Pernambuco: do Sertão ao Litoral

Agora eu vou declamar

A história deste projeto

Narrada com precisão

Que agora lhes dou acesso

Com arte e muita cultura

Presente nestes versos.

Foi numa reunião pedagógica

Que a Elisa Marques solicitou

O desenvolver de um projeto

E atividades lúdicas pensou

Com interdisciplinaridade

E conteúdos que se estudou.

Este projeto tem o intuito

De Pernambuco enaltecer

Com retalhos da história

Nesta trama eu vou tecer

Uma colcha de lembranças

Neste cordel vou coser.

E o mesmo vai retratar

O desespero sem igual

Do nordestino retirante

Com sofrimento infernal

E o tema é Pernambuco:

Do sertão ao litoral.

E por um trio de professoras

Pra os 3º anos foi planejado

Por Emília, Paula e Neuma

Tudo com muito cuidado

Com o apoio da gestão

E empenho do alunado.

Docentes da mesma escola

A trinca trabalhou no plural

Envolvendo os aspectos:

Histórico, econômico e social;

Geográfico, literário e político,

Sem esquecer do cultural.

E por falar na tal cultura

Aqui tu vais encontrar

A união das três matérias

Destinadas a ensinar

Informações com precisão

E muita coisa pra mostrar.

Cada disciplina tem seu papel

Neuma e histórias pra contar

Emília com dados geográficos

Junto a Paula a aportuguesar

Sotaques, dialetos e gírias

Faladas na língua popular.

E o início tomou como base

Pesquisas para o projeto

Depois teve uma excursão

Com destaque no trajeto

Visitando a dois museus

Ficando tudo completo.

Um foi no Paço do Frevo

E eu doidinho para chegar

E a dizer eu me atrevo

Com tanta coisa pra olhar

E no toque da orquestra

Eu queria o frevo dançar.

O outro foi o Cais do Sertão

Bem pertinho do Marco Zero

Lá tinha um montão de arte

Voltar lá, um dia eu quero

Foi cultura o dia inteiro

Não pense que eu exagero.

A culminância se dará

Com uma peça teatral

Com uma tal de releitura

De um tal de João Cabral

Um poema bem dramático

Que é um auto de natal.

É Morte e Vida Severina

E um retirante nordestino

Que foge e procura ajuda

Pra chegar ao seu destino

E sofre que nem condenado

E o seu nome é Severino.

E em meio ao sofrimento

Ele é um cara bem forte

Que diante de toda mazela

Tá sempre topando a morte

E decide até se entregar

Mas escapa dela com sorte.

Ao pensar em suicídio

Diante da lida sofrida

Conversa com seu José

Que dá-lhe sentido à vida

E graças a um nascimento

Interrompe a sua partida.

Agora foi bem explicado

A vida dura que ele tivera

Passou fome e passou sede

Vivendo em total miséria

A morte acaba com tudo

E sua vida é bem Severa.

Também vai se abordar

D'um livro de Graciliano

O casal que foge da seca

Que nem parece humano

Seu nome é Sinhá Vitória

E o nome dele é Fabiano.

Eles só têm dois meninos

O mais novo e o mais velho

Personagens tão sofridos

Com jeito calmo e singelo

Vivendo em total pobreza

São todos refém do flagelo.

E o autor nos dá Baleia

Uma cachorra estimada

Personagem tão querida

Que ama e é tão amada

É a personagem principal

Uma cadela humanizada.

Vidas Secas, obra profunda

Que aborda grande pobreza

Dos personagens tão sofridos

A quem a vida não dá moleza

Em meio à secura da seca

Que assola a redondeza.

Cândido Portinari retratou

Com tintas sobre uma tela

A dor da fome e da sede

Tudo com muita cautela

Uma obra expressionista

Que denuncia a mazela.

Eu tô falando é do quadro

Com a fuga dos retirantes:

Homem, criança e mulher

Num estado alarmante

Fugindo da seca e da morte

Numa crise preocupante.

A cena retrata uma crise

E um grande sofrimento

Da miséria que só cresce

Causando sepultamento

E para quem tanto sofre

Eu deixo meu sentimento.

Agora eu chego ao fim

A mensagem foi passada

De quem sofre e padece

E tem uma vida cansada

Espero que tenham gostado

Da história aqui narrada.

Sillino Vitalle
Enviado por Sillino Vitalle em 29/09/2018
Reeditado em 13/04/2022
Código do texto: T6463169
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