NUM ME CHAME DE POETA

NUM ME CHAME DE POETA

Edson Oliveira

Num me chame de poeta

Eu num sô poeta não

Trago a luta do povo

Na palma da minha mão

Apenas recito versos

Que brotam do coração

Num me chame de poeta

Pois isso é muito serio

Poeta é aquele que fala

Como as rimas do saltério

Das coisas da natureza

Do encanto e da beleza

Da vida com seus mistérios

Num me chame de poeta

Eu lhe peço por favor

Porque nos versos que faço

Nem sempre falo de amor

Falo muito mais da vida Do sofrimento e da lida Do pobre trabalhador

Num me chame de poeta

Vamos mudar essa prosa

Os petas sempre exaltam

Toda beleza da rosa

Meus versos falam primeiro

É do pobre jardineiro

Que vida boa não goza

Fazer versos de protesto

Essa é a minha meta

Ser voz dos que não tem vez

Como faziam os profetas

A vida corre perigo

Repita os versos que digo

Num me chame de poeta.

Fortaleza, 26 de Março de 2015.

Edson Oliveira
Enviado por Edson Oliveira em 26/03/2015
Código do texto: T5183804
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