Parteira no comodo escuro
Mãe na cama a sofrer
Pai no quintal a esperar
Com certeza macho vai ser
Chico enfim, acabou de chegar

Chico nasceu Paty
Mas Paty não podia ser
a vida não permitiria
o que Chico queria
o seu modo de viver

De manhã Chico acorda
A tarde Paty vai brincar
Chico janta com o pai
Paty ao quarto vai
Mais uma noite a sonhar

O tempo passou
até a inocencia acabar
Chico no quarto da mãe
Roupas foi experimentar
O pai na janela, a espiar

Chico vai pra São Paulo
Lá nova vida tentar
A mãe sempre a escrever
O pai sempre a esquecer
Paty sempre a sonhar

Paty matou Chico
Enfim conseguiu se livrar
Chico sempre chorava
Sorrir é o que importava
Paty sempre a brincar

Musica, dança , liberdade
a alegria sempre desejada
amigas iguais a ela

rapazes em volta dela
na avenida iluminada

O carro parou a meio fio
Paty prá la se dirigiu
Dois olhos cheios de rancor
Dois cheios de amor
E o forte estampido se ouviu

Paty que um dia foi Chico
Foi embora naquele dia
Conheceu na sua vida a ignorancia
Morreu pela estupida intolerancia
que tambem nos mata, um pouco a cada dia



Almir D Antonio 31/03/15








 
PoetaDan
Enviado por PoetaDan em 31/03/2015
Reeditado em 31/03/2015
Código do texto: T5189856
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