CONTO DE FADA
CONTO DE FADA
Forcei a vida a dizer: sim,
Quem duvidava já crê em mim...
Agora sou timoneiro,
Agora sou meu patrão,
Carrego a vida nos braços,
Carrego a alma na mão.
Teci os fios da rede,
Trancei as tranças do laço.
Olhem o nó nos meus dedos,
Olhem o tremor do meu braço.
Conheço o berço da vida,
Conheço a toca da morte.
AS duas são fiandeiras
Tecendo os fios da sorte.
Conheço a dor sem remédio,
Aquela que mais maltrata:
É espinho dentro da carne,
Fere, machuca, não mata.
Sou ferro, sou ferradura,
E sou o próprio ferreiro,
Forjo na forja da vida
Amigos, amor e dinheiro.
Tantas pessoas já fui
Trago no rosto mil faces:
Segredos de olhos vazados,
Sonhos, enganos, disfarces..
São tantos anos vividos,
São tantos e não são nada.
A vida olhada prá traz
Parece um conto de fada.
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