VAMOS FALAR DE CERVEJA!
 
Há quem fale que a cerveja
Foi criação do capeta
Se pensar assim lhe digo
Que opinião obsoleta!
Vamos falar de história
Que eu buscarei na memória
E lhe falo como é
Pra lhe deixar informado
A cerveja é um legado
Da existência de Noé.
 
A Bíblia é quem nós trás
Os relatos mais antigos
Quando Noé saiu da arca
Com seus bichos protegidos
Plantou uva e cevada
Uma colheita abençoada
Diz Jeová, aqui jorre!
Vinho doce e cerveja
Deu a Noé na bandeja
Bebeu que caiu de porre.
 
Foi então que aconteceu
Uma sinistra parada
Noé “dormiu no banheiro”
E Cam foi dar uma mijada
Nisso viu o pai peladão
Então chamou seus irmãos
Pra “filmar” a presepada
No entanto Jafé e Sem
Que pensavam mais além
Acabaram a palhaçada.
 
Sobrou para o pobre Cam
Andar pelo mundo errante
Ser servo dos seus irmãos
Perdeu ouro e diamante
Melhor não tivesse entrado
Na arca e morrer afogado
A passar humilhação
Não soube tomar cerveja
Foi a vida uma peleja
Sofreu mais do que o cão.
 
Mesmo assim nossa cerveja
É um néctar do senhor
Faz muita gente chorar
Falando de antigo amor
Faz corno jurar vingança
Traz ao solitário esperança
Nos traz alegria e paz
Só basta saber beber
E pra não se surpreender
Não pode beber demais.
 
No pouco tempo que tenho
Já vi muito machão chorar
Depois que ele enche a cara
É choro de soluçar
A cerveja põe pra fora
Aquilo que apavora
Do coitado ser humano
Perde o homem a ironia
Sai de si a hipocrisia
Vem verdades sem engano.
 
Para dizer a verdade
Gosto de cerveja e vinho
E bebo porque a Bíblia
É quem me dá o caminho
Diz o salmo cento e quatro
O versículo cinco é um barato
O vinho não te consome
Salomão nos dita a regra
É o vinho que alegra
Com o coração do homem.
 
Eu não sou religioso
Nem sei fazer oração
Rezar ainda ensinaram
E nem sei se sou cristão
Mas na Bíblia eu acredito
E para fazer bonito
A Salomão vou seguir
Não sou filho de uma égua
Assim seguirei a regra
E não venha me impedir.
 
Porém te deixo um alerta
A cerveja é danada
Se perceber que por ela
Tá com a vida dominada
Dê um tempo não prossiga
Para não fazer intriga
Ou se tornar viciado
Não há nada vantajoso
Pois um porre pegajoso
É por todos desprezado.
 
Mas eu gosto da cerveja
Puro malte é como mel
Com uma música bacana
Eu escrevo até cordel
Faço uma longa viagem
Vejo em deserto miragem
Como estou vendo agora
Não que eu esteja bebendo
Porém estou escrevendo
Versos tortos a essa hora.
 
JOEL MARINHO