Desafio conversado
Alexandre Eduardo
Poeta, fale com rima
Diga se tá tudo em cima
Qual o tempo no sertão
O que você tá fazendo
Se inda tá escrevendo
O que carrega na mão
Jozias Umbelino
Não me encha de emoção
Chegando dessa maneira
Eu lhe digo sem besteira
Que choveu em meu sertão
Trabalho sem muita ação
Por aqui na Cooptera
Nunca mais compus à vera
Um artigo ou manual
A minha mão um real
Desde janeiro espera
Alexandre Eduardo
Poeta, agora senti
que falei com um poeta
Brado de métrica correta
Do jeito que o conheci
No seu verso eu já vi
Aquilo que não tô vendo
Apague que eu acendo
Não deixo em ti a tristeza
Pois a tua natureza
É verso e prosa moendo
Jozias Umbelino
Já me sinto combatendo
Com um renomado vate
Numa luta sem empate
Poesia se fazendo
Se alguém sair perdendo
Com certeza é quem não viu
Essa dupla que rugiu
Como dois leões danados
Que enxerga em todos lados
Que um verso se buliu
Alexandre Eduardo
Balançou, mas não caiu
Bole estrofe, treme verso
Processo sem retrocesso
Apareceu e sumiu
Ligeiro que ninguém viu
Dois vates das espinharas
Vértices de jóias raras
Com dureza de Xelita
Doçura de Angelita
Fogo em cerca de varas
Jozias Umbelino
Um armazém de seara
Esborrando nos fueiros
Eu vejo dois cavaleiros
Valentes como arara
Meto a ripa de taquara
No lombo de quem vier
Cante lá como quiser
Que eu canto como quero
Eloquente e bem sincero
Como quem quer ou não quer