistas
De gente falando mal
Sejam do ramo ou artistas
(1557)
Talvez escolhido a dedo
Cada um dos visitantes
Que só complicam o enredo
Com todos seus agravantes
Aliás bom que se diga
Dessa estrutura montada
Está enchendo a barriga
Da TV que tá inchada
(1558)
Pra competir com empresas
Do ramo já conhecidas
Todo dia com surpresas
Novas caras conhecidas
E pra que funcionar
Vinte e quatro horas por dia!?
Só pra dinheiro gastar
E também hipocrisia
(1559)
Estou ficando cansado
Com certos comportamentos
Ligo a TV do Senado
Dou de cara com jumentos
Que querem esculhambar
A merdinha que inda resta
E falam mal de lascar
Só dizem o homem não presta
(1560)
Então mudo de repente
Vou pra Câmara Tevê
Pois é pior minha gente
É desgraça pra valer
Não tem muito cidadão
Que fale pra defender
Uns dois ou três de plantão
Lutando pra arrefecer
(1561)
É bem nítida e cruel
A falta de liderança
Que cumpra com seu papel
Até parecem criança
Engolidos por panteras
Escolados no discurso
Leões e outros que feras
Inclusive o amigo urso
(1562)
Alguns são despreparados
Nunca que foram do ramo
E ficam todo enrolado
Isso daqui eu reclamo
A culpa toda é do povo
Que não tem em quem votar
Se não tem tu vais de novo
Pra todo mundo enganar
(1563)
Dos que defendem o bem
Vou somente aqui falar
Desse do Rio de quem
Pode sim impressionar
Falo do OTONI DE PAULA
Esse um grande baluarte
Quando começa alguém cala
Dispara seu bacamarte
(1564)
Eita rapaz competente
Fala bem e faz correto
Não aguenta sorridente
Insulto de analfabeto
E desse o Brasil precisa
Eleger bem muito mais
Com sua fala concisa
Vai muita gente pra trás
(1565)
Nem o próprio presidente
Tem tanta sabedoria
Deve ser bem mais prudente
Não entrar nessa anarquia
Não sei porque esperar
Pra rescindir um contrato
Se um dos lados falhar
Pode fazer o distrato
(1566)
Outra coisa bem visível
Não parece ser político
Porque isso não é crível
Nesse momento tão crítico
Fundir tantos municípios
Às vésperas da eleição
Pode exigir sacrifícios
E faltar boa adesão
 
 ARTIGO – Presunção de inocência – 08.11.2019 (PRL)
 
Preliminarmente, não vai aqui nenhuma crítica à decisão emanada do Supremo Tribunal Federal, em data de ontem, quando reverteu entendimento anterior no qual reconhecia o instituto da prisão após sentença confirmada em segundo grau, por ser inconstitucional, consoante votação por 6 x 5 de plenário. O que se pretende é apenas dizer da opinião de um curioso nesses assuntos da área penal.
Ora, se a primeira aula sobre a matéria, nas faculdades, trata de que “Não há crime sem lei anterior que o defina”, e isso já fora confirmado nos julgamentos a nível de colegiado, esgotando-se as etapas da comprovação dos fatos e da apresentação das provas, por que esse orgulho de nossos Juízes de chamar para si todas as decisões vindas de baixo, assim como quem diz: “Quem manda aqui sou eu!!!”. Na verdade, essa lide já havia sido decidida em julgamento de 2016, pelo mesmo placar, em favor da tese ora desmanchada. Por que mudar, se os ilícitos continuam vivos e encartados nos respectivos processos? Ao bel prazer das celebridades, não deveria.
No Brasil, permita-me a digressão, o Código vem sendo lido ao inverso, ou seja, “Não há lei sem crime anterior que o defina”, é o que se pode deduzir da marcha dos acontecimentos. Essa decisão, correta pra uns e esdrúxula para outros competentes causídicos, pode funcionar como um recado curto e grosso no sentido de que o TFR e o STJ poderiam ser extintos, de vez que estariam  somente nos proporcionando despesas sem qualquer compensação para o Estado, que fica impedido de oferecer ao cidadão de bem a resposta que a sociedade exige, dando todos os direitos aos réus, inclusive o da “Presunção de Inocência”, mas punindo-os pelos males que fizeram às instituições brasileiras e, consequentemente, ao seu povo.
A “Presunção de Inocência”, data vênia, segundo nosso pensar, seria como estar numa balança (de um lado), e no outro prato a “Formação da culpa”. No primeiro prato o peso dez, por exemplo, e no segundo, zero. Portanto, 10 a zero em prol da inocência no começo da pesagem.  À medida em que os fatos e provas vão se constituindo, o prato mais pesado vai cedendo lugar ao seu vizinho, de sorte que a tendência é se inverter o primeiro resultado, senão totalmente, mas de sorte que haja uma diferença razoável em favor da culpa, e vice-versa. E a maioria vence. E isso não poderia mais ser julgado nas instâncias superiores.
Simples assim. Pergunta-se: Pra que voto de duas horas para insistir no orgulho de que se presumem inocentes réus já confessadamente tidos como culpados? Somente Deus poderá saber.
Não, não sou contra coisa alguma. Por vezes falei aqui mesmo que deveriam soltar o ex-presidente, até mesmo porque ao contrário da Constituição, na prática, nem todos são iguais perante a lei. É da natureza humana a cria ser fiel ao criador.
 
