A última ceia
Na sua última ceia
Jesus se sentiu sozinho
Se sentindo em uma teia
Dividiu o pão com vinho
Sabia que aquela ceia
Era o fim do seu caminho.
Deu seu corpo como pão
Deu seu sangue como vinho
Sabia que a traição
Chegaria rapidinho
Quando o galo guardião
Cacarejasse sozinho.
Disse a todos que seria
Por eles ignorado
Que naquele mesmo dia
Seria ele negado
E que a sua agonia
Era ser crucificado.
Pedro sempre tagarela
Se dizendo corajoso
Disse que nem numa cela
Seria tão desditoso
Se com a verdade anela
Não seria mentiroso.
Os demais nada falaram
Talvez por culpa guardada
Próximo à mesa ficaram
Ouviram a lição dada
Mas depois se dispersaram
Por medo da guarda armada.
Judas muito inteligente
Bebendo pelo gargalo
Pensou bem que de repente
Jesus fosse embriagado
E assim pôs sua mente
A serviço do pecado.
Tinha plena consciência
Do valor da informação
Teve até a paciência
De passar pelo vilão
Via em Jesus potência
Pra acabar com a traição.
Ouvindo Jesus Falar
Que era o filho de Deus
Poderia ao céu rogar
Para proteger os seus
Já que podia calar
A protérvia dos ateus.
Jesus sempre a Falar
Que era o varão de Deus
Poderia ao céu rogar
Para proteger os seus
Já que podia acabar
Até com o templo de Zeus.
Que aquilo que quisesse
Seu pai sempre lhe daria
E que tudo que ele desse
Presente de Deus seria
E que tudo que fizesse
O seu pai concordaria.
Judas era ambicioso
Mas também muito ladino
Vendo Jesus belicoso
Se dizendo o paladino
De um poder miraculoso
Do Pai que vive no cimo.
Em Jesus acreditava
Pois Jesus sempre dizia
Que o Pai que no céu estava
Sua voz sempre ouviria
Que se por Deus contratava
Nenhum mal lhe adviria.
Poderia resistir
À policia do império
Bastaria ao Pai pedir
Pra mandar seu ministério
Que viria destruir
Um governo sem critério.
Tratou logo de vender
Valiosa informação
De Jesus reconhecer
Para o centurião
E as moedas receber
Sem ter comiseração.
Se tinha poder terreno
Isso não compreendeu
Se tinha poder extremo
Disso nunca convenceu
E se era extraterreno
Isso nunca apareceu.
Ao ver Jesus sendo preso
Triste com aquele exemplo
Foi ao templo ainda ileso
Tentar dar a Jesus mais tempo
Vendo que era defeso
Jogou moedas no templo.
Jesus nunca tinha pressa
Tinha tempo ao seu dispor
Por ser do mundo uma peça
Poderia se repor
Entretanto essa conversa
Ainda causa pavor.
Jesus nunca teve medo
De pregar a sua fé
Sempre levantava cedo
Punha o chinelo no pé
Nunca apontou o dedo
Para quem não ia à sé.
Lutou contra os poderosos
Somente com a palavra
Sendo aqueles orgulhosos
Dono da polícia brava
Poderiam ser raivosos
Pois poder a lei lhes dava.
Jesus foi bom combatente
Mas errou em sempre dizer
Ser o rei da mesma gente
Que ousou contradizer
Tinha gente competente
Com o próprio proceder.
Viviam lá no seu clã
Sob o pálio do idoso
Não eram de Jesus fãs
Negam o testamento novo
Sob os seus mantos de lã
Fazem de Cristo um estorvo.
Jesus era bom amigo
Fã da mesa e do bom vinho
Para ele era castigo
Sentar à mesa sozinho
Aprendera com o antigo
A conquistar o vizinho
Não procuro idolatria
Muito menos confusão
Jesus filho de Maria
Tinha um bom coração
Entretanto não devia
Prometer dar salvação.