Frei Dimão retorna, humílimo (100)
Minha pregação é debalde
pra tantas almas salvar
o Pai me adverte da fraude
que o Recanto pode levar
Já fiz tanto sacrifício
e sangue cheguei a obrar
contudo p'lo sacro orifício
nada nada veio a coalhar
A hora é de esforços unir
em busca da salvação
e pro pecado redimir
se acabar co'a perdição
Essa linguagem vulgar
que usam cá no Recanto
um bom fim tem que levar
digo-lhes como Frade santo
Na barraca do Queiroga
escândalo tá o chuchu
parece preço de droga
é o que lhes diz este guru
No banquete do Wramos
peca-se sempre por gula
porém Wramos e Wrenhamos
ninguém mais é de ler bula
Mandei fazer uma batina
na distante Três Lagoas
contudo aquela menina
morde mais que muitas leoas
Lá na cidade do Divino
para um café dei u'a passada
levei meu Jesus menino
mas Nanda ficou foi corada
Querendo uma casa de pasto
procurei a tal Kathmandu
e de lá saí foi de fasto
após comer tudo cru
No tal Harém do Facuri
eu inda roguei toda praga
e lá quem que se aventure
faz em Cristo mais u'a chaga
No lunático ateliê
onde reina a pagã poesia
rasguei tanto négligée
pois aquilo é puetaria
Elevo meu sacro cajado
para quebrar todo mal
e ele já anda tão inchado
que seu jorro será fatal...