Meu abraço.
SilvaGusmão 
 
 CORDEL – Mote: Num governo vigoroso/Outra seria a postura – 09.11.2019 (PRL)
 
 
(1567) 
É claro que aqui estamos
Para cumprir nossa lei
Sempre nos regozijamos
Por isso mesmo ansiei
Estava muito nervoso
Nunca quis a ditadura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1568)
Porque teriam respeito
Com o povo sofredor
Pois não seria direito
Distribuir tal favor
Para qualquer ardiloso
Ou cheio de diabrura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
(1569) 
Falaram até em conchavo
Gigante, tal “acordão”
Mas daqui eu nada cravo
E não meto a minha mão
Pois nesse clima viscoso
Vai caber muita fervura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
(1570) 
Quando se faz algo errado
Nada se pode exigir
Precisa estar preparado
Pra tudo que possa vir
Tudo fica tenebroso
Então só vem amargura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1571)
Não se pode falar tanto
De coisas simples, banais
Pra não se perder o encanto
Nem mesmo nos maiorais
Num momento belicoso
Precisando de bravura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1572)
Há de corrigir o rumo
De certas coisas maléficas
Que complicam todo o prumo
Tirando todas estéticas
Lutar contra astucioso
Precisa de envergadura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1573)
Quando se pede um favor
O troco tem de pagar
E fica tudo um horror
Pois vão querer te ferrar
No mundo tudo é maldoso
Tem de comer rapadura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1574)
Por vezes alguém pediu
Pro malandro lhe ajudar
Sem saber pois nunca viu
Esse danado roubar
Sendo o cara duvidoso
E mesmo sem compostura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
(1575) 
Comandar é sacrifício
Nada se pode esconder
Mesmo que seja suplício
Tudo tem de resolver
Se afastar de criminoso
Com medo da criatura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1576)
Não confie em tanta gente
Por conta dessa maldade
Nunca seja leniente
Com toda sinceridade
Tenha pena do leproso
Com ele tenha ternura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1577)
Não queira unanimidade
Porque se torna impossível
Mas existe qualidade
Mesmo de lado sofrível
Por vezes atencioso
Colhendo a semeadura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1578)
E não se abata por nada
Nosso oceano é profundo
Cuidado com camarada
Que pode ser vagabundo
Isso é bem doloroso
Porque lhe falta lisura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
(1579) 
Respeite o poder alheio
Não se mostre subalterno
Diga forte pra que veio
E seja um chefe moderno
Mas também criterioso
Perfeito na sua altura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1580)
Suspenda tanta entrevista
De roldão ou de improviso
Com pretenso jornalista
E se der seja conciso
Mas se mostre cauteloso
Nessa sua investidura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
(1581) 
Querem só se aproveitar
De sua sinceridade
Tentando então arrancar
Toda e qualquer novidade
Pois o cara escandaloso
Vai tentar sua fritura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1582)
Medidas de muito impacto
Nesse clima tão hostil
De Deus não perca contato
Em favor deste Brasil
Mas deixe de ser guloso
Devagar e sem loucura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1583)
Não assanhe o formigueiro
Também não pise na lama
Não se ferre com blogueiro
Pois alguns só querem fama
Pode ser pernicioso
Aqui, acolá, porventura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1584)
Sabe, nunca fui político
Apesar de assediado
Sou um sujeito até crítico
Não daria pro riscado
Por vezes impetuoso
Escapei da queimadura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
(1585) 
Tem gente lhe incentivando
Numa briga sem limite
Por isso que cultivando
Daqui dou o meu palpite
Pode ser crime culposo
Fuja dessa embocadura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1586)
Não machuque todo apoio
Que nosso povo lhe deu
Se afastando desse joio
Como sim nos prometeu
Não se apresente afrontoso
Esqueça dessa soltura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
 (1587)
Mas o povão quer saber
Do governo a posição
Se contra, diga o porquê
A respeito da prisão
Porquanto está curioso
De boca em plena secura
Num governo vigoroso
Outra seria a postura
CORDEL – O que eu quero pro futuro do Brasil – Continuação - 15.11.2019 (PRL)
 
