Cadê Você?

Eu passei anos neste mesmo dia,

acendendo velas para lhe festejar.

Hoje o destino veio com covardia e

deixou o desejo de apenas guardar:

Um grito calado e preso aqui dentro

da falta tão grande que você me faz

e não é só uma coisa de momento

doeu no dia, ontem e nos dias atuais.

Cadê você, minha mãe, mainha

que não posso mais beijar ou tocar?

cadê seu colo de mãe, de rainha

que eu não posso mais me deitar?

Cadê suas falas, e seu sorriso alegre e maroto,

suas frases de mãe, que eu já não ouço mais?

o seu carinho no meu rosto, animando seu garoto.

E o amor que ainda me darias? Nunca mais!

Cadê sua voz macia do outro lado da linha

falando: "filhinho, não demora a chegar!"?

Cadê aquela mãe bondosa e tão minha

com suas preces profundas a me abençoar?

Cadê você, mainha, pra eu abraçar

quando seu aniversário chegar?

E os presentes que eu ainda te daria,

o que é que eu faço pra te entregar?!

Com você, eu aprendi a olhar as estrelas,

olhar pra cima, e ver o poder do Criador.

Você foi embora tão cedo, me deixou tão órfão:

de mãe, de pai, de filha, de amiga e de amor.

Meus olhos nunca mais secaram a dor indevida

de chorar sua eterna partida, minha querida.

Cadê você pra orar por minha vida mal resolvida,

e para olhar por minha lida, um tanto sofrida?

(À minha mãe que partiu para glória de Deus e faria aniversário em 02/11 (finados))

Sillino Vitalle
Enviado por Sillino Vitalle em 06/11/2017
Reeditado em 22/12/2021
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