A cigarra e a formiga
Caríssimos leitores
Com prazer venho narrar
A Fábula de La Fontaine
Em cordel vou transformar
Vou animar a história
Com meus versos a rimar
Era uma vez uma Cigarra
Que vivia a cantar
Não pensava no futuro
Gostava de passear
Saltitava pelo bosque
Não queria trabalhar
A Cigarra inconsequente
Não pensava no futuro
Enquanto ela cantava
A formiga dava duro
Carregando folhas
Até ficar escuro
Quando a cigarra
Na formiga esbarrou
Não se conteve
Foi lá e questionou
Porque trabalhas tanto?
O verão já começou!
A formiga respondeu
Com um sorriso terno
Lembre-se que o verão
Não dura para sempre, nem é eterno
Temos que guardar comida
Para quando chegar o inverno
A formiga continuou
Seu trabalho de levar
Suas pesadas folhas
E nas costas carregar
Um trabalho cansativo
Para o futuro resguardar
A cigarra insistente
Já queria convencer
A formiguinha desistir
E trocar trabalho por lazer
A formiga curiosa
Quis conhecer o prazer
A cigarra chamou
Venha logo sem demora
O inverno está longe
A vida é agora
Deixe para se preocupar
Quando chegar a hora
Quando menos esperou
Veio a Formiga Rainha
Ordenou Volte ao trabalho!
Deixe de ladainha
Ou vai querer passar fome?
Como esta cigarrinha?
Antes de sair
A rainha deu um conselho
Trate de trabalhar
Olhe-se no espelho
O inverno vai chegar
Vais ter que dobrar o joelho
A cigarra não ligou
Ficou indiferente
Não seguiu o conselho
Da rainha inteligente
Preferiu não dar ouvidos
E ser intransigente
Certo dia o inverno chegou
E a cigarra começou a tremer
Tiritava de frio
Não havia o que comer
E na casa da formiga
A cigarra foi bater
A cigarra foi bem recebida
Na casa da formiga
Recebeu agasalho
Foi tratada como amiga
Tomou uma bela sopa
Nunca fora inimiga
A rainha das formigas
Veio logo anunciar
Para viver em nosso mundo
Tu terás que trabalhar
Toque e cante para nós
Isto vai nos alegrar
A cigarra entendeu
E sentiu felicidade
Ela gosta de cantar
E têm amigas de verdade
O trabalho dignifica
Fortalece a amizade