O interesseiro
O interesseiro
Um dia Zéca Pafuncio
Morador de Cruz das Almas
Foi visitar Um parente
Que estava pra bater as botas
Não é que o tal moribundo
Do Zéca Pafuncio Gostava!
Toda vez dava um presente
Sempre que ele o visitava .
Porque se tem um parente
que nunca lhe deu as costa
Tai, o Zeca Pafuncio
Ele confia e aposta.
Por isso Zéca Pafuncio
Que de bobo não tem nada
Lá estava ele cedinho
Onde o parente morava.
De Cruz das Alma, uma légua
E tinha que ser puxada
Mas no lombo da égua
Coisa pouca era a estrada.
Ainda mais com a crença
De não voltar mãos vazias
Pois era fato a presença
Foi sempre assim outros dias
Mas agora diferentemente
Daqueles dias passado
O tio estava doente
E com os dias contados
Mas como a esperança
Não morre antes do tio
Lá estava o Zéca Com a "mansa"
Naquela manha de frio
A égua era bem taludinha
E Zéca magrelo que só
E era justamente a magreza
Que o tio, do Zéca tinha dó
Mas voltando ao acontecido
Da tal visita frustrada.
É que o tio tinha morrido
Naquela mesma madrugada
E pro Zéca Ele deixou
Apenas dois cabos de enxada!
Talmeida 22 / 06 / 2007