Minhas noites
Esta é mais uma noite
Ninguém há que me acoite
Nada quero, estou no fim,
Meu lençol é um açoite
Que fustiga o meu pernoite
É um castigo para mim.
Já vivi muitos momentos
Muitos entretenimentos
Mas sofri desilusão
Aumentei os meus tormentos
Poluí meus sentimentos
Só restou-me a solidão.
Foram falhas no destino
Que causei desde menino
Por andar sem direção
Meu viver eu determino
Quando um dia a mais termino
Sem qualquer obrigação.
Se eu soubesse coagir
E também como seguir
A pureza da saudade
Certamente iria agir
E comigo interagir
Pra vencer a vaidade.
Sou um fraco resenhista
Nunca fui um ativista
Nada fiz pra minha história
Mas desejo que se invista
Na cultura progressista
Que carrego na memória.
Foram muitos melodramas
Que escrevi contando os dramas
Da cultura da cidade
Nunca tive qualquer fama
Mas dormi na minha cama
Vivendo a realidade.
Minha sorte foi arteira
Eu não tive a companheira
Que queria pra subida
Foi o meu amor primeiro
E também o derradeiro
Que surgiu na minha vida.
Se eu forçar um argumento
Eu consigo um juramento
De seguir novo caminho
Mas será um sofrimento
Eu não tenho muito tempo
Hoje só, vago sozinho.
Se o desejo de viver
Bater forte pra valer
E chegar devagarzinho
Poderá me convencer
Pouco tenho pra perder
Só preciso de carinho.
Nada quero pra viver
Se amor não puder ter
Já cansei de ser sozinho
O meu lar quero fazer
Na família conviver
Ser igual um passarinho.
Quero sempre estar presente
Se houver alguém doente
Para eu poder cuidar
O meu coração não sente
Se jamais ganhou presente
Simplesmente quer amar.
Sem pensar em desacato
Sem viver em sobressalto
Vou cumprir o meu dever
Esse é o meu recado
Ao dever eu nunca falto
Sem amor eu vou morrer.
Quero que sinta o meu verso
São palavras do universo
Simples som da nostalgia
Da maldade é o inverso
Sobre ela eu não converso
Sou parceiro da harmonia.
Meu prazer é conversar
Com aquele que me olhar
Com olhos de simpatia
Em apenas um olhar
Poderei me concertar
E ganhar um novo dia.