A Saga da caatinga
Descrevendo um primoroso sentimento
Que tenho no coração guardado
Falo de meu querido ecossistema
Que encontra-se bastante ameaçado
Pois meu sentimento é de nostalgia
E já fazia algum tempo que sentia
O coração bater forte e apertado
A caatinga é um bioma muito rico
Com diversas espécies lá vivendo
Meu coração começa a palpitar
Pois eu sinto que a vida está morrendo
Por descuido dos homens desta terra
A fauna e a flora em situação perra
Para o lucro a destruição vai se fazendo
Nosso clima é árido, quente e seco
Todo ano só chove em quatro meses
O sol quente seca a água dos açudes
Já vi planta morrer - por várias vezes
Oito meses não chove em nossa terra
A floresta é seca até na serra
Morre bode, carneiro, porco e reses
FLORA NORDESTINENSE
A floresta é rica e bem diversa
Com milhares de espécies habitando
Tem Jurema, Favela, e Muçambê
Catingueira, Jucá, Panasco Branco
Jitirana, Algaroba, e Xiquexique
Tem Pereiro, Mufumbo e pau a pique
Marmeleiro, Velame em todo canto
Lá na serra tem uns pés de Baraúna
E no sopé se levanta a Aroeira
O Angico se alastra pelos campos
A Malva Branca enfeita a capoeira
Oiticica frondosa enfeita os rios
Os Calumbis por lá crescem sadios
Adensando a mata por inteira
Tem também uns pés de Pau de Leite
De Unha de Gato, Urtiga e Cumaru
Macambira, Pau Ferro e Maniçoba
Nossa principal frutífera é Umbu
Já fiz doce de Pinha e Cajarana
De Juá, Macaíba e Umburana
Sem contar com a polpa de Caju
Tem Pau D’arco crescendo na floresta
Que bacana o chama de Ipê
Tem do roxo, amarelo, rosa e verde
A craibeira é tão forte de se vê
Sabiá dá estaca pro cercado
Pinhão Bravo nas beiras do roçado
E Carnaúba da família do Dendê
Nos rios aparece o Mulungu
E por perto tem Jacarandá
É tão boa que nem Mandacaru
Pra madeira de lei que a planta dá
Carqueja - uma planta medicinal
Feijão Bravo - alimento de animal
São plantas pra gente preservar
Com seus frutos, espinhos e ornamentos
Tem Umari, Barriguda e Pau-Mocó
Aparece um tal de Pau de Abelha
Conhecida por nós como Icó
Ainda temos uns pés de Cerejeiras
São plantas endêmicas brasileiras
Que não deixam a fauna viver só
Essas plantas representam nossas matas
Se estendem por milhares de espécies
Veste a flora do sertão Nordestinense
Onde a fauna viçosa nasce e cresce
É o lugar da “Comadre Fulorzinha”
Que protege a mata bem mansinha
Dos perigos que hoje ela padece
FAUNA NORDESTINENSE
Nossa fauna tão rica e tão diversa
Foi criada por Deus para o Sertão
Tanta vida se alastra em céu e terra
Pela água, e até mesmo pelo chão
Os pássaros comandam a melodia
Os selvagens aumentam essa euforia
Para livrar-nos de toda solidão
Para contemplar um coro de passarinhos
Basta ouvirmos o Concris e o Sabiá,
O Xexéu, o Sofreu e o Patativa,
Corrupião, Bem Te Vi e o Tangará
Fazem a festa cantando como um choro
E o som da floresta é esse coro
Que por Deus nunca para de cantar
Asa Branca é o símbolo do nordeste
Eu contemplo o revoar da Arribaçã
Do Lambu, Juruti e a Cudurniz
Do Socó, da Rolinha e da Cauã
A Siriema, Mãe da Lua e o Carcará
Não são aves que gostam de cantar
Mas é lindo de ver sua vida sã
Os selvagens sagazes e valentes
Suportando a hostil ecologia
Vão seguindo a ordem natural
Transformando a massa em energia
Depois volta energia a ser massa
A humanidade é sempre uma devassa
Pois destrói sem perdão essa magia
Vou citar alguns representantes
Que são símbolos da nossa natureza
O Teú é um ser bem majestoso
A Jibóia é coberta de beleza
A Raposa é astuta de valor
A Tacaca espanta o predador
O Tatu é o símbolo da destreza
Camaleão faz a mata mais bonita
Quando muda de cor onde ele tá
Tem um gato sagaz como leão
Que o chamamos de Maracajá
Registrando pra vós essas mensagens
Eu encerro o cordel com esses selvagens
Pedindo, em bom tom – “Preservem já!”