CASEBRE DO MEU PASSADO



A cabana aonde eu nasci
Não tinha luxo nem riqueza
Mas quão feliz fui ali
Vivenciando tanta beleza
O rugido dos animais
O piar da juriti
Do jaó e das trocais

Pobrezinha que dava dó
Barreada de chão batido
E amarrada de cipó
Duas portas e uma janela
Madeiras cheias de nó
Obra de arte artesanal
Tosca  muito  singela

No topo de uma colina
Cercada por dois regatos
Ali dei os primeiros passos
Sorvi o cheiro do mato
Bebi sua água pura
Filtrada pela natureza
Vi a lua espalhar candura

Ouvi o rugir das feras
A revoada  dos vaga-lumes
O desabrochar da primavera
A brisa carregar perfumes
A aurora tingir o horizonte
O crepúsculo inebriar a noite
E o sereno beijar os motes

Nas  fantasia de minha infância
Imitando os gestos de papai
Fingia-me ser gente grande
Vejo  miragem nessa utopia
Mas o tempo não volta mais
Restando doces lembranças
Agora sonho que sou criança!




 
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 04/05/2016
Reeditado em 11/05/2016
Código do texto: T5624845
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.