Confissões de uma “ Senhora” Sírlia Lima
Sempre que alguém me chamava
De “Senhora” por ironia
Usando certo deboche
Pensando que me agredia
Eu olhava pensativa
E depressa sorria
Já vivi graças a Deus
Hoje sou madura
Mantenho a minha essência
Personalidade pura
Não sou frívola
Nem tão pouco linha dura
Eu sei o que quero
Sou mulher decidida
Que se ama e se respeita
Ousada e atrevida
Que faz valer a pena
A vida ser vivida
Sou mulher de garra
Que desata qualquer nó
Levo minha experiência
De ser mãe e ser avó
Sou mãe carinhosa
Que nunca está só
Vivo amor verdadeiro
Sou cercada de carinho
Minha casa sempre cheia
Faz cantar o passarinho
Uma alegria constante
Tenho amor em meu ninho
Com 50 anos
A mulher sabe o que quer
Não fica indecisa
Nem dá” “piti ”qualquer
Como moça imatura
Que não sabe o que quer
Com 50 eu me amo
E sempre estou prosa
Sei que ainda sou
Bonita e formosa
E por presente divino
Sei que sou talentosa
Me chame de você
Não por causa da idade
Pois o termo senhora
Traz certa formalidade
Quando peço não chame
É por gesto de humildade
O que para uns é defeito
Para mim é virtude
Falo com sinceridade
Sem querer ser rude
Se você não gostou
Espero que Deus te ajude
Eu vou seguindo
Levando minha alegria
Fazendo meus versos
Que a alma contagia
Assim como em Chico César
Meu estado é de poesia!