CORDEL – Viajando de táxi – 10.01.2019 (PRL)
 
CORDEL – Viajando de táxi – 10.01.2019 (PRL)
 
(1) 
O trânsito está bem duro
Sem rua pra tanto carro
Sou motorista maduro
Já não fumo meu cigarro
Na semana que passou
Usei táxi até demais
A mulher com muita dor
Fui bater nos hospitais
(2)
É difícil dirigir
Num trânsito engarrafado
Não seu como resistir
De logo fico arretado
E vou gastando dinheiro
Pagando pra viajar
Tem motorista barbeiro
Com prática de explorar
(3)
Conheci um bom sujeito
Que logo topou comigo
E me tratou com respeito
De vez em quando consigo
E foi logo me falando
Em quem votou na eleição
Eu fiquei desconfiando
Da sua conversação
(4)
Pois foi assim o primeiro
Motorista desta banda
Desse modo bem ligeiro
A fazer a propaganda
Pois votou no Bolsonaro
Eu lhe disse: Tá brincando
Nesse tamanho escancaro
O senhor tá me gozando
(5)
- Ele disse não senhor
Pode sim me acreditar
Juro por Deus com louvor
Nunca mais eu vou lular
- Por que então (?) perguntei.
- Porque o homem tá preso
Foram crimes de lascar
Tô ligado, tô aceso.
(6)
- Fui logo me reservando
Meu voto nunca declaro
Tenho medo de malandro
Não guardo tanto preparo
Reservo sempre o segredo
Não preciso publicar
Na verdade, tenho medo
Medo de me complicar
(7)
Então eu fui me ajeitando
Disse coitado do Lula
O povo se preparando
Para deixar de ser mula
Aos poucos vai conhecendo
Todo o mal que lhe causara
Disso estou bem percebendo
Porque já quebrou a cara
(8)
Mas o senhor não recorda
Disse-lhe até com receio
Explorando pela borda
Pra começar o paleio
Que o Lula lhe deu carro
A preço de camarada
E tudo naquele esparro
Sem imposto e quase nada...
(9)
- Isso é conversa seu moço
O senhor pagou por mim
Com a corda no pescoço
Com esse tempo ruim
O que deixei de pagar
Vosmecê pagou três vezes
Foi tudo pra camuflar
Pra debochar os fregueses
(10)
- Mas quem lhe disse esse assunto?
Perguntei meio cabreiro
- Doutor eu como presunto
Mortadela tem mau cheiro
Ninguém fabrica dinheiro
O governo toma tudo
Eu também sou passageiro
Desse roubo cabeludo
(11)
O Brasil não ganhou nada
As fábricas se entupiram
Dinheiro na disparada
Os reais logo sumiram
Os empregos não vingaram
Muita gente passa fome
Esses caras nos roubaram
Não quero aqui citar nome
(12)
- Porém na sua cidade
O seu partido esnobou
O povo em calamidade
Com o tal governador
Cuja aliança juntou
Gente de toda tramoia
Foi um rolo compressor
Parecia paranoia
(13)
- Mas o danado mandou
Botar no bolsa família
Dinheiro a mais sim senhor
E nos disse qual a trilha
Elevou algum imposto
Aumentando a carestia
Essa coisa de mau gosto
Isso tudo é anarquia
(14)
- Já bem pertinho de casa
Pedi pra que relaxasse
O sol parecia brasa
Podia ser que enfartasse
Mas por que ficar raivoso
A história já mudou
O senhor é exitoso
A conversa me agradou
(15)
Até logo caro amigo
Foi um prazer conhecê-lo
Voltarei a andar consigo
Espero sem desmantelo
A corrida foi quarenta
Porém muito divertida
E arredondei pra cinquenta
Nada se leva da vida
 
 
Chegando a casa:
 
(16)
Entrei logo assobiando
A mulher desconfiou
- O que está comemorando?
De logo ela perguntou
- Nada não, foi um sujeito
Motorista de valor
Parece um cara direito
E no Capitão votou
(17)
- Quem por acaso seria
Essa tal de novidade?
Disse ela com euforia
Só sendo calamidade
- Então lhe disse senhora
É um tal João macaxeira
Um sujeito bom na hora
E que não fala besteira
(18)
- Será que você tá louco?
Não se lembra da querela
Não me diga que achou pouco
Daqui vi pela janela
A briga em que se meteu
Na defesa do Pê Tê
Com o pobre do Mateu
Que está para morrer!
(19)
E falava então bem alto
Dizendo do Zé Dirceu
De repente deu um salto
Falando no tal judeu
E na bandeira vermelha
Que pretendem implantar
É um doido, tá na telha,
Só sabe mesmo enrolar
(20)
Da Dilma então nem se fala
Disse fora grande dama
Quem é burro então se cala
Não se recorda da fama
Que ela deixou no governo
O país todo lascado
Todo aqui virou inferno
Um povo desgovernado
(21)
E quando na vez do Lula
Ele se emocionou
Não falando nem na gula
Que o presidente gastou
Foi melhor do que Getúlio
Um cara trabalhador
Que fez um esforço hercúleo
Pra aliviar tanta dor
(22)
Os crimes que cometeram
Tudo foi uma mentira
Não há prova, se bateram,
Contra o pobre caipira
O Moro então é culpado
De tanta hipocrisia
Mas o homem tá guindado
Preso na delegacia
(23)
E todo dia um recurso
Pra soltar o desvalido
Sempre com mesmo discurso
O tribunal tá perdido
Quer soltar de todo jeito
Ministros apavorados
Inventam até preceito
Pra soltar os condenados
(24)
Então meu velho, você
De repente entrou na onda
Não podia acontecer
De vergonha não se esconda
Pois o tal João Macaxeira
Dependendo do cliente
Ele se faz de leseira
Ao falar no presidente
(25)
E por vezes não me aturo
O que Gleisi foi fazer
Lá na posse do Maduro
Pois lá o pau vai comer
Numa grande ditadura
Inflação assustadora
Teimosia né cultura
Uma senhora impostora
 

Ansilgus
16/01/2019 08:32 - Miguel Jacó interagiu brilhantemente...grato.

Votei no partido novo
ali no primeiro turno
mas não contei com o povo
que tem muita gente burra
então no segundo turno
tive o voto redirecionado
e depositei meu legado
no capitão Bolsonaro.

Quinze dias de governo
rola uma certa confusão
mas estamos esperando
que haja uma direção
neste governo declarado
contrário ao PT
que em todos seus mandatos
só cuidou de nos corroer.

Bom dia ansilgus, teus versos retratam com primazia a aura que nos invadiu em nosso conturbado período eleitoral, parabéns pela vossa redundante cadeia de cordel, um abraço, MJ.

O Mestre Jacó Filho também interagiu, nosso abraço:

A politica virou crença,
O povo hipnotizado,
Como se fosse doença,
Enquanto eram roubados.
Mas nosso voto mudou,
Polos e ideologias.
O Capitão nestes dias,
Cumprirá o que jurou... 

Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre..

 
Foto: INTERNET/GOOGLE
Nota: Esse cordel foi iniciado logo após o segundo turno das eleições de 28.10.2018, mas somente agora concluído.

 
ansilgus
Enviado por ansilgus em 12/01/2019
Reeditado em 17/01/2019
Código do texto: T6549467
Classificação de conteúdo: seguro
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