AMOR DE RIBEIRINHO
Minha várzea querida,
Minha intensa paixão,
Tu és meu suspiro de vida.
De você, não abro mão.
Alegrias e tristezas,
Presentes em cada estação,
Um amor, que me leva ao extremo,
Uma louca relação.
No verão a felicidade,
Fartura em abundância,
Muitos peixes, diversas frutas,
O gado exibe elegância.
Mas, a enchente se aproxima,
Começo a me preocupar,
As matas vêm alagando,
Os campos parecendo mar.
O que era felicidade,
Transforma-se em meu pesar,
Os peixes ficando escassos,
Os animais para cuidar;
Vai me dando um cansaço,
Mas, não vou te abandonar.
Maromba é minha saída,
Opção triste sofrida,
Meu peito sangra por dentro,
No gado, literalmente as feridas.
E quando estou no limite,
Dessa extrema loucura,
Sinto a felicidade,
A estação muda de figura.
O meu amor se renova,
A água retrocedeu,
Volto a recuperar,
Tudo que se perdeu.
Mas, isso de nada importa,
Como assim já se diz,
O verdadeiro amor,
É aquele, que te faz feliz.
Embora, essa relação,
Seja difícil de compreender,
Ora me oferecendo alegrias,
Ora me fazendo sofrer,
Talvez, a explicação desse amor,
Esteja no simples medo, de te perder.