TRISTEZA
Sou amarga e intensa
Profunda e sutil
Não combino aspereza
Sedução, ato vil
De momento me entrego
Sufoco anulo o ego
Torno o mundo sombrio
Por motivos concretos
Devaneios ou vaidade
Sobre o servo ponho o manto
Troco o falso por verdade
De cortar coração
É profunda a solidão
Mesmo junto à cidade
Sim é na alma que habito
E dela me alimento
Absorvo o que é rico
Me disperso qual o vento
Deixo frágil o paciente
Sou cruel inconsequente
Neste tão restrito tempo
Mas que sou de repente
E por curta hospedagem
Pois quando sou frequente
Meu suporte se abate
Não há mais otimismo
Precipito o abismo
Dou início um embate
Se sou forte aí maltrato
Mesmo a quem não me merece
Torno frio e deixo fraco
Todo corpo então padece
Não tolero ver a luz
Que só o amor conduz
E se encontra numa prece.