Vou pedir o divórcio
I
Basta um prato de fava
Para um empanzinamento
Basta um feixe de capim
Pra alimentar um jumento
Mas para Maria Rosa
Não bastou o casamento
II
Tirei ela da miséria
Pois era pobre coitada
Vivia passando fome
Só andava esfarrapada
Hoje ela é uma dama
E por todos respeitada
III
Quando ela era solteira
Vivia na amargura
Depois que casou comigo
Hoje vive na fartura
Mas é mal agradecida
Ta me levando à loucura
IV
Quando me pede uma coisa
Tenho que lhe dar na hora
Se lhe digo que não posso
Ela fica triste e chora
Dizendo que não a amo
E jura que vai embora
V
Eu fico angustiado
E sempre acabo cedendo
Faço todo sacrifício
Às vezes fico devendo
E atendo seus caprichos
Para não vê-la sofrendo
VI
Ela gasta uma fortuna
Com produtos de beleza
Anda toda maquiada
Parece uma luz acesa
Tem uma alma de bruxa
Mas a cara é de princesa
VII
Só usa roupa de grife
Seja de noite ou de dia
Só gosta de jóias caras
Não usa bijuteria
Todo dinheiro que ganho
É pro luxo de Maria
VIII
Entrou numa academia
Tá solta na malhação
Sapato e roupa da moda
Tá fazendo coleção
E eu todo mês me lasco
Com a fatura do cartão
IX
Ela só faz amizade
Com grã-fina e dondoca
Mulheres desocupadas
Que só vivem de fofoca
Não adianta falar
Porque ela não se toca
X
Ela não faz nada em casa
A bagunça é constante
Não bota o pé na cozinha
Só come em restaurante
Quer viver na boa vida
Até parece uma amante
XI
Agora está querendo
Viajar pro estrangeiro
Combinou com as amigas
Para fazerem um cruzeiro
E já disse que eu cuidasse
De arranjar o dinheiro
XII
Mesmo eu lhe dando tudo
Comigo anda falhando
Se quero transar com ela
Ela fica se esquivando
Ou tá com dor de cabeça
Ou então ta menstruando
XIII
Ela passa o dia todo
Ao telefone falando
Quando eu passo por perto
Ela fica cochichando
Já estou desconfiado
Que tem um urso rondando
XIV
A coisa passou do ponto
Que eu posso aguentar
O meu pai sempre me disse
Para a mulher não maltratar
Mas não aceitar ser corno
Nem se deixar dominar
XV
Vou deixar de ser otário
E ficar de sentinela
Contratei um detetive
Pra seguir os passos dela
Se ela está me traindo
Vai cair numa esparrela
XVI
Um casamento só dura
Se pros dois for bom negócio
Não vou ser mais idiota
De sustentar o seu ócio
Ou ela entra na linha
Ou vou pedir o divórcio
I
Basta um prato de fava
Para um empanzinamento
Basta um feixe de capim
Pra alimentar um jumento
Mas para Maria Rosa
Não bastou o casamento
II
Tirei ela da miséria
Pois era pobre coitada
Vivia passando fome
Só andava esfarrapada
Hoje ela é uma dama
E por todos respeitada
III
Quando ela era solteira
Vivia na amargura
Depois que casou comigo
Hoje vive na fartura
Mas é mal agradecida
Ta me levando à loucura
IV
Quando me pede uma coisa
Tenho que lhe dar na hora
Se lhe digo que não posso
Ela fica triste e chora
Dizendo que não a amo
E jura que vai embora
V
Eu fico angustiado
E sempre acabo cedendo
Faço todo sacrifício
Às vezes fico devendo
E atendo seus caprichos
Para não vê-la sofrendo
VI
Ela gasta uma fortuna
Com produtos de beleza
Anda toda maquiada
Parece uma luz acesa
Tem uma alma de bruxa
Mas a cara é de princesa
VII
Só usa roupa de grife
Seja de noite ou de dia
Só gosta de jóias caras
Não usa bijuteria
Todo dinheiro que ganho
É pro luxo de Maria
VIII
Entrou numa academia
Tá solta na malhação
Sapato e roupa da moda
Tá fazendo coleção
E eu todo mês me lasco
Com a fatura do cartão
IX
Ela só faz amizade
Com grã-fina e dondoca
Mulheres desocupadas
Que só vivem de fofoca
Não adianta falar
Porque ela não se toca
X
Ela não faz nada em casa
A bagunça é constante
Não bota o pé na cozinha
Só come em restaurante
Quer viver na boa vida
Até parece uma amante
XI
Agora está querendo
Viajar pro estrangeiro
Combinou com as amigas
Para fazerem um cruzeiro
E já disse que eu cuidasse
De arranjar o dinheiro
XII
Mesmo eu lhe dando tudo
Comigo anda falhando
Se quero transar com ela
Ela fica se esquivando
Ou tá com dor de cabeça
Ou então ta menstruando
XIII
Ela passa o dia todo
Ao telefone falando
Quando eu passo por perto
Ela fica cochichando
Já estou desconfiado
Que tem um urso rondando
XIV
A coisa passou do ponto
Que eu posso aguentar
O meu pai sempre me disse
Para a mulher não maltratar
Mas não aceitar ser corno
Nem se deixar dominar
XV
Vou deixar de ser otário
E ficar de sentinela
Contratei um detetive
Pra seguir os passos dela
Se ela está me traindo
Vai cair numa esparrela
XVI
Um casamento só dura
Se pros dois for bom negócio
Não vou ser mais idiota
De sustentar o seu ócio
Ou ela entra na linha
Ou vou pedir o divórcio