Cordel avulso

Não sei o que vou fazer

(Muito menos que dizer!)

Neste cordel tão atado

(Não fui tido nem achado!)

Mas o cordel honrarei

(Coisa alguma escreverei!)

Da copa todos já falam

(Mesmo aqueles que se calam!)

Histórias de vida não

(Todas elas são lição!)

Eu sou todos, sou ninguém

(Bom e mau minh´alma tem!)

Sou sério, mas fingidor

(Isso me traz muita dor!)

Encerro contradição

(Sequer mereço perdão!)

Mas tenho alma de poeta

(Coisa boa, coisa reta!)

Não posso inda terminar

(Muito tenho de rimar!)

O Zé da Pulga sumiu

(E jamais alguém o viu!)

Mas está sempre em lembrança

(O seu canto, a sua dança!)

Na festa e romaria

(Há, como dançava e ria!)

Se faltasse cantador

(Ele prestava penhor)

Dava mote, dava coice

(Sua voz era uma foice!)

Mar de saudades eu tenho

(De momentos… que desenho!)

Tempos idos, tempos vivos

(Palavras sem adesivos!)

Zé da Pulga volta a casa

(Traz alegria numa asa!)

Antaco
Enviado por Antaco em 02/07/2014
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