GÊNERO: UM DIA DE FARRA NA BEIRA DO MAR
Nasci no sertão, no interior
Mas gosto da praia que tem alegria
Tem onda, coqueiro, orla, maresia
Surfista surfando dou muito valor
Os frutos do mar, gostoso sabor
Assados, cozidos pra se degustar
Na água salgada quem quiser nadar
O mar com ressaca fica agitado
Pra não se afogar tem que ter cuidado
Numa dia de farra na beira do mar
A praia é lugar diversificado
Tem água de coco, cerveja gelada
Tem mulher bonita, gata bronzeada
Caranguejo frito e peixe assado
Tem fio-dental, maiô decotado
Turista estrangeiro que vem passear
Tem o salva-vidas pra quem se afogar
Uma van lotada "chei" de farofeiro
Pra se divertir com pouco dinheiro
Num dia de farra na beira do mar
Negrito é um amigo muito biriteiro
Levou umas gatas para curtição
Ligou o som do carro, muita pegação
Bebeu e farrou o dia inteiro
Quando se deu conta ficou sem dinheiro
A conta da farra pra ele pagar
Cachaça, cerveja, copo, mesa, bar
Encheu o tolê, caiu na gandaia
Amanheceu liso na areia da praia
Num dia de farra na beira do mar
Um dia eu fui numa bela praia
Quando cheguei la vi uma coisa feia
Um doido deitado na quente areia
Um doida em pé com uma minissaia
A doida dizia não fuja da raia
O doido dizia quero descansar
A doida dizia vamos se atracar
O doido na doida fez um galanteio
Após nove meses um doidinho veio
Num dia de farra na beira do mar
Meu primo Afonso foi a um passeio
Junto com os amigos numa excurção
Chegando na praia viu a multidão
Como um formigueiro, ficou com receio
Viu uma patota roubando o alheio
Viu um arrastão pra ele avançar
Levaram o dinheiro que ia gastar
Roscope, carteira, Raiban estiloso
Notou que o banho é muito arriscoso
Num dia de farra na beira do mar
Tinha um velhinho que era dengoso
Tava la na praia num canto sentado
E uma velhinha que tava do lado
A velha lhe disse: ô bicho gostoso
Então se travaram num amor venenoso
Rolarando na areia até se sujar
A velhinha disse: eu vou me acabar
O velho falou: eu quero é paz
Não dou vencimento e nem levanto mais
Num dia de farra na beira do mar
Conheci um cego um tempo atrás
Biriba, esmolando na orla praieira
A cega, Judite, morena faceira
Os dois namorando bonito demais
O cego Briiba num fogo voraz
Fungou no cangote, Judite a gostar
Subiu a pressão que deu pra notar
Quebrou a bengala, perdeu o sentido
Que até o apurado acabou perdido
Num dia de farra na beira do mar
Eu vi um caboclo metido a sabido
Entrando na água fazendo uma graça
E nem percebeu tamanha desgraça
A onda quebrou como um estampido
Entrou tanta areia na boca, no ouvido
E os olhos de sal ele foi coçar
O calção de banho a onda a levar
Quando percebeu tava sem calção
Cobrindo as partes com a palma da mão
Num dia de farra na beira do mar
Na praia se encontra gente sem noção
Eu vi um casal de um jeito assanhado
Um esfrega-esfrega, mão boba pro lado
Sem se importar com a esculhambação
O povo observando a encenação
Chamaram a polícia que veio acabar
O sexo explícito naquele lugar
Casal sem vergonha, sem medo e pudor
Um filme erótico a todo vapor
Num dia de farra na beira do mar
Embaixo do sol e de muito calor
Tem vôlei na areia e até frescobol
Vi uma galera jogar futebol
E esse esporte pode causar dor
Me deu uma pena de um jogador
Levou uma bolada naquele lugar
Revirou os olhos até desmaiar
Acordou depois em um hospital
Doeu foi em mim, chega passei mal
Num dia de farra na beira do mar
Venha a Paraíba ver seu litoral
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Num dia de farra na beira do mar