O ônibus, a ficha telefônica e o doce de goiaba: a crônica de um amor à primeira vista - parte V

A história de como me apaixonei pela minha musa ...

Quando adentrei ao ônibus

me senti maravilhado.

Uma moça de lindo sorriso

me deixou como encantado.

Naquele mesmo momento

eu já estava apaixonado

e jurei que faria de tudo

para estar sempre ao seu lado.

Percebi que aquela moça

tinha de conhecer naquele dia.

Por perto fui ficando,

não enxergava outra via.

Decidi que onde ela descesse

seria onde eu desceria.

Afinal, amor à primeira vista

não se encontra todo dia.

Os pontos foram passando

e o final se aproximava.

Conforme o tempo corria,

meu coração se apertava.

Sentindo-me incompleto

e perto de quem me completava.

A batedeira no peito

minha paixão denunciava.

Chegando ao ponto final

meu coração sucumbiu.

O máximo do suspense

foi quando a porta se abriu.

Cedi a vez para ela descer

e o meu sorriso se abriu.

Quando desci: sobressalto.

Cadê a moça? Sumiu!

Aonde foi parar a moça

por quem eu me apaixonei?

Olhei para todo lado

e ainda assim não encontrei.

Foi então que a muito custo

o seu semblante eu vislumbrei.

Abri caminho entre as pessoas

e dela então me aproximei.

Meio sem jeito fui chegando

e seu nome eu perguntei.

Joyce, disse que era seu nome.

e eu então arrepiei.

Ao ouvir nome tão lindo,

como minha esposa a imaginei.

Minha mente ficou matutando:

meu grande amor encontrei.

Ao seu lado fui andando

tentando uma conversa embalar.

Tinha de bolar um jeito

de essa moça eu reencontrar.

Pois nesta mesma noite

não poderia me declarar.

Se eu tocasse nesse assunto,

o que ela poderia pensar?

Continua...