CONTO DE FADA

CONTO DE FADA

Forcei a vida a dizer: sim,

Quem duvidava já crê em mim...

Agora sou timoneiro,

Agora sou meu patrão,

Carrego a vida nos braços,

Carrego a alma na mão.

Teci os fios da rede,

Trancei as tranças do laço.

Olhem o nó nos meus dedos,

Olhem o tremor do meu braço.

Conheço o berço da vida,

Conheço a toca da morte.

AS duas são fiandeiras

Tecendo os fios da sorte.

Conheço a dor sem remédio,

Aquela que mais maltrata:

É espinho dentro da carne,

Fere, machuca, não mata.

Sou ferro, sou ferradura,

E sou o próprio ferreiro,

Forjo na forja da vida

Amigos, amor e dinheiro.

Tantas pessoas já fui

Trago no rosto mil faces:

Segredos de olhos vazados,

Sonhos, enganos, disfarces..

São tantos anos vividos,

São tantos e não são nada.

A vida olhada prá traz

Parece um conto de fada.

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marinaza
Enviado por marinaza em 23/03/2015
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