ÍNDIOS, DIREITOS DOS INDÍGENAS
ÍNDIOS, DIREITOS DOS INDÍGENAS
Autor: Lucarocas
Deus em sua natureza
Criou terra água e ar
No fogo deu a beleza
E o poder de queimar
Deu ao homem inteligência
E o poder da ciência
Pra tudo isso cuidar.
E os homens com ganância
Se fingem todos ateus
Usam da ignorância
Pra todos os atos seus
E pros bens materiais
Destroem os bens naturais
Desprezando os bens de Deus.
Assim os homens destroem
As coisas da natureza
E sobre elas constroem
Coisas de falsa beleza
E o mundo muda de imagem
E se constrói paisagens
De infinita tristeza.
E em atos destrutivo
Fazem uma transformação
Destroem o que é nativo
Erguem uma construção
Fazem tudo transformar
E fazem modificar
Toda uma população.
O índio dono da terra
No viver enraizado
Ocupando mata e serra
Vivendo em solo sagrado
Ver sua terra invadida
E a cultura destruída
Sem direito assegurado.
Para o índio ter direito
Ao que lhe pertencia
Inventaram então um jeito
Que talvez protegeria
Aquilo que era seu
Por isso alguém escreveu
Uma carta de garantia.
Deixam os direitos reais
E vão na carta escrever
Direitos constitucionais
Para tentar convencer
Que os índios têm respeitos
E agora os seus direitos
Ninguém vai interromper.
Na carta de oitenta e oito
Está na “Ordem Social”
Um texto que meio afoito
Torna constitucional
Seu Direito à Diferença
Mudando assim a sentença
Para um direito real.
Com esse elemento novo
Há direito garantido
Para o índio e o seu povo
Direito adquirido
De crenças e tradições
Para as organizações
Do índio constituído.
Do índio a língua falada
Tem que ter o seu respeito
Toda terra demarcada
O índio tem o direito
De fazê-la produtiva
E ter a vida nativa
Sempre vivida ao seu jeito.
O índio nos seus lugares
Devem ser livre em culturas
Se alegrarem nos cantares
Se tatuarem em pinturas
E nos movimentos seus
Dançarem para o seu Deus
Com suas almas mais puras.
O índio que um dia queira
Ter no saber aventura
Pode buscar uma maneira
De pesquisar com leitura
E terá a liberdade
De em uma faculdade
Descobrir nova cultura.
Outro direito se encerra
Que na carta está escrita
E o do direito à terra
Que a todo índio credita
Pra ela ser produtiva
E toda a vida nativa
Ser ainda mais bonita
A terra é originária
Vem antes do próprio Estado
Não pode a reforma agrária
Tornar espaço ocupado
Pois todo índio é seu dono
Sem deixá-la ao abandono
Sem produto cultivado.
Na terra da esperança
Plantar a melhor semente
Ensinar a sua criança
A cultura mais plangente
Para colher no futuro
Um mundo bem mais seguro
Para toda sua gente.
Que sejam então semeadas
Pras futuras gerações
Todas as fés professadas
Em suas religiões
Que se cultivem valores
Nos brilhos de suas cores
E nas sonoras canções.
Que o bem seja motivo
Pro índio comemorar
Todo plantio e cultivo
Nas terras do seu morar
Que a semente plantada
Seja toda germinada
Para a vida prosperar.
Que a flecha e o arco
Sejam símbolos de harmonia
E que a paz seja marco
De uma simbologia
Pro índio ter o direito
E o devido respeito
Confirmado todo dia.
Nem só de terra e cultura
Um povo pode viver
É preciso agricultura
Para o campo florescer
Ter saúde e educação
Para haver transformação
Na estrutura do ser.
Muito mais do que já faz
É preciso que a nação
Cultive um clima de paz
Dando ao índio proteção
Pra que ele todo dia
Tenha plena garantia
De ser grande cidadão.
Cada um com sua parte
No direito que anuncia
A natureza reparte
Cada um em sua quantia
A se tem com a nação
Com respeito ao cidadão
E a sua cidadania.
Lembrando quem tem direito
Tem também o seu dever
Quem busca então por respeito
Sua parte tem que fazer
E assim de cada lado
Sento tudo respeitado
Melhora todo viver.
Cada um com seu dever
Vai ter também o respeito
E ver o mundo crescer
Se ajustando do seu jeito
E o homem e a natureza
Vão escrevendo a certeza
Que todos têm seu direito.
O homem e a natureza
Na vida faz suas trocas
Uns preservam a beleza
Outros queimam fazem brocas
Eu faço aqui meu papel
Pro índio faço um cordel
Com a marca do Lucarocas.
Fortaleza, 11 de Junho de 2018.