(1588)
Confesso aqui minha gente
Que perdi toda vontade
Desse escrever pertinente
Porque só vejo maldade
De grupos bem orquestrados
Que perseguem o poder
Até mesmo magistrados
Não cumprem o seu dever
(1589)
Falando de independência
Mas só da boca pra fora
Mas se metem com frequência
Decidem e vão embora
Na seara de terceiros
Isso me causa tristeza
Mas deviam ser guerreiros
Invés de vossas altezas
(1590)
Na discussão da prisão
Que na Câmara se esvai
Há muita rebelião
Com agressão do “carai”
De um lado defensores
Do crime que se escancara
Para ajudar malfeitores
Em delito que não sara
(1591)
Porque no segundo grau
Não se olha nem pra prova
Que ficou no lamaçal
Não insista nessa trova
Que pro direito faz mal
Então querer anular
Todo o processo é banal
E não deve prosperar
(1592)
Não vi o Procurador
Geral de nossa República
Lutar com tanto fulgor
E pouco fazendo súplica
Ao contrario pouco esteve
Não se fazendo presente
Lavando as mãos se manteve
Do lado do delinquente
(1593)
E daqui dou meu palpite
Nessa faca de dois gumes
Que desenho no grafite
Meu caminho não tem lumes
O trunfo está no Supremo
Que governa sem limite
Somente uma coisa eu temo
Que tenha labirintite
(1594)
Porque ao invés de exigir
Pede como seja esmola
Mas como pode ruir
Findando o tempo não cola
Pra muita gente de cima
Que corre por outra linha
Afanar é obra prima
Mas só não lesa galinha
(1595)
Um escândalo recente
Causou enorme tristeza
O cara bateu de frente
Mostrando a sua pureza
Ordenou e conseguiu
Dados demais sigilosos
De gente que até não viu
Por motivos caprichosos
(1596)
Foi do antigo COAF
De suspeita esquisita
Não se joga Pife pafe
Tendo seu nome na lista
Porque não será surpresa
Caso o seu dela constar
E com toda gentileza
Você mandar apagar
(1597)
Ora por que tiraram?
Da Justiça pro BACEN
E nada justificaram
Pois é lá que tem o sêmen
São dessas coisas que adoro
O medo de ser guindado
Pelo doutor Sérgio Moro
Que anda até processado
(1598)
Um pedido irregular
Pois rompe todo sigilo
Faz inocente calar
Comigo não tenho “grilo”
Mas por que esse interesse
Também porque essa zanga
Somente pra dar benesse
Ao rico com seu capanga
(1599)
Mas o senhor do direito
Está e muito amparado
Pela força dum sujeito
Ninguém sabe do seu lado
E nesse alto patamar
De grande acordo na mão
Não adianta falar
Enterra nossa nação
(1600)
São mais de seiscentos mil
Brasileiros que constaram
Dessa lista tão servil
Que agora já avisaram
Ainda não acessaram
Aos dados do dito rol
São feridas que não saram
No canto do rouxinol
(1601)
Vocês sabem como penso
Essa medida só pode
Ser feita se de bom senso
Porque senão vai dar bode
Quem se sentir ofendido
Pode instaurar um processo
Pra punir quem atrevido
Nesse farto retrocesso
(1602)
Mas mudando de assunto
Embora já publicado
Tá velho que nem presunto
Bem gordo e bem enlatado
Já começaram os gritos
Da nossa indústria de seca
Com acenos esquisitos
Dessa gente tão sapeca
(1603)
Esse grito é um aviso
Nova seca já chegou
Eu então sou só sorriso
Lembrando do agricultor
Daquele familiar
Que vai sendo sem temor
Aprendendo a não pagar
Valei-me Nosso Senhor
(1604)
O banco então prorrogando
Sua dívida anual
Um montante vai gerando
Engana até o fiscal
E vai ficando impagável
Pois rende juros de juros
Isso que não é viável
Pois no final estão duros
(1605)
E toma novo dinheiro
Pra montar nova cultura
E com água no chuveiro
Levanta sua postura
Mas é ano de eleição
As hienas vão pra luta
Em mera repetição
E sempre a mesma conduta
(1606)
E no final da história
Dirá que choveu demais
Dou a mão à palmatória
A safra ficou pra trás
A lavoura apodreceu
Coitado, tava tão bela
Até o milho morreu
Em espiga tão donzela
(1607)
Se se fosse computar
As aguadas contratadas
Nesse nordeste a chorar
Por secas tão fabricadas
Não haveria sequer
Um metro de terra enxuta
Não se engane se eu disser
Teria peixe, até truta
(1608)
Falando da seleção
Que dizem ser brasileira
Isso é contradição
Ou é de muita leseira
Com o Tite no comando
Chamando sua patota
O povão tá esperando
A seleção patriota
(1609)
Perdeu ontem pra Argentina
Num jogo que nem sabia
Mas isso virou rotina
Pois provou que teoria
Não vence e não decide
