Frei Dimão exibe a cólera do Divino
Tenho espaçado as visitas
a este antro do pecado
tantas honrarias e fitas
mas sem ninguém libertado
O Pai deu-me grave missão
que Allah dá aos ulemás
de afastar a maldição
onde opera o sacanaz
E nisso tenho lutado
com toda paixão e fervor
contudo o horrendo pecado
tem saído o maior vencedor
Se combati o facurismo
foi por razão que convém
chega de falso lirismo
a hora é de fechar seu harém
Harém traz promiscuidade
e a mais feia dissolução
e perdida a castidade
resta-me dar excomunhão
Preciso de boa enfermeira
para cuidar de mi'a saúde
mas se forNica a que me beira
melhor encomendar o alaúde
Para louvar o Senhor
a quem fiz tudo o que pude
mas vê-lo, só se lá for
a bordo de virginal ataúde
Preciso de vela erGuida
com a chama em labareda
para ganhar sobrevida
que espero o Pai me conceda
E o círio de esperma às sete
é que me levará ao altar
De Monay, de periguete,
farei ajoelhar e rezar
Da doçura da reclusão
chamarei a prudente Nanda
que venha de ferro à mão
fazer o que o Pai lhe comanda
É a passação de batina
que o Pai severo bem checa
e que deixe que o preto tina
para obnubilar o que peca
Vou exigir todo decoro
da laboriosa Momi
nada de vela ou de choro
na hora do dente extraí
Que reste o cajado silente
mas pleno de autoridade
pra enrijecer de repente
se risco houver de pecado
Aí dura será sua peleja
para expulsar o maligno
mas para a irmã que o beija
o seu futuro é mais digno
E namoros de Recanto
terminantemente proíbo
sei que cá não há santo
porriço, passo recibo.
Faço por fim meu apelo
e vou até excomungar
aquele que faltar com zelo
no pio ato de arrecadar...