O romance de Keliana e João Micena

Cordel: O romance de Keliana e João Micena

Autor: Jozias Umbelino Leite

Leitores prestem atenção

No romance agora exposto

Que contarei nestes versos

Aprazível a qualquer gosto

Que ensina que o amor

Não encontra nada oposto

Eu vou intimando povo

Para contemplar a cena

Que descrevo no papel

Bem á luz de minha pena

O romance do casal

Keliana e João Micena

Keliana é uma moça

Daquelas bem sertaneja

Que enfrenta toda luta

Não lhe importa qual seja

Mas consegue o objetivo

Que tanto ela almeja

Natural de Água Branca

No sertão paraibano

Tem na personalidade

Um grande valor humano

Que é viver sempre na fé

Para não sofrer engano

João Micena é um rapaz

Que nasceu na capital

Mas também tem sua marca

Dum guerreiro natural

E se fez um vencedor

Competente e magistral

Na sua luta diária

Pra tornar-se cidadão

Ousou ser policial

E seguiu seu coração

Até que um dia tornou-se

Da polícia o escrivão

Um certo dia o rapaz

Foi servir noutra função

E como um oficial

Teve a consideração

De Visitar Keliana

Entrega-lhe uma intimação

Mas a morena enfezada

Tratou-lhe de forma rude

Mesmo sem o conhecer

Ela teve essa atitude

Mas ele se encantou todo

Pela sua plenitude

Ele ficou encantando

Com a beleza da moça

Com o cheiro da morena

Sua compleição colossa

E sentiu o coração

Batendo com muita força

A partir de então o nobre

Nunca mais a esqueceu

O encanto dessa moça

Foi na alma e lhe aqueceu

Essa foi a melhor coisa

Que pra ele aconteceu

Passaram-se oito meses

E os jovens sem se ver

Até que um certo dia

Um fato veio acontecer

Pois o mundo virtual

Fez os dois se conhecer

Keliana trabalhava

Controlando uma Lan House

Pois depois de muito tempo

Foi galgando dois degraus

Se mudou de profissão

Etecetera coisa e tals

E assim por muito tempo

Conversaram no Orkut

Pois na Lan que Keliana

Trabalhava em seu desfrute

João Micena frequentava

Sem sofrer qualquer insulte

E depois ficaram amigos

De presença e comunhão

Keliana nem sabia

Que o nome dele era João

E foi aí que vigou-se

Aquela grande paixão

O romance já rolava

Se tornando verdadeiro

Mas faltava era coragem

De alguém agir primeiro

Para que se consumasse

O enlace por inteiro

Por durante nove meses

O João se embelezava

Mas para se declarar

Ele nem se encorajava

Mas certo dia essa sina

Pra esse casal mudava

Pois o destino faria

João Micena se mudar

Foi bater lá no Agreste

Onde iria trabalhar

E assim foi transferido

Pra nesse rincão morar

Percebendo Keliana

Que nunca mais o veria

Aceitou uma aposta

Que um alguém lhe faria

Prometendo pra João

Que com ele “ficaria”

Isso foi no ultimo dia

Antes de João partir

Finalmente eles “ficaram”

E foram a noite curtir

Muitas coisas boas eles

Puderam assim sentir

E depois João partiu

Fez escala em João Pessoa

Mas com três dias após

Ele se sentiu atoa

Se mandou pra Água Branca

Foi rever sua “patroa”

E pediu-a em namoro

Bem naquela ocasião

Keliana aceitou

Sem fazer qualquer questão

E assim se consumava

Aquela grande paixão

Mas neste belo momento

Não se pode ter só ânsia

O casal logo pensou

Com altivez e elegância

Que podiam cultivar

Um namoro à distância

E foram mais quatro meses

De namoro virtual

Quando então a Keliana

Embarcou pra capital

Pra conhecer a família

De seu amor imortal

Eu aqui vou registrar

Um fato bem engraçado

É porque a Keliana

Nunca tinha viajado

Pras bandas da capital

Passando por maus bocados

Era meio amatutada

Não olhava pra ninguém

E se viu agoniada

Muito assustada também

Até que chegou o João

E a matuta ficou bem

Keliana conheceu

As belezas litorais

Praia e pontos turísticos

Mar azul, recife e cais

E toda aquela beleza

Presente nas capitais

Conheceu toda a família

Do João, seu namorado

E por assim o casal

Foi ficando animado

E aquele belo enlace

Para sempre foi selado

O namora persistiu

Num exemplo de civismo

Não temiam ter revezes,

Contratempos do abismo

Pois não faltavam nos dois

Carinho e companheirismo

Keliana em seu cortejo

Empolgou-se com a vida

Procurou se empenhar

Com coragem desmedida

Até perceber a luta

Com as pompas de vencida

E nessas batidas fortes

Vêm as lutas verdadeiras

A morena do sertão

Foi seguindo suas bandeiras

Até que se aportou

Na cidade Bananeiras

Teve que sair de casa

Na luta para estudar

Foi por isso que a matuta

Ao Brejo foi se aportar

Mas ela pensava ainda

De João se aproximar

Imaginando inocente

Numa matutada boa

Ficaria tão pertinho

De João – e bem atoa

Foi pensar que Bananeiras

Era próxima a João Pessoa

Quando se dava por si

Havia tido um engano

Mas isso não foi problema

Que lhe causasse algum dano

Seu amor lhe ajudava

Como um grande ser humano

A matuta foi perdendo

Os seus tons originais,

Aprendeu viver sozinha

Se fortaleceu demais

E cresceu como pessoa

Em seus aspectos gerais

Foi correndo atrás dos sonhos

E galgando patamares

Gozava muita harmonia

Com João e com seus pares

O noivado logo veio

Pra preceder os altares

Noivaram em dois mil e nove

Numa festança arrojada

Que tinha comida típica

E gente muito animada

Foi um momento bonito

De João e sua amada

E daí foi se seguindo

Um romance forte e pleno

O casal planeja a vida

De modo muito sereno

Até que João comprou

O seu primeiro terreno

Sentiam grande alegria

O fogo da fé em brasa

Os pombinhos já sentiam

O romance criar asa

E sonharam até no dia

Que construiria a casa

Começaram a comprar

Materiais de cozinha

Keliana se alegrava

Imaginando a casinha

Com a pose de princesa

E as pompas de rainha

Mas veio uma preocupação

Aclamar o seu destino

Achando sem condições

De atender o Divino

Para casar na igreja

Como manda o figurino

Chegou-se em dois mil e doze

Quando tudo aconteceu

Pois Deus de forma sublime

Esse casal acolheu

E por hoje esse romance

Conhece seu apogeu

Em vinte e dois de dezembro

Em regozijo com os seus

Estão consagrando o amor

Diante do povo e Deus

E contei tão linda história

Desfilando os versos meus

Jesus queria abençoar

O romance do casal

Zelando por cada dia

Intocável e ideal

Amor que seja intenso

Sem nunca ter um final

Jozias Umbelino Leite

Jozias Umbelino
Enviado por Jozias Umbelino em 21/12/2012
Reeditado em 21/12/2012
Código do texto: T4047719
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