O MITO DA CAVERNA

I

Platão nos conta em parábola

Mostrando em alegoria

Passada numa caverna

Vou contá-la a revelia

Com minhas próprias palavras.

Que aqui ponho de lavra

Nesse Mundo de Sofia.

II

Não sei se imaginaria

Viver no interior

De uma certa caverna

Subterrânea a se por

Certo grupo de pessoas

Que ali se amontoa

Expostas para o que for.

III

Estando eles a se opor

De costas para a entrada

Da caverna essas pessoas

Todas elas acorrentadas

No pescoço e nos pés

Vendo apenas um viés

Da parede cavernada.

IV

Atrás delas uma arqueada

De um muro alto de mais

E figuras em formas humanas

Ali passando por trás

Sustentando outras figuras

Elevando nas alturas

Da borda do muro a mais.

V

Há uma fogueira atrás

Dessas figuras de vantes

Queimando projeta mais

As sombras bruxuleantes

Dá-se apenas esta visão

Para os que eli estão

Na parede cavernante.

VI

Num ver impressionante

Deste “teatro de sombras”

É como essas pessoas

Vivessem ali nessa alfombra

Desde que elas nasceram

Vendo essas sombras elas creram

Que só existe essa lombra.

VII

Imagine agora que

Só um desses habitantes

Se liberte da caverna

Dessa prisão intrigante

Primeiro ele se pergunta

Donde vêm as sombras juntas

Que se projetam avante.

VIII

Da prisão ignorante

Logo após se libertar

Dos grilhões os quais o prendem

O que você pode achar

Que lhe acontecequando

Vira e vê se elevando

As figuras a transbordar?

IX

Acima do muro estar

Primeiro, a luz tão intensa

Que ele sem enxergar

Sem a precisão propensa

Vê conternadas as figuras

Que só via as sombras puras

Na fosca visão imensa.

X

E nessa tensão extensa

Se conseguir escalar

O muro aultrapassagem

E pelo fogo passar

Para sair da caverna

Sob tanta luz externa

Será difícil enxergar.

XI

Mas, depois de esfregar

Os olhos, ele irá ver

Como tudo é bonito

Na primeira vez por ser

Cores e contornos precisos

Animais e flores em viso

De verdade a convencer.

XII

Que as figuras a se estender

Na parede da caverna

Eram imitações baratas

Suponhamos nessa externa

Que venha a se perguntar

De onde é que virá

Animais e flores em cerna?

XIII

Eleness alma verna

Vê brilhando o sol no céu

Vida às flores e animais

Com a natureza em véu

Graças ao fogo da caverna

Onde via as sombras ternas

Em seu refletir fiel.

XIV

Agora nesse tropel

Esse feliz habitante

Das cavernas pode andar

Livre natureza adiante

Desfrutando a liberdade

Que conquistou de verdade

Nesse tempo intinerante.

XV

Mas assim não obstante

Outras pessoa inda há

Que ficaram na caverna

Que estão no seu pensar

Sem conseguir esquecer

Pensando no oque fazer

Então decide voltar.

XVI

Assim que ele chega lá

Começa o procedimento

Ele tentando explicar

Aos outros nesse momento

Que as sombras na parede

São só reflexos na grede

Doutros reais elementos.

XVII

Mas seguindo esse lamento

Ninguém nele acredita

As pessoas apontam para

A parede e ali cita

Que o que vêem na caverna

Sá aquilo existe externa

Em fim lhe matam na dita.

Thiago Alves

Baseado no texto: O Mito da Caverna.

(GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Romance da história da filosofia. São Paulo, Cia das Letras, 1995. p.104-5).( Fragmento)

A Arte de Thiago Alves
Enviado por A Arte de Thiago Alves em 14/03/2017
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