Minha Estreia
Leitores caros amigos
Amantes da poesia
Vocês hão de concordar
Com a minha teoria
Que digo com sensatez
Pois sempre a primeira vez
Pra tudo chega um dia
Sem sombra da ironia
Vou contar para vocês
Um caso que aconteceu
Não recordo bem o mês
Também não lembro do ano
Mas se caso não me engano
Passou-se em dois mil e três
Vou lhes sendo bem cortês
Nessa minha narrativa
Pois com meus dezesseis anos
Eu dei iniciativa
Na arte de namorar
Foi então que fui beijar
A minha primeira Diva
Foi sem ter alternativa
Que tudo aconteceu
Quando eu beijei uma mina
Bem mais velha do que eu
Que tinha a boca banguela
E minha boca donzela
Outra boca conheceu
Foi aí o apogeu
De uma festa animada
Onde eu tomei Montila
Com coca bem misturada
Preparei o meu topete
Fui beber o “diabo a sete”
E fiz a maior cagada
Pois minha primeira amada
Era feia de lascar
Parecia o cão cambito
Me chamando pra brigar
E num ato de loucura
Eu esqueci a frouxura
Inventei de enfrentar
Se eu fosse desenhar
Diria a vocês assim
Que além de ser banguela
Tinha o cabelo ruim
Não tinha bunda nem nada
Andava desconjuntada
Inda mangava de mim
Se achava um querubim
Ou uma joia bem rara
E pra piorar a coisa
Doía lhe olhar na cara
Pra enfrentar essa briga
Eu enchi minha barriga
Com mais um Sapupara
Eu cheguei nessa caiçara
Como um belo jardineiro
Tentando polir uma flor
Enquanto sente seu cheiro
E pensei aqui comigo
“Ou enfrento esse perigo,
Ou eu vou morrer solteiro”
Mas eu sou um brasileiro
Daqueles bem corajoso
Taquei-lhe um beijo na boca
Ela aí achou gostoso
Então arrochamo o nó
E tome dançar forró
Nesse enlace amoroso
Eu já tava até nervoso
Com todo mundo me olhando
Eu imaginei na hora
Que estavam me zoando
Quando foi no outro dia
Enquanto eu inda dormia
Todos tavam comentando
Fui logo me envergonhando
Da cagada que eu fiz
Mas pensei logo comigo
“Não foi nada que não quis”
Consegui o objetivo
E assim eu segui vivo
Embora bem infeliz
Eu passei de aprendiz
Nessa arte de amar
Virei até professor
Esqueci desse azar
Por causa da timidez
Foi essa a primeira vez
Que inventei de namorar