Meu Nordeste

I

Peço licença agora,

Para contar uma pequena história,

Em rima e poesia.

E quem sabe um dia,

Esse longo repente,

Possa ser compartilhado,

Por esse mundão de meu Deus,

Porque falar da minha gente,

Povo meu e povo seu,

Não é sacrífico,

Mas, sim, um grande presente.

II

Já ouviram falar de uma região,

Muito linda de viver,

Terra de um povo guerreiro,

Que pode até sofrer,

Com a seca, pobreza e desvalorização.

Mas, não deixam de batalhar o dia inteiro,

Por um salário pequeno

Ou por um pedaço de pão.

III

Terra de uma gente hospitaleira,

Humilde e verdadeira.

Tem Sambista, cantor,

Poeta e escritor.

Cantador de viola e compositor.

Tem também Benzedeira,

Boia- fria; pedreiro e lavandeira,

Tem dona de casa e lavrador,

Professor(a), padeiro, agricultor...

Pense num povo trabalhador!?

Aqui há tudo quanto é tipo de gente.

Ah e também tem sertanejo, cabra da peste,

Ainda não sabem!?

Oxente!!!

Eu tô falando é do Nordeste.

IV

Já dizia o mestre Gonzaga

No Sertão do Nordeste

“Tem cangaceiro

Mas tem romeiro

Gente ruim, gente boa

Cabra bom, cabra à toa

Lá o caboclo mais fraco, é vaqueiro".

Gonzaga sabia das coisas.

V

Aqui tem sim, muita gente diferente,

Mas também tem a dureza do verão

Que se espalha pelo chão.

Lá fora pensam

Por julgamento ou incompreensão,

Que o povo nordestino é rude e sem educação.

O que não é verdade.

Talvez esquecem que o povo que vive no sertão,

Traz a marca da seca no coração.

O Nordestino traz muita dor,

Vida de luta e labuta,

Pense num povo sofredor!

Trabalha de verão a inverno,

Sempre pra encher a barriga

Daqueles que vestem um terno.

E mesmo assim, trazem a alegria,

Nos olhos e nos lábios.

Na dança, na música, na cultura.

Eita, povo sábio!

VI

E a comida nem se fala,

Há uma grande variedade.

Pense aí minha cumadi:

Caruru, Vatapá ,

Acarajé e mugunzá.

Feijoada, carne de sol na brasa.

Buchada, Azeite de dendê,

Camarão e Rabada.

Hun!!! Tem também o Mocotó,

Baião-de-dois e o Bobó.

E os doces, minha gente!?

Tem canjica, Cuscuz, pé de moleque, cocada de cacau,

E do milho também se faz o mingau.

VII

Ah, eu já falei da paisagem e da natureza?

Não existe lugar com tamanha beleza!

Lá fora, aquele pessoá, apesar de julgar,

O primeiro lugar que no mapa turístico vai buscar.

É o interior Nordestino.

Eita lugar mais lindo!!!

Nas férias muita gente vem pra cá.

Outros pensam em até morar.

Alguns acham que o Nordeste,

É uma região atrasada

Esse povo não sabe é de nada.

VIII

O Nordeste é uma região bem desenvolvida

E muito rica em cultura,

Cada festa linda, é muita formosura!

Em todo canto e lugar

Tem sempre um modo de dançar.

Em junho, por exemplo,

Tem um forrozin arrochado meio de lado,

Tem uma festa chamada Carnatal,

Que não é no Natal.

Só sei que as pessoas

Usam várias máscaras,

Parece mais um festival.

É muita coisa linda,

Vale a pena conferir,

Já ouviram falar dos Bonecos de Olinda,

Pois é, só em falar, dá vontade de sorrir.

É muita alegria, é muita emoção.

Isso é Nordeste, meu irmão!

IX

Eu teria muita coisa ainda pra falar,

Mas não posso mais me prolongar.

Quer conhecer de verdade,

Vem correndo pra cá.

A simplicidade Nordestina

É de se orgulhar, admirar e amar.

O Nordeste é uma das regiões mais linda do Brasil,

Se você não concorda comigo,

Oxe, é porque ainda não o viu.

Só tenho uma última coisa a dizer:

Tenho um orgulho profundo,

De pertencer a este pedaço de mundo.

Sou Nordeste, sou da mata,

Sou da terra, sou da natureza,

Sou da seca, não coleciono riquezas.

Esse é o meu Nordeste!

Meu coração é nordestino!

Didimari Santana
Enviado por Didimari Santana em 20/09/2018
Reeditado em 04/03/2022
Código do texto: T6454859
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