REFLEXOS DA MINHA INFÂNCIA

No alto de uma colina uma casinha singela

Paredes de chão batido com argila amarela

Com madeiras descascadas amarrada de cipó

Donde o gorjear de passarinhos entrava pela janela

Juritis codorninhas canarinhos e curiós

E o som do ingazeiro rangendo no ventre da mata

Dos regatos rolando pedras, vinham múrmuros de cascata

Meu pequeno paraíso desenhado pelo criador

Tudo ali era magia o manto verde da natureza

A brisa carregando amor no seu papel de cupido

Levando o pólen silvestre suave com sutileza

Fecundando a plantação no fértil campo florido

O milagre da multiplicação que por Deus foi concedido

Ao homem que lavrava o chão e tirava dele o pão

Foi nesta paisagem encantada que vi as nuvens chorar

Saciando a sede da terra para as sementes germinar

Ajoelhando a rebentar o chão sempre a evaporar

Repetia a mesma missão formando seu branco véu

Se transformando em nuvens novamente subindo ao céu

Com o aquecimento do sol tudo e a lua a testemunhar

Preparando-se novas lágrimas voltando a terra irrigar

Tudo isso ficou... Conto de fada sonho encantado

Ilusão fantasia apenas sobrou... Um reflexo espelhado

De quando menino feliz, mas nada sabia; é meu passado

Como onda, lembranças indo vindo na alma e no coração

Nostalgias que vem e vão pelas trilhas da recordação

O tempo... A utopia a vivencia com ou sem atitudes

Nada mais restou infância adolescência e juventude!

(Dedico ao meu amigo poeta pernambucano da nata Carlos Carcel)

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 28/03/2013
Reeditado em 29/03/2013
Código do texto: T4211436
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