ESSE NOSSO MUNDO CÃO.

Vivemos num mundo cão,
Onde o pobre é massacrado,
Tem deveres e não direitos,
Dos sistemas arruinados,
Onde se safam os espertos,
Ladrão passa por honesto,
Por santarrões disfarçados.

Nos anos de antigamente,
Que ainda se tinha paz,
É certo que o pobre sofria,
Mas não como hoje se faz,
Fala-se muito em igualdade,
Mas o que se ver na verdade,
É o pobre andar pra trás.

Crianças soltas nas ruas,
Por conta do Deus dará,
Milhares passando fome,
Sem ter pra quem apelar,
Com tanta filantropia,
Cheias de burocracia,
Que nem dá pra confiar.

A vida perde o sentido,
Perdida na violência,
Assim sofre rico e pobre,
Nutridos na imprudência,
Foi-se a ordem e o respeito,
O errado hoje é direito,
Moralidade é indecência.

Filho não respeita pais,
Pais perdem amor a filhos,
Mata-se em nome da paz,
Crianças apertam o gatilho,
Com lares despedaçados,
Num mundo desgovernado,
Que nem trem fora do trilho.

Hoje os da própria casa,
É o que mais mete medo,
Desaforam os mais velhos,
Pra ninguém pede segredo,
Desafiam a autoridade,
Dos pais e da sociedade,
Pra todos apontam o dedo.

Tenho visto tanta coisa,
Que fico aterrorizado,
Por ver a terra tão cheia,
De jovens desmiolados,
E entram no vicio de então,
Mas feroz que um leão,
Quando foi capturado.

Nessa louca competição,
Aqui só vence o mais forte,
Caem ao chão os derrotados,
Mas não depende da sorte,
É um grande jogo de xadrez,
Cada jogador tem a sua vez,
O que perder herda a morte.

Vivemos na sociedade,
Que tudo ficou moderno,
Tudo evolui rapidamente,
Seja em verão ou inverno,
Bate-me então a saudade,
Do mundo da antiguidade,
Diferente desse inferno.

Todos são pedras no jogo,
Nesse mundo ensurdecido,
De homens despudorados,
E corações endurecidos,
Onde o certo é imoral,
A mentira é coisa normal,
Recanto dos iludidos.

Doenças de todo tipo,
Cada dia aumenta mais,
Onde pobre aos milhares,
Perecem nos hospitais,
Com os sistemas falidos,
Estamos todos perdidos,
Pior que filhos sem pais.

As drogas imperam soltas,
Consumindo os inocentes,
Pelo campo e nas cidades,
Corre o trafico livremente,
Cresce menino e menina,
Em quadrilhas assassinas,
Onde entorpece a mente.

Não há nada que conserte,
A esse mundo perdido,
Onde o cidadão de bem,
Dá o couro pro bandido,
Onde os maiorais da nação,
Fazem os menores de cão,
Sonhando de protegidos.

Nesse mundo agitado,
A vida é grande correria,
Cada qual corre pra si,
Uns de noite outros de dia,
O ódio manda no coração,
Sufocando a voz da razão,
Onde o amor vira utopia.

A música que antes era,
O que nos fazia sonhar,
As letras tinham sentido,
Não eram como hoje está,
Nosso mundo está virado,
Refúgio dos estressados,
E dos valores invertidos.

Parece ser mesmo o fim,
Sem limites tanto invento,
Cada dia está mais quente,
Para aumentar o tormento,
Com o aquecimento global,
Vive-se um calor infernal,
Com esse tal aquecimento.

Quem é fraco se arrebente,
Ninguém tem dó de ninguém,
No coração do ser humano,
Maldade vale mais que bem,
Loucura domina cada ação,
Os sóbrios ficam sem noção,
Aqui o mal vai muito além.

Cosme B Araujo.
05/09/2012.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 06/09/2012
Reeditado em 12/11/2012
Código do texto: T3868395
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