VIDA, MORTE E...(INTERROGAÇÃO)
 
Há uma enorme lacuna
Que toma os seres humanos
Ali com aquela inscrição
Um silêncio vil, tirano
Aqui jaz um certo alguém
Que em vida se chamou fulano.
 
Essa lacuna é a morte
Para a qual nós caminhamos
Pois a vida é um grande enigma
Por onde todos passamos
De repente tudo apaga
Só o silêncio ecoando.
 
Fica nos outros a esperança
Que um dia iremos voltar
Mas também muitas perguntas
E um grande vazio no ar
Depois que a vida acaba
O que realmente virá?
 
Esse é um grande mistério
Com certeza o maior segredo
Confundem os seres humanos
Talvez seja o maior medo
Deixa os homens depressivos
Perdido em grande degredo.
 
E a morte é um mal
Que levará a todos nós
Rico, pobre, branco e preto
Todos terão esse algoz
Com sua foice afiada
Deixa os descendentes a sós.
 
Todos cumpre sua sentença
Chicó não estava de porre
No Auto da Compadecida
Disse ele ninguém corre
É nosso estranho destino
Pois tudo o que é vivo morre.
 
E assim vamos vivendo
Até o dia final
Partiremos dessa terra
Para onde vamos afinal?
Não importa se foi bom
Ou se agiu muito mal.
 
Entre o nascimento e a morte
De todos seres da terra
Se vive, as vezes mata
Pratica a paz e faz guerra
No final todos sucumbe
Vira pó quando se enterra.
 
Mesmo com milhões de anos
E com toda inteligência
A conquista do espaço
E as descobertas da ciência
Ainda não descobrimos
Qual será nossa sentença.
 
Criamos o tal pecado
Para seguirmos um roteiro
Mesmo assim isso é tão fraco
Não há um fato certeiro
Nada que já foi criado
É ao todo verdadeiro.
 
E entre a vida e a morte
Vivemos com a mesma sina
Andando na corda bamba
Só a História ensina
Vida e morte é como o fogo
Ao lado da gasolina.
 
Que de uma hora pra outra
Haverá grande explosão
E quem viveu sorridente
Terá uma vela na mão
E depois diversas velas
Ao lado do seu caixão.
 
Por isso caros leitores
Vamos viver muito bem
Fazer sempre a coisa boa
Não fazer mal a ninguém
E não fique preocupado
Que um dia a morte vem.
 
Talvez seja a vida a dádiva
Que eu não sei explicar
Talvez venha o paraíso
Aonde iremos morar
Talvez, outra vez, talvez
Fica a pergunta no ar.
 
Então com tanto talvez
Entra no meio a fé
Há quem acredite em Buda
E outros em Maomé
Uns acreditam em santo
Outros até em encanto
Ou Jesus de Nazaré.
 
JOEL MARINHO