O RIO DE MINHA ALDEIA

Por velhas trilhas eu peregrino

Volto no tempo, a devanear

Torno-me de novo menino

Mergulho no passado a recordar

O perfume e sabores de minha aldeia

Saudade no meu peito permeia

Ah como agora eu queria

Ser um mágico e ter talento

O dom do poder e a magia

Votaria eu, neste momento

Retroagindo os ponteiros da vida

Estaria junto à minha mãe querida

Para acabar com o ciúme

Que o sereno tinha da brisa

Eu abriria a janela da alma

Deixando entrar o perfume

Que ela com maestria e calma

Roubava das flores e brindava-me

Como eu queria minha infância

De novo correr com amigos

Alimentando a mesma esperança

As margens do rio picão

Que no tempo desliza comigo

E mora no meu coração

Caudaloso a saciar a sede

Ele vai manando as vazantes

Enchendo de peixe as redes

Tão belo como fora antes

Outro mais belo não vejo

Supera o Nilo e até Tejo

Na fé que me conduz

Só há um de maior valor

Cujas águas batizaram Jesus

O messias nosso salvador

Somente o rio Jordão

Supera meu ídolo...Rio Picão

Em suas margens eu corri

Neste vale de rara beleza

Mesopotâmia onde eu nasci

Consagrado pela mãe natureza

Com garças brancas...Flamingos e paturis

Ilustrando suas barrancas!

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 26/04/2013
Reeditado em 27/04/2013
Código do texto: T4260338
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