Alegria de pobre dura pouco

Para tudo o que queremos

Nessa vida conquistar

Devemos ter sempre um foco

Jamais desistir de lutar

Foi assim que Zé Ferreira

De tanto perseverar

Jogando na loteria

Teve a sorte de acertar

Foi da noite para o dia

Que sua vida mudou do nada

Traçou um novo caminho

Seguiu uma nova estrada

Acabou o tempo difícil

A fase de extrema pobreza

Agora é só alegria

Fartura e muita riqueza

Tudo vai muito bem

Sem conhecer dificuldade

Já comprou carro e fazenda

Também casa na cidade

A piscina é um colosso

Dessas que só se vê em novela

A paisagem de tão linda

Parece uma grande tela

No local tem sempre comida

Bebida de qualidade

Ele até chega a pensar

Será isso realidade?

Mas com tanta riqueza vista

E mulheres de muita beleza

Logo esqueceu dessa ideia

Valorizou sua certeza

Tem loura, ruiva e morena

Todas de corpo escultural

Nada já visto antes

Uma coisa fenomenal

Charme e cultura também

Todas elas demonstram ter

E ele num canto sentado

Sem conseguir parar de ver

Nesse instante olhou para o céu

E disse ao agradecer

Uma vida nesse padrão

Jamais julguei merecer

Comida, bebida e mulher

E dinheiro de montão

Acho que me tornei foi um rei

Um verdadeiro sultão

Veio a ruiva e lhe deu de presente

Um beijo bem caprichado

A morena se aproximou

Ficando juntinho, ao seu lado

A loura por sua vez

Ofereceu-lhe uma bebida

E ele ali só pensando

Como é maravilhosa a vida

Agora não quero outra coisa

Não saio desse lugar

Eu quero é poder para sempre

Por aqui poder ficar

Comida bem variada

Vinho de alto valor

Mulheres como companhia

A vida inteira de amor

Jamais abrirei mão

De tamanha felicidade

Como um dia fui duvidar

Que isso não era verdade?

Porém existe um ditado

Da cultura popular

Que fala da alegria do pobre

E o seu tão pouco durar

Zé Ferreira então relatou

Que estava em seu melhor momento

Quando tudo se misturou

Turvando seu pensamento

No melhor de sua festa

Para seu completo azar

Alguém balançou sua rede

E fez nosso amigo acordar

Sentindo uma quentura no corpo

Que estava por demais suado

Viu que tudo não passava de um sonho

E que o bolso continuava furado

Ficou então a pensar

No meio da madrugada

Em tudo o que havia sonhado

Na vida tão abastada

Lembrou do que havia comido

Durante o seu jantar

Do que tinham lhe servido

Para ele se alimentar

Uma comida pesada

Que até lhe fez sonhar

Mas que virou pesadelo

Na hora de acordar

A culpa é da panelada

Chegou ele a conclusão

Consumida ainda mais cedo

E que lhe deu indigestão

Foi mesmo alegria de pobre

Não durou uma noite inteira

Foi só encher a barriga

Para sonhar tanta besteira

Silvan Magalhães
Enviado por Silvan Magalhães em 30/09/2019
Reeditado em 12/11/2019
Código do texto: T6757808
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