O ônibus, a ficha telefônica e o doce de goiaba: a crônica de um amor à primeira vista - parte IX

A história de como me apaixonei à primeira vista pela minha musa.

A conversa foi muito boa,
correu como eu queria.
Nela marcamos um encontro
numa noite dali alguns dias.
A espera não seria fácil,
mas meu coração era só alegria.
Era como comer um bolo
com a cereja na sua fatia.

Mas a horas do encontro
veio a decepção.
Ligou dizendo que no dia
teria uma reunião.
Fiquei desgovernado
como barco sem timão.
Havia só desconcerto
dentro do meu coração.

Como é que seria agora?
O que eu iria fazer?
E se tudo fosse desculpa
pro encontro não acontecer?
Essa dúvida me atormentava,
me impedia de raciocinar.
Pedi pra que Deus me ajudasse
pra uma saída eu achar.

Como era de Deus todo o plano,
algo iria acontecer.
Já estava planejada
a visão que eu iria ter.
No fundo do meu quintal
um pé de goiaba se mostrava.
Carregado de frutos maduros,
que satisfação até dava.

Ainda bem que este plano
foi arquitetado por Deus.
Pois um tanto maquiavélico
a princípio me pareceu.
Como eu poderia saber
se a tal reunião era verdade?
Como ela era naquele dia,
tinha que agir com brevidade.

O plano era ter uma desculpa
para ir até onde ela morava.
Indo até lá com o pretexto
de levar geléia de goiaba.
Tocaria a campainha
e esperaria ser atendido.
Perguntaria se a Joyce estava.
Do contrário, aonde havia ido.

Tudo ocorreu como o esperado.
Só o doce que não esfriava.
Coloquei na geladeira,
dando andamento ao que planejava.
Chegando ao apartamento
com o doce ainda quente,
perguntei pela minha amada
e a resposta me deixou contente.

Continua...