Frei Dimão prega humildade (102)
Com tanta depravação
este mundo está condenado
o Pai vai baixar a mão
pra eliminar o pecado
São trezentos e dezoito
os que seguem com Abraão
só o consumo de biscoito
vai por a pique a missão
A libertação de Ló
é problema complicado
mantido no xilindró
ia ser menos sangue jorrado
O japonês da Federal
u'a ajuda me prometeu
vai levar muito galalau
onde não há luz, tudo hebreu
A corrupção vai ter fim
quando acabar a mumunha
contudo tenho pra mim
que o salvador é o Cunha
Moralista e religioso
merece nosso respeito
no sendeiro pedregoso
nas finanças soube dar jeito
Esses bancos nacionais
não merecem confiança
daí pra notas e metais
a Suíça é mais segurança
A corja da Petrobrás
cabelo, barba e bigode
se se aliou ao vil Sacanaz
mais não faz porque não pode
O Recanto é retrato fiel
de todo esse desmazelo
aqui uma vez já foi céu
mas agora não tem apelo
É tanta escrita indecente
voltada para a luxúria
enquanto tem tanta gente
esfaimada, na penúria
Sobre o harém facúrico
chego até a enrubescer
mas co'ácido sulfúrico
fá-lo-á o Pai desaparecer
Belos jardins de Lumah
estão já contaminados
o Maligno por lá arruma
a fonte de todos pecados
O tal atelier de Luna
oferece tanta distração
mas lá descerei a borduna
em nome da religião
Comida de Kathmandu
é demais apimentada
leva a quebra de tabu
e gases p'la madrugada
Batinas trazidas da Itália
pela distraída Nanda
se puem na genitália
como o Maligno comanda
O círio da maior espessura
a jorrar espermacete
parece forma segura
de brear qualquer enquete
Modismo em Araçatuba
já foi coisa distinguida
mas, com gato na tuba
proíbo lá ir a perseGuída
O cajado mantém-se erguido
cetro da iluminação
com o rebanho reunido
vamos pro bem danação
***
Lumah:
A zelosa jardineira, mostrando ser virtuosa Freira, traz alento,
atiçando a fogueira:
Versos para ler e reler
entremeados de humor
politica, corrupção e Recanto
sacanagem ou saber
vai do pensamento do autor
o que quer levar o leitor
de seus versos entender
e de seu personagem saber ....
***
Guída:
Intimorata da perseguição diuturna, a perseGuída ovelha, sem recorrer
a uM ato Grosso, vadeia Três Lagoas, só para aplacar ao Frei tamanho alvoroço:
A depravação tomou conta
virou um antro de perdição
Já não tem ovelha santa
elas querem o cajado à mão.
Com trezentos e dezoito
até eu seguia em frente
Sem cansar molhava o biscoito
e alimentava muita gente.
O japonês da Federal
tinha tudo pra dar certo
Ele pode ser fenomenal
mas sempre tem um mais esperto.
Nem quero falar em política
esse assunto me acabrunha
Corrupção é pior do que zika
queima mais que frebre chikungunya.
Quando o Recanto era céu
por ele desfilava as donzelas
Agora tá indo pro beleléu
às vezes ouço chorumelas.
Sobre o harém facúrico
único jeito é Deus na causa
Nem co'ácido sulfúrico
põe nesse antro u'a pausa.
Mas até nos jardins de Lumah
o demo mete o bedelho
Vamos ver se ele apruma
desce o cajado nesse pentelho.
O florido atelier de Luna
é um derrame de emoções
Se o Frei descer a borduna
vai ferir muitos corações.
Kathmandu na cozinha
sabe fazer bom guizado
Quando serve a dobradinha
o freguês fica de olhos virados.
Vai ver Nanda se cansou
com tantas batinas puídas
Tanto que o Frei flatulou
culpa das comidas ardidas. (de Kath)
Quanto maior a espessura
muito melhor é o círio
Quando entrar na clausura
vai provocar só delírio.
Minha ida à Araçatuba
é de cunho profissional
Ali não tem gato na tuba
também não tem surubal.
Mantém o cajado erguido
não deixa sua luz apagar
Se for preciso ser polido
deixa comigo, eu sei lustrar.
***
Katumandu:
A fiel poeta-seguidora, sempre com a pulga atrás da ovelha, age, reage e aconselha o alquebrado Frei:
O Recanto, dizem que é cultura
Mas é lugar de muita pegação
E dessa modesta "injúria"
Quem nunca saiu com um garanhão?
O que mais conta é a putaria
baixarias reles, eu te digo
tanta coisa sem sentido, avaria
É tanto mau gosto que nem ligo
Esse harém é famoso
E só tem muié atiçada
Com o Facuri glamuroso
Quem não fica encantada?
Esses jardins tocam n'alma
são bem coloridos
É leitura que acalma
Dá vontade de beijar o Cupido
Luna é moça de bom tema
Só escreve coisas lindas
E vai bordando todo o poema
E tanta coisa que nunca finda
Se a comida é apimentada
apelo para as saladinhas
mas tem Paulo que solta de madrugada
mesmo com tantas folhinhas
Nanda cose teus rompantes
de puns rasgados e atrevidos
mas nada adianta nesse instante
O jeito é fingir que não são ouvidos
Pobrezinha de Guida
Acho que nem mais se espanta
com tuas perseguidas
agora ela solta a voz e canta
Esse seu cajado vive erguido
parece que tomou viagra
e do fogo se ve o lindo
iluminando toda essa praga