A ARTE DO MESTRE ZAIA

I

Pra quem não conhece Zaia

Esse grande ceramista

Eu vou fazer um resumo

Para lhes dar uma pista

Que descobriu um tesouro

Fazendo do barro o ouro

As mãos desse grande artista.

II

É de Pilar nessa lista

Como José Lis do Rego

Nasceu nos anos sessenta

Na arte tomou apego

Mestre Zaia é conhecido

Por tando ter esculpido

Fez do barro seu emprego.

III

Transforma em arte e sossego

Com a poesia nas mãos

Brincadeiras de criança

Do que ele extrai do chão

Nas ribanceiras do Rio

Ele demostrou seu brio

Com argila e emoção.

IV

Nas feiras livres a paixão

Ruas, becos e animais

Nos tabuleiros das velhas

Das paneleiras locais

Na expressão popular

Mestre Vitalino dar

Tantas expressões a mais.

V

Expressa a face fugaz

Do vaqueiro e boiadeiro

Sanfoneiro, bordadeira

E cantador violeiro

Contadores de histórias

E tantas outras memórias

Do grande mestre oleiro.

VI

Num construir altaneiro

Vai compondo esse universo

De influências diversas

Mergulhado e submerso

Nesse despertar artístico

Tornou-se Isaias místico

Modelando o barro em verso.

VII

Segue o artista diverso

Referências modelando

Em forma de diversão

Verbaliza ele expressando

Plástico modernos brinquedos

Só conhece esses segredos

Ao completar doze anos.

VII

Mas já se consolidando

O prazer na modelagem

Os oleiros e as velhas

Paneleiras dão coragem

Zé Quenginha, Babá, Tota,

Nevinha em mais uma cota

Enriquecem essa bagagem.

IX

Pra fazer suas queimagens

Constrói o seu próprio forno

O pequeno Isaías

Tem incentivo ao entorno

Com doze anos de idade

Sua artística habilidade

Vai dando à vida adorno.

X

Na escola esse contorno

Recebe incentivos mais

De colegas e amigos

Que lhe encorajam mais

Ali crescem seus valores

Apoio dos professores

Pra seu talento audaz.

XI

A juventude lhe traz

Dezesseis anos passados

A crítica dos seus irmãos

De uniformes fardados

Traz grande reflexão

Mas segue sua vocação

Ao invés dos botões dourados.

XII

A época deixou marcado

A Itabaiana querida

A bela pedra dançante

Na língua tupi mantida

As margens do Paraíba

Com arte de baixo a riba

Pra fazer seguir a vida.

XIII

Em trabalho é reduzida

Suas possibilidades

Funcionalismo público

Comercio em localidade

O Jovem Isaias olhava

Não se entusiasmava

Com aquela realidade.

XIV

Seguindo sua ansiedade

De querer “ganhar o mundo”

Aos seus dezenove anos

Se decidiu em profundo

Foi pro rio de Janeiro

Em seu destino altaneiro

Conquistar a liberdade.

XV

Naquela grande cidade

Foi pra escola da vida

Tendo a arte em seu auxílio

E vindo em contra partida

Passando necessidade

Na dura realidade

Do morro e da avenida.

XVI

Nessa escada de subida

Comemorou trabalhando

Nas grandes alegorias

Que as escolas viu sambando

Trabalhou nos bastidores

Da Globo em seus valores

De equipe cenografando.

XVII

Ali seguiu trabalhando

Programas filmes e novelas

Em produções cenográficas

Mais sofisticadas e belas

Demonstrando os seus valores

Por detrás dos bastidores

Pros bons efeitos das telas.

XVIII

Depois também se revela

Na indústria de brinquedos

Com grande repercussão

Nas vendas dos seus segredos

Chamou isso de aventuras

Da arte em suas bravuras

Subindo como um torpedo.

XIX

Perseverou nesse enredo

Ganhou requinte na arte

Grande domínio de técnicas

De produções e encartes

Entre as modelagens tais

Diversos materiais

Em pinturas um baluarte.

XX

Seguindo em diversas partes

O reconhecimento aposta

Figura entre os clientes

Gilberto Gil e Gal Costa

Jô Soares e Alceu Valença

Que sua arte compensa

Por toda terra em resposta.

XXI

E seguindo essa proposta

Recebe homenagem a parte

Pela grande Academia

Brasiliense de Arte

Cultura e História portanto

Que sede aos seus encantos

De talentoso encarte.

XXII

Ainda toma comparte

De encontros nacionais

Nas artes e no humor

Com outros famosos mais

Chico Caruso e Jaguar

Juntos nesse patamar

Demonstrando esses sinais.

XXIII

O Mestre Zaia aliás

Em sua arte resgata

Dedicação alegria

O dom que ninguém empata

Transformando elementos

Da natureza em momentos

A Vida e Arte retrata.

Thiago Alves – 28/12/2016

A Arte de Thiago Alves
Enviado por A Arte de Thiago Alves em 31/12/2016
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