Frei Dimão em recatado recanteio
Já ando desacorçoado
de tanta luta inglória
já não brando meu cajado
nem para fazer história
O mundo anda pervertido
com rebarbas no Recanto
onde há tanto tipo enrustido
que não ouve o Frade Santo
Há aqui também libertinas
que vivem pra composição
esquecendo-se das matinas
e da mais santa ablução
A confeccionista se embanana
pra fazer minha batina
diz que costura profana
é o que mais a alucina
Famoso, o cuscuz de Kathie
deu para deteriorar
e já temo um cheque-mate
sem seu cozido provar
A barraca do potiguar
também sofre sequelas
da dissolução sem par
se armando pra fodas elas
Os ditos jardins lumáhticos
no relvado tentador
convidam até lunáticos
a se aninharem no despudor
A licoreira de Ene
tem seu lado bem pagão
torço pra que o Pai a condene
por namorar no portão
A mesa posta do Wramos
eu não vou abençoar
pois lá tudo que arrumamos
se não engorda, faz pecar
A eficiente e discreta Nanda
anda bastante tresmolhada
com pouco pro Japão se manda
só pra roubar boneca de Wada
O narizinho empinado
da poetisa do atelier
deixa tanto fã em pecado
por só na mão ter prazer
A odontóloga carioca
da Visconde de Pira já
me mandou comer pa...çoca
só pro meu dente cariá
O douto madrugador
com seu poemar frugal
afirma que cura a dor
se der zebra, tome Zebral
Sumido anda o motoqueiro
que embora homem de bem
não revela o paradeiro
a facuretes, mais de cem
De Tine as sandalinhas
seguem fazendo furor
que sedutoras, sozinhas
só não seguem este pastor
A corte de Gorobixaba
que tudo russifica
seu ministério que não acaba
inda acaba nomeando Zika
Entre o violão e o vilão
é preciso distinguir
Dilson não tem jeito não
todo o dia, só faz dormir
Do champã que o embebeda
Alkas só faz se jactar
diz que do bar não se arreda
e nem dízimo vem pagar
Meu cajado não pára em pé
abandonou-me o milagre
meu temor é que minha fé
diluida, foi pro vinagre
Para o círio se reacender
preciso de reza forte
e pinto meu recolher
por ser de pequeno porte...