Só vale bola na rede
Porque não há quem duvide
De gol o Messi tem sede
(1610)
Há cinco jogos não vence
Um verdadeiro alvoroço
Quando joga não convence
E só cai dentro do poço
A mudança está madura
Esse senhor nada fez
Não entrega a rapadura
Um milhão no fim do mês
(1611)
Salário de quem devia
Apresentar resultado
Mas isso eu já temia
Teria de ser trocado
Pela nova teoria
Dum Renato por exemplo
Gente nova que surgia
E que merece o seu templo
(1612)
Abarrancado no Grêmio
Da famosa Porto Alegre
Pro Portalupe o prêmio
Para que ele se entregue
Porque a Copa tá longe
Gente de fora jamais
Concentração como monge
Sem frequentar bacanais
(1613)
Vamos dar vez aos atletas
Que jogam seu futebol
De atitudes repletas
Lutando de sol a sol
Acabar com safadeza
Que consome muita grana
Vamos com delicadeza
Não nos faça de banana
(1614)
O valor que o Tite ganha
Por demais demasiado
Mas não ganha, só apanha
Já está acostumado
A comissão também cara
Ganha de papos proar
Mas não sou dessa seara
Nunca aprendi a lesar
(1615)
Outra coisa bem patente
O governo tem de agir
E sendo mais consequente
Não dá mais para iludir
Esse povo leniente
Da seleção brasileira
Parece tem dirigente
Da Globo sua parceira
(1616)
Não é privada, mas pública
A bandeira não se vende
Vai daqui a minha súplica
Quem não entende se rende
O povo quer retomar
O poder da diversão
Pra ninguém se rebaixar
Por conta da transmissão
(1617)
Dos jogos e outros eventos
Da camisa canarinha
Afastar esses sarnentos
De sujar a camisinha
Vamos embora meu povo
Lembrar dos tempos de glória
E campeões ser de novo
Pra não sair da história
(1618)
Corre lá pelo Senado
Uma boa petição
Que está jogada de lado
Contra a Confederação
Com o seu triste desmando
Mas o Davi engaveta
E não se sabe até quando
Vai vingar essa mutreta
(1619)
Mas veja bem meu leitor
Na comissão do Senado
Um parecer aprovou
Torcedor prejudicado
Bebida em campo jamais
Nos recintos da partida
O que é que o diabo faz
Muita gente despedida
(1620)
Pode aumentar desemprego
Na fábrica e no varejo
Num país que sem sossego
Com certeza é o que vejo
Porém do lado de fora
Do campo o que vai fazer
Sem bebida pois adora
Perderá o seu prazer
(1621)
Combater só o efeito
Ao invés de nossas causas
E nosso eterno defeito
Vai nos causando náuseas
Tudo está na educação
Porque costume de casa
Vai à praça de montão
E na vida só arrasa
(1622)
Soube que há Senador
Que possui quase noventa
Assessores sim senhor
Muita gente se sustenta
Nosso dinheiro jogado
No ralo do malefício
Gastança pra todo lado
E sem qualquer benefício
(1623)
Alguém já imaginou
A quanto monta a despesa
Por mês desse senador
Que precisa de limpeza
Do erário por favor
Nada mais do que torpeza
Quando soma dá pavor
Não precisa sutileza
(1624)
Oitenta e um senadores
Com essa tal mordomia
Esses que são promotores
Das leis com muita ousadia
O país não mais aguenta
Essa Casa não resolve
Pois cada um se sustenta
Na conversa se dissolve
(1625)
Agora daqui pergunto
Qual o moral que se tem
De criticar o defunto
Que ficou no vai e vem
Ora é crime ora não é
Depende do que convém
Da cadeia deu no pé
Sem dever mais a ninguém
(1626)
Por vezes fico pensando
Na famosa rachadinha
Que está contaminando
O moral que ele tinha
Porém daqui não afirmo
Porque não tenho certeza
Quando souber eu confirmo
Não gosto de safadeza
(1627)
De política dá nojo
Um ambiente profundo
A grávida tem entojo
Porque deve ser imundo
Foi feita de pai pra filho
Como trono de reinado
Mas alguns deles têm brilho
Pois entendem do riscado
 
 
SilvaGusmão
 
 
 
 
 
 
SilvaGusmão


02/11/2019 10:16 - Jacó Filho, um grande Mestre na poesia, nos mandou essa interação:

Não precisa ler jornal,
Quem acessa sua escrita.
Aqui a verdade é dita,
Mesmo sem ponto final.
É um registro histórico,
Que o estudante tem.
Verdadeiro, categórico,
E sem adular ninguém... 

Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...

Muito grato meu caro...um abraço.

Foto: INTERNET-Google
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ansilgus
Enviado por ansilgus em 27/10/2019
Reeditado em 18/11/2019
Código do texto: T6780542
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