“MORENA. NOS DEZ DE QUEIXO CAÍDO”

Os teus lábios, morena

Tem o veneno que vivifica

A maciez da banana nanica

Tens a leveza da pena

O perfume da açucena

No meu jardim florido

És o orvalho chovido

Refrescas minha manhã

És o pecado da maçã

Nos dez de queixo caído.

Morena, a tua mão

Que no meu peito desliza

Sem pudor e sem baliza

Me faz uma queimação

Aumenta o meu tesão

Que fica, assim, desmedido

E, eu um doido varrido

Por ti, morena faceira

És bainha, eu sou peixeira

Nos dez de queixo caído.

Com o toque dos meus dedos

Quero o teu corpo dedilhar

Para poder desvendar

Dele, os teus segredos

A gente em momentos ledos

Depois do néctar bebido

De prazer abastecido

O teu corpo e o meu

Sem dá bola pra Orfeu

Nos dez de queixo caído.

És uma flor orvalhada

Pronta pra ser colhida

De muita beleza provida

Linda morena, amada

É uma música tocada

Quando ouço teu gemido

Baixinho no meu ouvido

Eu, até saio de mim

Morro e revivo assim

Nos dez de queixo caído.

Nos teus braços me aconchego

No teu calor me aquento

Com teus beijos me alimento

Não canso do teu chamego

Aquecido, assim, eu fumego

Feito um vulcão explodido

Eu, de teu suor espargido

E a gente feito um grude

Chiclete, carrapicho... Amiúde

Nos dez de queixo caído.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 10/07/2014
Código do texto: T4876422
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