TRISTEZA

Sou amarga e intensa

Profunda e sutil

Não combino aspereza

Sedução, ato vil

De momento me entrego

Sufoco anulo o ego

Torno o mundo sombrio

Por motivos concretos

Devaneios ou vaidade

Sobre o servo ponho o manto

Troco o falso por verdade

De cortar coração

É profunda a solidão

Mesmo junto à cidade

Sim é na alma que habito

E dela me alimento

Absorvo o que é rico

Me disperso qual o vento

Deixo frágil o paciente

Sou cruel inconsequente

Neste tão restrito tempo

Mas que sou de repente

E por curta hospedagem

Pois quando sou frequente

Meu suporte se abate

Não há mais otimismo

Precipito o abismo

Dou início um embate

Se sou forte aí maltrato

Mesmo a quem não me merece

Torno frio e deixo fraco

Todo corpo então padece

Não tolero ver a luz

Que só o amor conduz

E se encontra numa prece.

Urbano Possidônio
Enviado por Urbano Possidônio em 13/03/2015
Código do texto: T5168044
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