A Cor do Mensalão

Pra julgar o mensalão,

Foi o negro convocado;

O branco ficou dizendo

Este é do nosso agrado:

Não vai condenar ninguém,

Só vai nos fazer o bem,

E um dos nossos contados.

O chefão já confiante,

De que nada acontecia,

Disse mensalão não houve!

Essa é a profecia:

Ninguém será condenado,

está claro feito dia.

E mandou de mensageiro,

Um sujeito oriental

Dizer a Marcos Valério:

Não te preocupa rapaz,

Sai tudo conforme eu quero!

Não sofrerás nem um mal.

O bandido acreditou

Nas bravatas que ouvia,

E prometeu ficar quieto,

Pois sendo um sujeito esperto

Para cadeia não ia.

Mas pra surpresa do bando,

O negócio desandou.

Puseram lá o Joaquim

Para ser o relator.

O homem seguiu a trilha,

Trouxe o processo pra mão,

Disse aqui não tem São João

Mas promete ter quadrinha.

O Barbosa saiu branco;

E um branco enegrecido.

Esse tal, de nome estranho

Matava tudo no peito,

E maltratou o Direito

Pra proteger o rebanho.

Aquele de nome russo,

Saiu também desbotado.

Pois não cumpriu seu papel,

Não condenou nenhum réu,

Mas a si foi condenado.

Enquanto Joaquim Barbosa,

Que disse desassombrado:

Se a justiça julga o pobre,

Porque não um deputado?

Demonstrou que não medo,

E caminho não torceu,

Vai pra gaiola o Valério,

Genuíno e o Dirceu.

Mas tem gente que garante,

Que de nada não sabia:

Primeiro, que foi traído,

Depois, que nada existia.

E Pra não ter julgamento,

Moveu o céu e a terra,

Tentou calar o Gilmar Mendes,

Mas este lhe propôs guerra.

Cajarana
Enviado por Cajarana em 24/10/2012
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