Briga de Mulher

Eu vô contá uma história que se deu num buqueirão

Foi em uma currutela e eu tava na ocasião

De uma bagunça lascada, eu num sei qual a razão

A briga foi começada na venda de Bastião

Helena, muié de Bode, chamou Júlio de ladrão

Terezinha num gostô, saltô no meio do salão

“Vem aqui se tu fô fêmia”

Helena disse “pois não”

Chutô a taba da mesa

Jogô a bolsa no chão

O pau cumeu direitinho

Só foi grito e palavrão

Já veio um baixinho correndo, pra fazê separação

Dizendo “num faça isso, mininas, num briguem não”

Saiu de cata cavaco, recebeu um pescoção

Alguém gritô “volta lá!”

Ele disse “quem volta é o cão”

Foram chamá a polícia, num tinha polícia não

Dejanira deu um chute nos culhotes de Tião

Na câmera do celular eu gravei toda sessão

Só via véia gritando “valei-me minha nossa sinhora!”

O salão ficô pequeno

Levaram a briga pra fora

A luta ficô empatada

Já num aguentavam mais

Até que reconheceram

Que nas forças eram iguais

Deram as mãos de amigas

E sorrindo fizeram as paiz