FESTIVAL DE VIOLA
Festival de viola
É como moça bonita
Que passa se rebolando
E enquanto vai passando
O povo todo se agita.
É bonito de se ver
O dedilhar da viola
O povo todo aclamando
E o poeta por desmando
Tirar versos da cachola.
Tem mote de todo tipo
Rima rica, rima pobre
E do homem rude sem jeito
A poesia aflora ao peito
Para torná-lo num nobre
Do repente de um poeta
Sempre surge uma verdade
Atinge a moça plebeia
Comove toda a plateia
Faz do herói um covarde
A arte do improviso
Não se aprende na escola
É coisa que n’alma adentra
E que só então se arrebenta
No dedilhar da viola.
Viola e violeiro
Dupla mais que perfeita
Ele sem ela não fala
Ela sem ele se cala
Um ao outro não enjeita.
Quem ainda não conhece
A poesia e o repente
Não viu ainda a verdade
Não leu do livro a metade
Pra saber como se sente
A viola e o violeiro
Pra sempre existirão
O violeiro é o talento
E a viola o alento
Pra quem tem coração.