Súplica Cearense em ritmo de cordel
Essa é uma versão da música "Súplica Cearense" que transformei em cordel. O estilo utilizado foi o “Galope à beira Mar”.
Senhor Pai do Céu de tudo potente
Perdoe esse nobre que reza calado
Fazendo te súplicas igual um coitado
Que sofre aflito com esse sol quente
Perdoa esse pobre que vive descrente
Que nosso sertão irá melhorar
Mas nem aprendeu ao menos orar
E sofre com isso por todos os dias
Fazendo te suplicas com poesias
Nos dez de galope na beira do mar
Te pedi Oh Senhor, em minha oração
Que tirasse o sol e trouxesse a chuva
A chuva que veio caiu como luva
Pra amenizar meus calos da mão
Mas veio tão forte, neste meu torrão
Como tempestade, me fez assustar
Se fez em enchente até inundar
O Solo escaldante da nossa terrinha
Eu pedi que a chuva viesse calminha
Nos dez de galope na beira do mar
Eu pedi que a chuva viesse tranqüila
Pra eu cultivar, o milho e o feijão
E bem de mansinha molhar nosso chão
Matando a sede do pó da argila
Mas que nosso sol, ficasse na vila
Sem necessidade de se retirar
Eu peço meu Deus, pra se acalmar
A força da chuva, que agora atormenta
Que veio voraz, cruel violenta
E fez do sertão, igual a um mar
Se não rezei direito, perdoa Senhor!!
Eu acho que a culpa só pode ser minha
Que tanto que choro e não ando na linha
Não soube rezar, pedindo com amor
Perdoe eu querer, com todo fervor
Pro sol causticante daqui se safar
Desculpe eu pedir, pra seca parar
Suplicando com mágoa pra vir o inverno
E acabar com a seca, a fome, e o inferno
Cantando o galope na beira do mar