“MORENA. NOS DEZ DE QUEIXO CAÍDO”
Os teus lábios, morena
Tem o veneno que vivifica
A maciez da banana nanica
Tens a leveza da pena
O perfume da açucena
No meu jardim florido
És o orvalho chovido
Refrescas minha manhã
És o pecado da maçã
Nos dez de queixo caído.
Morena, a tua mão
Que no meu peito desliza
Sem pudor e sem baliza
Me faz uma queimação
Aumenta o meu tesão
Que fica, assim, desmedido
E, eu um doido varrido
Por ti, morena faceira
És bainha, eu sou peixeira
Nos dez de queixo caído.
Com o toque dos meus dedos
Quero o teu corpo dedilhar
Para poder desvendar
Dele, os teus segredos
A gente em momentos ledos
Depois do néctar bebido
De prazer abastecido
O teu corpo e o meu
Sem dá bola pra Orfeu
Nos dez de queixo caído.
És uma flor orvalhada
Pronta pra ser colhida
De muita beleza provida
Linda morena, amada
É uma música tocada
Quando ouço teu gemido
Baixinho no meu ouvido
Eu, até saio de mim
Morro e revivo assim
Nos dez de queixo caído.
Nos teus braços me aconchego
No teu calor me aquento
Com teus beijos me alimento
Não canso do teu chamego
Aquecido, assim, eu fumego
Feito um vulcão explodido
Eu, de teu suor espargido
E a gente feito um grude
Chiclete, carrapicho... Amiúde
Nos dez de queixo caído.