A Cor do Mensalão
Pra julgar o mensalão,
Foi o negro convocado;
O branco ficou dizendo
Este é do nosso agrado:
Não vai condenar ninguém,
Só vai nos fazer o bem,
E um dos nossos contados.
O chefão já confiante,
De que nada acontecia,
Disse mensalão não houve!
Essa é a profecia:
Ninguém será condenado,
está claro feito dia.
E mandou de mensageiro,
Um sujeito oriental
Dizer a Marcos Valério:
Não te preocupa rapaz,
Sai tudo conforme eu quero!
Não sofrerás nem um mal.
O bandido acreditou
Nas bravatas que ouvia,
E prometeu ficar quieto,
Pois sendo um sujeito esperto
Para cadeia não ia.
Mas pra surpresa do bando,
O negócio desandou.
Puseram lá o Joaquim
Para ser o relator.
O homem seguiu a trilha,
Trouxe o processo pra mão,
Disse aqui não tem São João
Mas promete ter quadrinha.
O Barbosa saiu branco;
E um branco enegrecido.
Esse tal, de nome estranho
Matava tudo no peito,
E maltratou o Direito
Pra proteger o rebanho.
Aquele de nome russo,
Saiu também desbotado.
Pois não cumpriu seu papel,
Não condenou nenhum réu,
Mas a si foi condenado.
Enquanto Joaquim Barbosa,
Que disse desassombrado:
Se a justiça julga o pobre,
Porque não um deputado?
Demonstrou que não medo,
E caminho não torceu,
Vai pra gaiola o Valério,
Genuíno e o Dirceu.
Mas tem gente que garante,
Que de nada não sabia:
Primeiro, que foi traído,
Depois, que nada existia.
E Pra não ter julgamento,
Moveu o céu e a terra,
Tentou calar o Gilmar Mendes,
Mas este lhe propôs guerra.